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sábado, 30 de novembro de 2019

PROPINA DO DOLEIRO

‘Doleiro dos doleiros’ diz ter pago propina a procurador da Lava Jato

Ele afirma que os pagamentos seriam em troca de proteção para o doleiro

Por meio de mensagens, o “doleiro dos doleiros” Dario Messer contou a sua namorada Myra Athayde que, em troca de proteção, pagou propinas mensais ao procurador da República Januário Paludo, membro da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná.
A Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro teve acesso a essa conversa durante as investigações que deflagraram a Operação Patrón. Segundo a PF, essa confissão ocorreu em agosto do ano passado e faz parte do relatório enviado a Procuradoria-Geral da República (PGR), em outubro.
No diálogo, o doleiro contava para Myra sobre o andamento de alguns processos que responde, e sobre a reunião que o procurador teria com uma de suas testemunhas de acusação. “Sendo que esse Paludo é um dos destinatários de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês”.
De acordo com a PF os meninos, citados na conversa, são Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca. Eles trabalharam com o doleiro em operações de lavagem de dinheiro investigadas pela Operação Lava Jato do RJ.
Em suas delações, ambos afirmaram ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPFRJ) que pagaram mensalmente o advogado Antonio Figueiredo Basto o valor de US$ 50 mil, cerca de R$ 200 mil, por proteção a Messer tanto  na PF como no MP.
No depoimento, Tony revelou que Enrico Machado, apontado como sócio de Messer, dizia que o escritório deveria pagar US$ 50 mil por mês para fornecer uma proteção a Dario e as pessoas ligadas ao câmbio. “Que Enrico, em meados de 2005/2006, começou a exigir dos colaboradores o pagamento de uma taxa mensal de US$ 50 mil, a fim de possuir proteção da Polícia Federal e do Ministério Público”.
Em consequência dessas declarações, a força-tarefa da Lava Jato do RJ abriu uma investigação sobre o caso.
Apesar de já ter trabalhado para Messer, Basto nega que tenha intermediado qualquer pagamento a autoridades em troca da proteção para o doleiro. “Isso nunca existiu”, disse. “Desafio a qualquer um provar isso. Abro meu sigilo bancário e telefônico, abro o sigilo de minha família. Não provarão pois nunca existiu”. (Com informações UOL)
A força-tarefa da Lava Jato se manifestou por meio de nota, na qual repudia as acusação contra Paludo e afirma ter plena confiança no trabalho do procurador Januário Paludo. Leia a nota
Em relação à matéria do UOL divulgada nesta madrugada, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato informam que:
1. A ação penal que tramitou contra Dario Messer em Curitiba foi de responsabilidade de outro procurador que atua na procuradoria da República no Paraná, o qual trabalhou no caso com completa independência. Nem o procurador Januário Paludo nem a força-tarefa atuaram nesse processo.
2. O doleiro Dario Messer é alvo alvo de investigação na Lava Jato do Rio de Janeiro, razão pela qual não faz sequer sentido a suposição de que um procurador da força-tarefa do Paraná poderia oferecer qualquer tipo de proteção.
3. As ilações mencionadas pela reportagem de supostas propinas pagas a PF e ao MP já foram alvo de matérias publicadas na imprensa no passado e, pelo que foi divulgado, há investigação sobre possível exploração de prestígio por parte de advogado do investigado, fato que acontece quando o nome de uma autoridade é utilizado sem o seu conhecimento.
4. Em todos os acordos de colaboração premiada feitos pela força-tarefa, sem exceção, os colaboradores têm a obrigação de revelar todos os fatos criminosos, sob pena de rescisão do acordo.
5. Os procuradores da força-tarefa reiteram a plena confiança no trabalho do procurador Januário Paludo, pessoa com extenso rol de serviços prestados à sociedade e respeitada no Ministério Público pela seriedade, profissionalismo e experiência.

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