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quarta-feira, 13 de maio de 2020

NÁUTICO - GILMAR DAL POZZO

Gratidão, base, longevidade e título: Dal Pozzo comenta seu 1º ano à frente do Náutico

Com 36 jogos e um título nacional, Dal Pozzo completa um ano à frente do Náutico (Foto: Léo Lemos/Náutico)


Comandante alvirrubro relembrou momentos dessa segunda passagem pelo Timbu e destacou trabalho com base


Um ano. 365 dias. Um período de tempo que representa um ciclo de começo e fim para muitas pessoas está sendo transposto pelo técnico Gilmar Dal Pozzo à frente do Náutico neste dia 13 de maio. Contratado para substituir Márcio Goiano, que apesar de ter sido vice-campeão pernambucano sofria muitas críticas da torcida, o novo comandante chegou com o desafio de classificar o Náutico para a Copa do Nordeste logo na sua primeira partida.

Vivendo sua segunda passagem no comando do Náutico, Dal Pozzo chegou ao Náutico com a missão de vencer o Campinense por 2 a 0, em partida que seria disputada dois dias depois de sua chegada e apesar do pouco tempo, a missão foi cumprida. Algo que pavimentaria o caminho para vôos maiores e a conquista do título brasileiro inédito em 2019. 

Celebrando seu primeiro aniversário, o treinador do Náutico conversou com a reportagem do Diario de Pernambuco para relembrar momentos da sua segunda passagem pelo Timbu, falando sobre a confiança da diretoria, a gratidão pelo respaldo dado pela diretoria e o uso da base, além disso, contou um pouco das emoções do título inédito da Série C e elegeu o melhor e o pior momento no comando do Alvirrubro.

Neste dia 13, você completa 1 ano no comando técnico do Náutico. O momento da contratação foi complicado, pois implicou em chegar para a buscar a classificação na seletivas da Copa do Nordeste. Como foi o contato do clube e qual a sensação de estar fechando este primeiro ciclo?

“O sentimento é a mais pura gratidão. O Náutico confiou no meu trabalho me fez o convite e agora estamos completando um ano juntos. Quando o Diógenes (Braga) me ligou, ele colocou que haviam alguns desafios que teríamos pela frente, especialmente no ano passado. No meu primeiro jogo, já precisávamos vencer por 2 a 0 para classificar para a Copa do Nordeste e na estreia, com apenas um treino, conseguimos vencer e alcançar o objetivo, O principal objetivo em 2019 era o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro e chegamos com competência e com trabalho. Completar este ano é um motivo de muita alegria, algo que é muito difícil na nossa realidade do futebol brasileiro”, contou. 

O uso da base tem sido uma política do clube na gestão comandada pelo presidente Edno Melo. Foi um desafio proposto por ele? Como você enxerga essa visualização, uma vez que o Náutico, no ano passado, conseguiu fazer boas negociações de pratas da casa?

“Tínhamos outro desafio, que era trabalhar com a base e nós conseguimos revelar alguns jogadores. Hoje, nós trabalhamos com um plantel de 36 atletas, sendo que 17 deles são formados nas nossas divisões de base, ou seja, 45%, o que é um percentual bastante alto”. 

Esta é a sua segunda passagem pelo Náutico e já é mais longeva do que a primeira. Quais os principais motivos para essa longevidade? E as principais diferenças entre as duas passagens?

Comparando com a minha outra passagem pelo Náutico (2015-2016), a principal diferença que eu encontrei foi na gestão. As condições de trabalho são bem semelhantes. O nosso Centro de Treinamento é muito bem organizado, temos um excelente hotel também, mas tudo isso foi encontrado com uma diretoria diferente. Eles são muito seguros, muito transparentes e trabalham muito para manter os salários sempre em dia e isso foi determinante para o nosso sucesso. Quando o Edno e o Diógenes assumiram, juntos com os demais dessa gestão, o Náutico conseguiu seus objetivos. Voltar a vencer um estadual, subir para a Série B e revelar meninos da base. Tudo isso só é possível com planejamento e uma gestão muito segura.
É raro técnicos do futebol brasileiro chegarem a passar um ano no comando de um único clube. Como você vê essa questão da longevidade no futebol brasileiro? 

