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quarta-feira, 25 de março de 2020

ADIAMENTO DAS OLIMPÍADAS

Atletas pernambucanas opinam sobre adiamento da Olimpíada de Tóquio para 2021

Etiene Medeiros e Érica Sena, respectivamente (Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA e Wagner do Carmo/CBAT)


Érica Sena, da Marcha Atlética, concordou com decisão, apesar de lamentar pelo "lado atleta"; Etiene, da Natação, enxerga "pedido de socorro" do planeta


Duas atletas pernambucanas estão entre os nomes que foram afetados diretamente com a decisão tomada na manhã desta terça-feira, que adiou a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio para o próximo ano. São elas: Etiene Medeiros, da natação; e Érica Sena, da Marcha Atlética. A dupla, apesar de vir trabalhando por uma boa performance no evento global, concordam que o Comitê Olímpico Internacional agiu da melhor maneira possível, diante da realidade de pandemia.

A representante da marcha atlética, se dividiu entre “atleta” e “cidadã” para detalhar sobre o caso de adiamento dos Jogos. “Como, atleta, fico muito triste. É algo que eu vinha me preparando, são quatro anos de preparo, é algo que me deixa muito triste e decepcionada. Esse ano era um ano que eu vinha muito bem fisicamente e vinha melhorando todos os meus tempos, os meus treinos estavam sendo melhorados”, lamentou Érica, de início.

Pregando por uma competição justa, ela expandiu o olhar para os adversários que, diferente dela, não poderiam dar sequência aos treinos, e assim, teriam seu condicionamento prejudicado nos Jogos. “Como ser humano, acredito que (adiar) foi a melhor opção que o Comitê Olímpico tinha. Tenho esteira em casa e poderia adaptar meus treinos, mas outros não têm a mesma condição e que realmente estavam sem fazer nada em casa. Então, não ia ser um ‘Jogos Olímpicos’ justo, com todos os atletas”, concluiu.

Ainda com esperanças de competir esse ano, a pernambucana, que está em processo de quarentena fora do Brasil, revelou sua torcida para que a situação mundial volte a ser estabilizada logo. “Estamos passando por um momento muito difícil com o coronavírus. No meu caso, que estou no Equador, estou em quarentena obrigatória. Não posso sair de casa, só três vezes na semana para comprar alimentos e medicamentos. Estamos numa fase muito difícil e espero que passe. Talvez tenha um competição ainda este ano, todas estão canceladas ou adiadas, agora é esperar”, finalizou.

Já a nadadora, antes mesmo da decisão desta manhã, já tinha a sua opinião formada sobre o assunto, se colocando contra a realização dos Jogos ainda neste ano, defendendo o atual cenário como uma “situação de saúde”. “É um ano que representa muito para gente que é atleta olímpico de alto rendimento. Eu não sou a favor (de manter o evento para este ano), acho que o mundo hoje está gritando por uma outra situação, de saúde”, disse Etiene, em um vídeo gravado na última sexta-feira.

No discurso, ela aproveitou também para dizer que está usando o momento para refletir sobre os valores da humanidade, defendendo ainda que a ‘classe mais baixa’ do país será a mais atingida.

“Para mim, está sendo um momento de reflexão profunda. A gente vê que o planeta pede um socorro e desaceleramento. Reflitam sobre os atos que vocês estão fazendo todos os dias nesse mundo, nessa vida. Particularmente, tenho gratidão de ter uma casa, uma comida e um poder de ter acolhimento. Estou bem de saúde, até então. A nossa classe, no Brasil, é a classe baixa, e eles vão sofrer muito com isso. Estou refletindo sobre esses valores da humanidade”, finalizou.

DP

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