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segunda-feira, 25 de maio de 2020

NÁUTICO - SANGUE VERMELHO E BRANCO

No Náutico desde o hexa, Araponga crê em volta breve e aponta "é horrível estar em casa"

'Sou otimista e acho que vai dar tudo certo para que em junho possamos voltar', disse. (Foto: Acervo Pessoal)


Funcionário mais antigo do clube, aos 78 anos, Araponga foi o primeiro alvirrubro a ser afastado, no início de março, devido à pandemia da Covid-19


Uma trajetória de vida que se confunde com a história de um clube. Esta pode ser a descrição do que significam para Severino Matias de Carvalho, mais conhecido como Araponga, os 51 anos de serviços prestados ao Náutico. Funcionário alvirrubro mais antigo, ele coloca que sente muitas saudades do dia a dia e espera ansiosamente o final da pandemia da Covid-19 para retornar às suas atividades com o Timbu. 

"É horrível estar em casa. Todas as coisas que têm para se resolver na rua são os meus filhos que fazem para mim. Faz 51 anos que trabalho no Náutico. Cheguei ao clube no ano do nosso hexacampeonato. Estou com 78 anos e tem sido muito difícil para mim. É uma vida inteira. Você se acostuma a estar sempre cercado com muita gente e agora tem que ficar em casa. Durante esse tempo, fiz muitas amizades. Gosto muito de todos que trabalham lá e sou muito amigo dos jogadores. Sou otimista e acho que vai dar tudo certo para que em junho possamos voltar", contou. 

Idoso, por estar incluído na população de maior risco para Covid-19, Araponga foi o primeiro funcionário a ser afastado do clube, ainda no início de março, dias antes da suspensão dos treinos, que aconteceu no dia 17 de março. Quase três meses após o início do seu isolamento, ele relata que a postura do clube tem sido muito boa com ele e com o restante dos funcionários, além disso, salienta que mesmo aposentado, pretende continuar trabalhando por muito tempo. 

"Essa diretoria é muito compreensiva, muito boas com a gente. Os documentos das férias, por exemplo, eles mandaram trazer até a minha casa para que eu assinasse. Fui o primeiro a ser afastado por causa da idade, mas eles tem pago a gente bem certinho. Acho que se tudo der certo vamos voltar logo a fazer o que nos gostamos. Eu já sou aposentado desde 2000, mas continuo trabalhando no clube e enquanto tiver força e vontade eu continuo."

Os melhores dos 51 anos

Durante sua trajetória no Náutico, Araponga viveu diversas alegrias. Estreante pé-quente, uma vez que chegou ao clube no ano do hexacampeonato (1963 - 1968) - maior sequência ininterrupta de títulos pernambucanos -, conquistado em 1968, o roupeiro possui participação em nove estaduais em sua história e um título da Série C do certame nacional. Para ele, suas maiores conquistas são bastante espaçadas no tempo, mais precisamente por 45 anos.

A primeira em 1974, quando o Náutico evitou que o Santa Cruz igualasse sua sequência de seis títulos, após ser campeão entre 1969 e 1973. A segunda foi o jogo do acesso diante do Paysandu, quando após sair perdendo por 2 a 0, o Timbu empatou e conseguiu a vaga na Série B nos pênaltis. 

"Minha família toda é alvirrubra desde eu e os meus irmãos. O meu primeiro grande momento no Náutico foi quando conseguimos evitar que o Santa Cruz igualasse o nosso hexa, do ano que eu cheguei ao clube. Precisávamos vencer os dois jogos para conseguir e foi o que aconteceu. Foi um momento de muita alegria para mim. E depois, o outro foi no ano passado. Eu estava nas cadeiras no jogo contra o Paysandu. Quando eles abriram 2 a 0, achei que não íamos chegar. Buscamos o empate e passamos nos pênaltis. Logo depois fomos campeões nacionais. Esses, para mim, são os meus melhores momentos no Náutico", frisou Araponga. 

DP

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