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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

DISCIPLINA ESCOLAR

Recife é a primeira cidade no País a propor mudanças climáticas como disciplina nas escolas

Prefeito Geraldo Julio na Conferência Brasileira do ClimaFoto: Lidiane Mota/Folha de Pernambuco


A proposta, que deve atender os estudantes do 5º ao 9º ano, está em fase de desenvolvimento e precisa passar pela Câmara Municipal do Recife para ser colocada em prática

O Recife é a primeira capital do País e a segunda no mundo a desenvolver o projeto de lei municipal que impõe as mudanças climáticas como disciplina obrigatória nas escolas. O anúncio foi feito pelo prefeito da cidade, Geraldo Julio, durante o segundo dia da Conferência Brasileira de Mudança do Clima, realizada no Bairro do Recife, área central.

A proposta, que deve atender os estudantes do 5º ao 9º ano, está em fase de desenvolvimento e precisa passar pela Câmara Municipal do Recife para ser colocada em prática. A iniciativa foi divulgada um dia depois que a Itália anunciou a mesma medida, sendo o primeiro país no mundo a implementar na grade curricular dos estudantes, uma disciplina sobre as questões climáticas.

“A gente espera que a partir de 2020 o currículo escolar municipal possa conter as mudanças climáticas como disciplina. Essa implantação é de importância muito grande porque muda a atitude das crianças, que, por sua vez, influenciam as famílias. E, com isso, os adultos passam a ter um novo comportamento”, afirmou Geraldo Julio, que se reuniu na ocasião com os prefeitos Ary Vanazzi, do Rio Grande do Sul; Rui Palmeira, de Maceió, e Roberto Cláudio Bezerra, de Fortaleza.

Durante o encontro, os gestores relataram quais medidas cada um dos municípios desenvolvem para reduzir os impactos climáticos e criticaram o Governo Federal pela falta de interesse com o tema.

“Os municípios precisam ter suas iniciativas, mas a ajuda da União é importante para que essas medidas sejam efetivadas. Fizemos recentemente a maratona verde, na qual foram plantadas dez mil árvores em apenas uma semana, além de plano de sustentabilidade e uma de redução de emissão de gases”, afirmou o prefeito do Recife, que disse estar implantando iluminação em LED em 40% dos pontos da cidade, com o objetivo de reduzir o consumo de energia.

“O meio ambiente não pode ser objeto de disputa. Temos emergência na sobrevivência das espécies. A fauna e a flora estão sendo atingidas”, afirmou o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio Bezerra. “É importe assistir, no Recife, aos poderes locais se reunirem diante desse tema tão importante, e que não faz parte da pauta do povo. Nós cumprimos esse papel diante de um Governo Federal tão reativo ao assunto”, continuou.

De acordo com o prefeito de Maceió, Ruy Palmeira, a cidade alagoana possui diversas práticas sustentáveis que precisam ser ampliadas com a ajuda federal. “As cidades precisam estar à frente das situações climáticas. Temos semáforos que utilizam energia solar e usamos os restos da construção civil para pavimentar a cidade. Mas estamos com decreto de calamidade pública. Cerca de 1.700 famílias vão ser removidas do bairro de Pinheiros porque a prática da mineração na área está criando rachaduras em diversas casas perto das praias”, relatou Ruy, afirmando que a retirada dos moradores deve acontecer ainda nesta semana. “Não podemos deixar avançar assim como aconteceu em Mariana e Brumadinho”.

Ainda na ocasião, o prefeito do município de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, Ary Vanazzi, contou que a cidade desenvolve planos de saneamento e educação ambiental e que a preservação florestal na localidade é de 22%. “Queremos chegar em 2024 com 30% de área preservada. Estamos realizando a recuperação dos rios poluídos e desflorestando áreas, e precisamos pressionar para que o Governo Federal possa tomar ações”.

Óleo no Nordeste
Ao final do encontro, todos os prefeitos presentes assinaram uma carta em que cobram do Governo Federal, medidas para que sejam culpabilizados os envolvidos no derramamento de óleo que atinge o Nordeste do País. O documento pede apoio integral a todos os trabalhadores da pesca que foram prejudicados; a busca de apoio da comunidade acadêmica para que se possa mensurar a amplitude dos efeitos ambientais do desastre; além de um levantamento de dados sobre a qualidade das praias do Nordeste, e a ampla divulgação das praias afetadas como efeito reparador do atraso de medidas do governo federal.


FolhaPE

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