O trabalho de longa duração é aquilo que eu penso como verdade definitiva dentro do futebol, mas uma coisa é o que eu acho e outra é como o processo funciona. Por exemplo, a minha trajetória na Chapecoense foi vitoriosa, onde fiquei dois anos e fiz meu trabalho mais longo como técnico, porque me deixaram fazer um trabalho com início, meio e fim. Saindo da Série C, passando pela Série B e chegando à Série A. Eu vejo como a forma mais segura e de maior resultado, mas é claro que às vezes o trabalho não acontece e se deve interromper. A maioria das demissões acontecem por falta de coragem dos diretores em acreditar nas convicções e não se pautar apenas pelo resultado. Normalmente, em outros países, é assim que isso dá certo. Vemos muitos exemplos de técnicos com quatro ou cinco anos, vimos o Alex Ferguson, com mais de 20 anos à frente do Manchester United.

Quando foi contratado, o Náutico se encontrava em uma posição difícil na classificação da Série C e com sua chegada conseguiu uma arrancada com direito a classificação antecipada na primeira fase e depois bastante sucesso no mata-mata até chegar o título. Você considera o título mais importante da sua carreira?

Eu não tinha esse título brasileiro. Eu tinha outras conquistas, tinha os acessos pela Chapecoense, principalmente, o da Série B pela Série A, quando ficamos na vice-liderança, sendo que o Palmeiras foi o campeão, então, foi um desafio para mim também. Era um desejo meu. Para mim, foi o grande desafio. Começando pelo acesso, que foi muito difícil. Encontramos muita dificuldade nos dois jogos diante do Paysandu, mas pela nossa perseverança, confiança na nossa qualidade e uma gestão muito segura do Náutico, conseguimos o principal objetivo que era o acesso e depois com a vontade do time, do técnico, da torcida e da diretoria, nós fomos em busca do título e conseguimos. Eu tive outras conquistas importantes na minha carreira, mas esse eu valorizo muito pelo jogo contra o Paysandu, nos Aflitos, que foi um dos mais importantes da minha trajetória. FOi algo diferente de tudo que vivi. Foi muito emocionante. Acreditamos até o último minuto, empatamos no último lance e depois ainda tivemos que vencer nos pênaltis.

Durante este ano foram vários momentos marcantes na história do clube, com direito a conquista de um título nacional inédito. Certamente, há alguma memória que ficou mais marcada na cabeça do treinador como o melhor momento. Qual foi?

Sem dúvida foi o jogo do Paysandu. Aquele empate em 2 a 2. Um jogo histórico para mim e com certeza para o torcedor do Náutico também. Além disso, depois da conquista, tivemos aquela invasão que vai ficar marcada para sempre na minha história e sei que daqui 20, 40, 50 ou 100 anos, ela estará na lembrança dos torcedores alvirrubros. Teve o jogo do título contra o Sampaio Corrêa, mas aquele jogo, não tenho dúvida de que ele está acima da média, tanto para mim quanto para os funcionários da comissão técnica, para os atletas, para o torcedor, que construiu um capítulo muito bonito de sua história. 

Se o melhor momento foi contra o Paysandu, gostaria de saber qual foi o pior momento da sua trajetória nessa segunda passagem pelo Náutico?

A minha expulsão injusta contra o CRB. Não é do meu feitio, não é da minha conduta. Aquele jogo foi um misto de tristeza e revolta, pois nós precisávamos da vitória, não vivíamos um momento e jogávamos fora de casa. Então o árbitro vem e me expulsa injustamente. Injustiça para mim é algo muito grave e fiquei impotente naquela situação. No intervalo, eu consegui corrigir a equipe e montarmos uma estratégia para voltarmos bem para o segundo tempo e vencemos aquele jogo. 

Números de Dal Pozzo pelo Náutico

Primeira passagem (2015-2016)
28 jogos
15 vitórias
7 empates 
6 derrotas
42 gols marcados
24 gols sofridos
61,9% de aproveitamento

Segunda passagem (2019-2020)
36 jogos
19 vitórias
11 empates 
6 derrotas
55 gols marcados
33 gols sofridos
62,9% de aproveitamento

Total 
64 jogos
34 vitórias
18 empates 
12 derrotas
97 gols marcados
57 gols sofridos
62,5% de aproveitamento

DP

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