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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

NÁUTICO - EMOÇÃO E CHORO

Volante Luanderson conta história de vida em apresentação no Náutico

"Para estar em um time grande eu tinha que ser um atleta, não um jogador", disse (Foto: Léo Lemos/CNC)


Aos 30 anos, atleta demonstrou sentimento de felicidade ao ter a primeira chance de atuar na equipe do estado pernambucano


A história da carreira do volante Luanderson daria um filme. Natural de Belém do São Francisco, no sertão pernambucano, o jogador terá a primeira oportunidade de vestir a camisa de um clube do estado aos 30 anos. Porém, antes de chegar ao Náutico com o status de ter disputado uma Série A, pelo Avaí, o atleta passou por vários altos e baixos.

Revelado pelo Vitória-BA, o meio-campista emocionou-se diversas vezes em sua apresentação para contar, entre lágrimas, que quase largou a carreira depois de passar dois anos desempregado, pediu emprego em clubes do interior e foi negado e viu seu caminho ressurgir após o nascimento da segunda filha. 

“O ano de 2019 foi muito especial para mim. Quero agradecer a diretoria do Náutico e a comissão técnica pela confiança que está me dando em poder vir para jogar no meu estado e defender essa nação que é o Timbu. Sempre acompanhei, sempre gostei do Náutico desde criança, quando comecei a jogar futebol. Fico feliz e emocionado de jogar no meu estado e em um time de massa. Há três anos eu pensava que não ia jogar, mas tive uma oportunidade no Marcílio Dias-SC, quando mudou a minha vida e a vida da minha família. Eu só tenho a agradecer pela oportunidade e podem ter certeza que cada bola para mim vai ser como um prato de comida porque eu sei que minha vida depende disso”, contou. 

A carreira começou após sair de casa, no interior de Pernambuco, aos nove anos para jogar futebol, sonho antigo de infância. Sem oportunidades no estado, o volante deu os primeiros passos no Vitória, onde se profissionalizou e teve sua primeira sequência de jogos. Apesar disso, foi também no clube baiano onde o jogador teve sua primeira baixa na carreira, que só foi superada com a ajuda da família. 

“Eu comecei aos nove anos no Vitória e aos 18 tive a oportunidade de subir para o time profissional e ter sequência. Naquela época, eu não tinha pessoas boas ao meu lado. Quando você está na fase boa, tem vários amigos, o tempo foi passando e eu percebi que não tinha tantos amigos e que para eu chegar onde eu queria, precisava mudar para melhor. Foi aí que eu conheci uma pessoa muito especial que é a minha esposa, onde eu tive que crescer na vida. Logo depois, veio um filho para mim e eu tinha que focar para ter as minhas coisas e dar tudo de bom para eles. Tudo o que eu não tive. Depois de nove anos, veio a minha outra filha, que tem dois anos, e agora foi que mudou tudo de vez. Eu tive uma recaída na minha carreira e ela veio para me levantar e me ajudar a retomar a minha jornada. Eu só agradeço a ela por ter aparecido na minha vida”, afirmou, emocionado.

O jogador ainda fez questão de pontuar o momento mais crítico da sua carreira, quando passou dois anos sem clube por falta de oportunidades. Por isso, ele encara que vive um momento especial em sua vida como jogador de futebol desde sua passagem por Avaí até sua chegada ao Náutico. 

“No futebol, às vezes temos as oportunidades e não aproveitamos. Eu tive e não soube a aproveitar. Minha vida eu comecei em um clube grande (Vitória) e não soube aproveitar as chances que eu tive. Depois eu fiquei desempregado mais de dois anos, sem ter a oportunidade. Eu até fui pedir emprego a clubes do estado, mas fui negado. Tive a oportunidade de ir no Salgueiro pedir emprego e fui negado. No futebol, aprendemos muitas coisas e eu levei isso como um exemplo. Isso me fez colocar na cabeça e focar que para estar em um time grande eu tinha que ser um atleta, não um jogador. Vivi 12 anos no futebol e não era feliz. E agora eu estou sendo feliz. Eu cheguei onde eu queria e só tenho a crescer mais ainda.” 

Confira outros pontos da entrevista de Luanderson:

Concorrência

Sabemos da força do grupo e quando eu recebi a ligação, eu analisei posição por posição e sei que é importante a concorrência, o plantel ter várias opções, pois serão muitos jogos difíceis, muitas competições e tenho certeza que quem ele colocar estará apto a jogar. Onde eu cheguei não foi fácil para mim e não vai ser o contrário aqui. Vou lutar muito pela minha posição. 

Náutico

Quando recebi a ligação do Náutico eu fiquei feliz, por ser uma oportunidade de jogar no meu estado e já tinha conversado com várias pessoas sobre jogar no Náutico e eles me falaram que era a melhor coisa, pois o clima era muito bom. E a partir daí, fui acompanhando os jogos e vendo a força do Timbu dentro de Recife. Recebi outras propostas, mas sempre fui voltando àquele sonho que voltar para Pernambuco, onde eu não tive a oportunidade de jogar. Tenho familiares e amigos que são alvirrubros e todos me disseram que queriam me ver com a camisa do Náutico e eu, com isso, dei preferência ao clube e espero retribuir tudo isso em campo. 

Grande oportunidade
 
Eu acho que cada oportunidade que você tem é um momento para demonstrar quem você é e quem você quer ser. Aos 29 anos foi quando eu retomei minha carreira e estou vendo tudo de bom que está acontecendo na minha vida. É uma oportunidade boa, em que eu chego com muito tesão de jogar e mostrar meu trabalho para todo mundo aqui no Náutico. 

Caravana

Semana passada algumas pessoas já estavam me pedindo ingresso para poder assistir aos jogos do Náutico. Isso é importante, pois sabemos da torcida particular que nós temos, sejam familiares ou amigos, e isso é um privilégio de ver essas pessoas torcendo por nós e pelo clube que eles gostam de coração. Tenho certeza que vou retribuir tudo isso para eles e para a nação. Vai ter caravana. Já no segundo jogo, quando formos jogar em Petrolina, a galera toda vai estar torcendo por nós.

DP

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