Ao explicar a escolha do subprocurador-geral Augusto Aras para comandar o Ministério Publico Federal (MPF), o presidente Jair Bolsonaro citou como exemplo de uma conduta equivocada da Procuradoria Geral da República o apoio à criminalização da homofobia.
Na visão de Bolsonaro, a PGR — que na época do julgamento sobre o tema no Supremo Tribunal Federal (STF) era comandada por Raquel Dodge — emitiu parecer favorável à equivalência da homofobia e transfobia ao crime de racismo. Esse foi o entendimento também da maioria dos ministros da Corte, que, em junho passado, tornou as práticas crimes inafiançáveis.
Na época, Bolsonaro disse que estava na hora de o STF ter “um ministro terrivelmente evangélico”. E, nesta quinta-feira, voltou ao tema para explicar aos seus espectadores a importância do cargo de procurador-geral da República.
O presidente também explicou por que discorda da criminalização da homofobia. "Eu sei se você é branco ou não é. Se o cara é homossexual, você não sabe. Vai que você briga com o cara, fala um palavrão para ele, vai que ele seja esse palavrão. Vai ser inafiançável", justificou.
"Nota sete em tudo"
Dessa forma, prosseguiu Bolsonaro, não adianta o procurador ser bom apenas no combate à corrupção, porque o chefe do Ministério Público também tem poder para opinar em "assuntos relacionados à família".
"Tem que ser uma pessoa, sem querer desmerecer os outros que estavam na lista ou não, a gente buscou uma pessoa que fosse nota sete em tudo, não 10 em uma coisa e dois em outro”, explicou. “Quem não tem pecado que atire a primeira pedra”, acrescentou.
Para os insatisfeitos com a escolha, Bolsonaro comparou a escolha do PGR ao futebol. "É igual à Seleção. Quantas vezes o cara convoca alguém e você pensa 'pelo amor de Deus, esse cara não'", brincou.
O presidente pediu ainda que os internautas que tinham feito comentários negativos sobre Aras nas redes sociais apagassem as postagens. "É uma posição bastante ingrata que ele vai ocupar, assim como a minha. Então peço a vocês: vá no Facebook. Você que fez um comentário pesado, vá no Facebook, retira. Dá uma chance pra mim, acha que quero colocar uma pessoa para atrapalhar a vida de vocês, do país? Não."
Por: Correio Braziliense
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