Vuaden: herói ou vilão?
"O que dá pra rir dá pra chorar.
Questão só de peso e medida.
Problema de hora e lugar,
Mas tudo são coisas da vida.
O que dá pra rir dá pra chorar.
O que dá pra rir dá pra chora."
O verso acima é da música CANTO CHORADO, moldura perfeita para a decisão vivida por Náutico e Paysandu, neste domingo, no estádio dos Aflitos, jogo que terminou empatado em 2x2, e o Náutico assegurou o acesso à Série B na decisão por pênaltis: 5x3.
A história deste confronto está sendo contada com choro e risos, tendo como grande protagonista o árbitro, Leandro Pedro Vuaden, que aos 49 minutos do segundo tempo, num erro crasso, marcou um pênalti a favor do time pernambucano, lance que mudou o destino dos dois clubes.
"Palmas para Vuaden!".
Gritavam os torcedores do Náutico com a conivência da imprensa pernambucana que encontrou argumentos mil para justificar o erro do apitador.
"Joguem bosta no Vuaden!".
Retrucou a torcida do Paysandu inconformada com o erro de um apitador que durante todo o jogo deu mostras da falta de compromisso com a decisão e parecia estar cagando e andando para o que viesse acontecer pela frente. Aconteceu. E a turma do Papão da Curuzu jamais esquecerá o seu nome.
A euforia dos alvirrubros é mais que louvável. O acesso do Náutico é tido como a retomada do crescimento do clube alvirrubro, fato que representa muito para o futebol pernambucano. Por muitas outras razões e motivos o "pecado mortal" do senhor Vuaden, talvez seja considerado irrelevante pelos narradores, comentaristas e repórteres que estiveram trabalhando na noite deste domingo, nos Aflitos. A conquista estadual se não se sobrepõe a verdade, no mínimo, levou os analistas ao pecado da omissão ao serem coniventes com a equivocada interpretação do árbitro.
Nos dias de hoje buscar isenção no jornalismo brasileiro é complicado. No futebol então, a turma fala o que a torcida quer ouvir. É a briga pela audiência.
Depois de ver e rever, várias vezes, o lance que o árbitro marcou o pênalti salvador para o Náutico, procurei sintonizar várias rádios. Precisava ouvir outras opiniões. Como tudo era festa, ninguém falava sobre o lance mais importante do jogo, passei a me sentir a mais estranha das criaturas. Afinal, só eu estava enxergando o erro do apitador.
Para não ficar com a consciência tão pesada, liguei para Wilson Souza, que durante muito tempo foi árbitro FIFA, e conhece, como poucos, as regras, e tudo o mais do que acontece de certo e errado dentro das quatro linhas. Wilson foi taxativo: "Não foi pênalti. Vuaden errou. Ele fez uma péssima arbitragem".
Não me dei por conformado e liguei imediatamente para o mestre, José Joaquim Pinto de Azevedo, um analista acima de qualquer suspeita, e que não tem medo de falar a verdade. Nunca foi desses que procura sempre jogar para a torcida. Para Azevedo, a verdade tem que vir em primeiro lugar, doa em quem doer. Ele foi claro: "Vi o lance várias vezes e não foi pênalti".
Bom! Não existe duas verdades. Existe apenas duas formas de se contar a história: uma é com Vuaden sendo o herói, a outra é com ele sendo o vilão.
Como dizia o saudoso Edvaldo Morais: "Coisas do futebol brasileiro!".
CLAUDEMIR GOMES
"O que dá pra rir dá pra chorar.
Questão só de peso e medida.
Problema de hora e lugar,
Mas tudo são coisas da vida.
O que dá pra rir dá pra chorar.
O que dá pra rir dá pra chora."
O verso acima é da música CANTO CHORADO, moldura perfeita para a decisão vivida por Náutico e Paysandu, neste domingo, no estádio dos Aflitos, jogo que terminou empatado em 2x2, e o Náutico assegurou o acesso à Série B na decisão por pênaltis: 5x3.
A história deste confronto está sendo contada com choro e risos, tendo como grande protagonista o árbitro, Leandro Pedro Vuaden, que aos 49 minutos do segundo tempo, num erro crasso, marcou um pênalti a favor do time pernambucano, lance que mudou o destino dos dois clubes.
"Palmas para Vuaden!".
Gritavam os torcedores do Náutico com a conivência da imprensa pernambucana que encontrou argumentos mil para justificar o erro do apitador.
"Joguem bosta no Vuaden!".
Retrucou a torcida do Paysandu inconformada com o erro de um apitador que durante todo o jogo deu mostras da falta de compromisso com a decisão e parecia estar cagando e andando para o que viesse acontecer pela frente. Aconteceu. E a turma do Papão da Curuzu jamais esquecerá o seu nome.
A euforia dos alvirrubros é mais que louvável. O acesso do Náutico é tido como a retomada do crescimento do clube alvirrubro, fato que representa muito para o futebol pernambucano. Por muitas outras razões e motivos o "pecado mortal" do senhor Vuaden, talvez seja considerado irrelevante pelos narradores, comentaristas e repórteres que estiveram trabalhando na noite deste domingo, nos Aflitos. A conquista estadual se não se sobrepõe a verdade, no mínimo, levou os analistas ao pecado da omissão ao serem coniventes com a equivocada interpretação do árbitro.
Nos dias de hoje buscar isenção no jornalismo brasileiro é complicado. No futebol então, a turma fala o que a torcida quer ouvir. É a briga pela audiência.
Depois de ver e rever, várias vezes, o lance que o árbitro marcou o pênalti salvador para o Náutico, procurei sintonizar várias rádios. Precisava ouvir outras opiniões. Como tudo era festa, ninguém falava sobre o lance mais importante do jogo, passei a me sentir a mais estranha das criaturas. Afinal, só eu estava enxergando o erro do apitador.
Para não ficar com a consciência tão pesada, liguei para Wilson Souza, que durante muito tempo foi árbitro FIFA, e conhece, como poucos, as regras, e tudo o mais do que acontece de certo e errado dentro das quatro linhas. Wilson foi taxativo: "Não foi pênalti. Vuaden errou. Ele fez uma péssima arbitragem".
Não me dei por conformado e liguei imediatamente para o mestre, José Joaquim Pinto de Azevedo, um analista acima de qualquer suspeita, e que não tem medo de falar a verdade. Nunca foi desses que procura sempre jogar para a torcida. Para Azevedo, a verdade tem que vir em primeiro lugar, doa em quem doer. Ele foi claro: "Vi o lance várias vezes e não foi pênalti".
Bom! Não existe duas verdades. Existe apenas duas formas de se contar a história: uma é com Vuaden sendo o herói, a outra é com ele sendo o vilão.
Como dizia o saudoso Edvaldo Morais: "Coisas do futebol brasileiro!".
CLAUDEMIR GOMES
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