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quarta-feira, 25 de março de 2020

CORONAVÍRUS

Covid-19: Pernambuco tenta aumentar capacidade de testes

Teste de coronavírusFoto: Thomas Samson/AFP


Estado corre atrás de parcerias e faz observações sobre os tipos de testes disponíveis no Brasil atualmente

Diante da recomendação expressiva da Organização Mundial de Saúde (OMS) para que os países façam testes em massa a fim de detectar e mapear a circulação do novo coronavírus, o Brasil sofre uma pressão para aumentar a sua capacidade de testagem. Nesta terça-feira (24), o País ultrapassou a barreira dos dois mil casos confirmados da Covid-19, com mais de 30 mortes.

Em Pernambuco, nas últimas 24 horas, não foram registradas novas infecções nos mais de 100 testes realizados. Entretanto, as normas atuais do Ministério da Saúde preveem a testagem somente em pacientes que apresentem sintomas mais severos, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), fazendo com que grande parte das pessoas que procuram emergências não seja testada. O mecanismo gera um cenário de subnotificação.


Segundo o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, enquanto aguarda novos posicionamentos e insumos do Ministério da Saúde, o Estado se mobiliza para adquirir outros kits. "O Governo Federal sinalizou na tarde de ontem (segunda-feira) a ampliação do número de testes a serem disponibilizados para os estados. O governador também autorizou a compra de RT-PCR para que possamos ampliar a capacidade do nosso laboratório central. Através do Lacen, temos buscado fornecedores para ampliar nossa capacidade de testagem. O Lacen se habilitou a testar nos últimos dez dias e já estamos com máquinas para duplicar nossa capacidade. Além do esforço para adquirir novos equipamentos, contamos com a preciosa parceria da Fiocruz PE, que nos forneceu um termociclador e um extrator automatizado para melhorar a operação. Estamos buscando ainda parcerias como a do LIKA (Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami - UFPE) junto a um laboratório privado, Genomika, para a contratação de mais 30 mil testes, e assim termos outro laboratório alem do Lacen trabalhando.”

Há várias frentes de pesquisa no País atualmente buscando desenvolver testes rápidos para o diagnóstico da Covid-19. Longo, no entanto, pondera que é necessário verificar as características de cada tipo de teste para traçar uma estratégia de trabalho. "Neste momento, não temos como dizer como será a estratégia do Ministério da Saúde para o uso dos testes rápidos porque há diversos tipos deles e podem ser utilizados a depender do mecanismo a ser testado. Há os que podem ser usados precocemente e os mais tardiamente”, destacou ele, enfatizando que a testagem nos profissionais de saúde é uma prioridade nacional.

O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, reiterou que o RT-PCR, usado no País atualmente, é o mais eficiente no momento pela capacidade de identificar a infecção pelo novo coronavírus ainda no início do processo viral. "Há testes, como o RT-PCR, que identificam o quadro logo nos primeiros sintomas. E há testes rápidos, que são chamados de rápidos porque dão o resultado logo, em poucos minutos, mas que só identificam o vírus após sete ou nove dias depois de o indivíduo manifestar a doença. Então, para a tomada de decisão de tratamento e isolamento, o teste rápido disponível no Brasil é pouco adequado. O RT-PCR é o mais indicado. Por isso que o Estado está buscando aumentar essa capacidade”, explicou.

"A Coreia do Sul e os outros países que tiveram sucesso (na contenção do vírus) usaram em larga escala o RT-PCR, que exigem mais equipamentos. Só que a Coreia já dispunha de muitos equipamentos para esses testes antes mesmo da crise, mesma situação da Alemanha. Os testes rápidos podem ser úteis para ajudar a diminuir o tempo de afastamento dos médicos, dar uma noção por cidade e Estado de quem já foi contaminado, mas não para a tomada de decisão de isolamento social. É preciso uma ação coordenada nacional para que as medidas tenham efeito”, completou Jailson Correia.



FolhaPE

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