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sábado, 23 de maio de 2020

NÁUTICO - JOGOS INESQUECÍVEIS

Empate heróico, pênaltis e invasão marcaram acesso do Náutico em 2019

Torcida não conteve a emoção e foi para o gramado dos Aflitos comemorar (Foto: Paulo Paiva/DP Foto)


A série do Diario de Pernambuco relembra o dia 8 de setembro de 2019, data em que o Timbu viveu um dos dias mais intensos da sua centenária história


Todos os olhares de mais de 17 mil pessoas fixos para um jogador. Imóvel, em cima da linha da grande área, Matheus Carvalho observa a barra adversária. Foram menos de quatro segundos de caminhada em direção à bola. Tempo que pareceu uma eternidade. O estádio dos Aflitos emudeceu. Até a hora do chute. Firme. Certeiro. Decisivo. Bola no fundo da rede. E a explosão do grito de gol. O grito da heroica classificação à Série B. O gramado virou um mar de gente. Protagonistas de uma comemoração épica. Testemunhas de um jogo histórico.

A cobrança de pênalti que selou o acesso do Náutico, no ano passado, foi o último ato de uma partida para ficar na memória alvirrubra. A segunda parte da decisão pelo acesso na Série C. Depois de um empate em 0 a 0 em Belém, no jogo de ida, todas as emoções ficaram guardadas para a volta.

Primeiro, o nervosismo. Durante todo o primeiro tempo, o Náutico não conseguiu se aproveitar do apoio das arquibancadas. Pelo contrário. Como um time que estava “sentindo” a pressão pela vitória, acabou sendo envolvido pelo Paysandu, que foi para o intervalo vencendo a partida por 1 a 0, com um gol marcado por Vinícius Leite aos 24 minutos. 

Depois, a descrença. Quando se esperava uma reação alvirrubra, o Papão fez 2 a 0, aos nove do segundo tempo, com Nicolas. Time abatido, torcida começando a deixar os Aflitos. Enquanto isso, a transmissão da partida na televisão mostrava um torcedor do Paysandu fazendo gestos como se estivesse “cortando a cabeça” do Timbu. O recado era claro: “Acabou o jogo”. Mas segundo um ditado popular no futebol, “o jogo só acaba quando o juiz apita”.

Daí veio a esperança. O que aquele torcedor do Paysandu não acreditava (nem muitos dos alvirrubros que estavam nos Aflitos) é que o Náutico conseguiria voltar para o jogo. Aos 19 minutos, Álvaro, de cabeça, diminuiu. Sem outra alternativa, o Timbu partiu para o ataque. No abafa, na correria, empurrado pelo grito da torcida. Do jeito que podia. Tinha tudo para dar errado. A não ser que acontecesse o inesperado.

A euforia tomou conta dos Aflitos aos 49 minutos do segundo tempo. Naquele que poderia ter sido o último lance da partida, uma bola foi lançada na área do Paysandu e tocou no braço do jogador Uchôa, do time paraense. O árbitro Leandro Pedro Vuaden marcou pênalti. Foram três minutos de reclamação do elenco do Paysandu. Mas não teve jeito. A marcação foi mantida. Coube a Jean Carlos a responsabilidade de cobrar o pênalti. E aos 52 minutos, ele empatou o jogo, que foi encerrado logo após a cobrança.

Pênaltis

Começava a aflição. O Náutico havia conseguido o mais difícil, que era empatar um jogo dado como perdido. Mas havia um trauma no meio do caminho. A cobrança dos pênaltis seria realizada na mesma barra onde, 14 anos atrás, Ademar perdeu um pênalti que se tornaria histórico, para o mal. Impossível imaginar que essa lembrança não passou pela cabeça dos alvirrubros.

Mas a desconfiança foi indo embora a cada cobrança acertada. Principalmente quando o goleiro Jefferson defendeu o chute de Wellington Reis. E aí, depois de quatro pênaltis convertidos pelo Timbu, chegou a hora de Mateus Carvalho cobrar o seu. Era a hora do acesso. A hora da festa. Sem traumas. Uma batalha para chamar de sua.

Ficha técnica

Náutico 2 (5)
Jefferson; Hereda, Camutanga, Diego Silva e Willian Simões; Josa, Jiménez (Jhonnatan) e Jean Carlos; Álvaro, Thiago (Matheus Carvalho) e Rafael Oliveira (Wallace Pernambucano). Técnico: Gilmar Dal Pozzo

Paysandu 2 (3)
Motta; Tony, Micael, Perema e Bruno Collaço; Anderson Uchoa, Wellington e Tomas Bastos (Thiago Primão); Nicolas, Vinicius e Hygor. Técnico: Hélio dos Anjos

Local: Aflitos (Recife/PE)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS). Assistentes: Leirson Peng Martins e Lucio Beiersdorf Flor (ambos do RS)
Gols: Vinicius (aos 24 do 1ºT), Nicolas (aos 9 do 2ºT), Álvaro (aos 19 do 2ºT) e Jean Carlos (aos 48 do 2ºT)
Cartões amarelos: Matheus Carvalho (N); Caique, Uchoa, Thiago Primão, Nicolas, Mota (P)
Cartão vermelho: Perema (P): Diego (N)
Público: 16.662
Renda: R$ 622.183,00

As cobranças dos pênaltis

Náutico
Jean Carlos, Jhonnatan, Wilian Simões, Josa e Matheus Carvalho (acertaram)

Paysandu
Caíque, Tony e Uchôa (acertaram); Wellington Reis (errou). 

DP

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