Chefe da OMC, Roberto Azevêdo, deixará o cargo no final de agosto
Azevêdo não completará seu 2º mandatoFoto: Antonio Cruz/Agência Brasil
O brasileiro alegou questões familiares
"É uma decisão pessoal, uma decisão familiar, e estou convencido de que essa decisão serve aos interesses desta organização da melhor maneira possível", afirmou ele em uma videoconferência com membros da OMC.
A partida prematura do brasileiro ocorre no pior momento da economia mundial desde a Grande Depressão, na década de 1930. O comércio internacional é seriamente afetado pela pandemia de coronavírus, que causou o colapso da produção e acabou confinando mais de dois terços da humanidade.
A OMC atravessa uma profunda crise há meses, desde que os Estados Unidos se opuseram em 11 de dezembro à renovação do órgão de apelação em disputas comerciais. Os países membros recorrem a um órgão de resolução de disputas quando têm um litígio comercial entre si. Os processos de resolução são muito longos, geralmente duram anos, e o órgão de apelação é o que geralmente acaba resolvendo.
A renúncia de Azevêdo "acontece em um momento ruim para a instituição", estimou Sébastien Jean, diretor do Centro de Estudos Prospectivos e Informações Internacionais.
"O sistema comercial está profundamente desestabilizado por tensões anteriores, em particular as duras críticas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, as múltiplas violações de acordos, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e a paralisia do órgão de apelação. Sem esquecer as medidas adotadas em resposta à crise sanitária, em particular as diversas e variadas restrições às exportações", explicou à AFP.
Por: AFP
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