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terça-feira, 2 de junho de 2020

SANTA CRUZ - A VOLTA AOS TRABALHOS

Do retorno dos atletas, aos jogos e viagens: o passo a passo das atividades do Santa Cruz

"Nós vamos testar todos os atletas e iniciar os trabalhos em grupos menores", destacou Antônio Mário (Foto: Léo Albertim / Santa Cruz)


Todas as etapas da testagem e monitoramento, ao formato dos treinamentos, foram listadas e, detalhes pelo vice-presidente médico do Santa Cruz


Foram exatos 77 dias entre a suspensão oficiais dos jogos em Pernambuco a divulgação pelo governo do estado de um plano de reabertura dos diferentes setores econômicos, que prevê a volta aos treinos a partir do próximo dia 15 de junho. Durante esse intervalo, então sem projeção para a volta, as principais tarefas do Santa Cruz se voltaram para prover as receitas para manter as operações e traçar um planejamento para o retorno às atividades, a partir de reuniões diárias envolvendo as principais lideranças do clube.

O vice-presidente médico do Santa Cruz, Antônio Mário, peça fundamental para o desenvolvimento do planejamento de volta aos treinamentos. Por etapas, o clube traçou uma série de passos que devem ser adotados para que os atletas voltem à forma física e estejam aptos para o retorno aos jogos, que ainda não tem data específica para acontecer. Da volta dos jogadores ao Recife, testagem e monitoramento, ao formato dos treinamentos, foram listados os detalhes para o retorno do futebol no Tricolor.

A volta dos atletas
Antes de mais nada, o passo inicial é o retorno dos jogadores à capital pernambucana. Advindos de diferentes partes do país, como de comum a praticamente todos os clubes do futebol nacional durante o período de isolamento, boa parte dos atletas optou por deixar o Recife. "Primeiro, os atletas serão contactados para retornar e essa logística interna fica a cargo da diretoria administrativa e de futebol", explicou o vice-presidente médico.

Preparação da estrutura
Em paralelo a isso, o Santa Cruz vem preparando a estrutura para o local dos treinamentos, com obtenção de materiais como máscaras, luvas, álcool em gel e outros utensílios necessários para a realização das atividades, que a princípio devem acontecer no Centro de Treinamentos Ninho das Cobras.

"Vamos usar as dependências do CT. Serão feitos módulos de avaliação e isolamento, por conta da área física, pois o espaço facilita a ter um grupo reduzido e mais espaçado", destaca Antônio Mário, sem descartar o possível uso do Arruda, sobretudo para os jogos quando liberados. "Poderemos em algum momento utilizar especificamente as duas áreas, mas a princípio será no CT, por ser mais espaçoso e demandar menos pessoas para operação. Se houver o mesmo controle que devem ter em todos os estádios, por quê não (utilizar o Arruda)?"

Outro ponto necessário será a minimização do apoio presencial de demais funcionários na rotina de treinamentos. "Vamos reduzir ao máximo o número de pessoal envolvido. Utilizar o mínimo necessário de pessoas nos processos para que a gente tenha um controle maior, como massagistas e funcionários da segurança do clube, por exemplo."

Testagem e monitoramento
Com isso, o plano de ações do Santa Cruz passa para a próxima etapa, com a testagem e o monitoramento dos atletas, que estão previstas para iniciar no dia 15 de junho, com testagem em massa porém com divisão em grupos, mantendo um acompanhamento contínuo da saúde dos funcionários.

"Uma vez que estejam aqui, nós vamos testar todos os atletas e iniciar os trabalhos em grupos menores, pequenos. Não mais do que cinco a seis atletas em cada grupo e a testagem dos envolvidos no processo do retorno. Teremos um questionário epidemiológico que será respondido todos os dias. À noite, após a atividade, e todo dia pela manhã, antes dos atletas comparecerem ao clube, para acompanhar se esses atletas se encontram bem, sem sintomas", explica.

"Na primeira volta, nós vamos fazer geral o exame sorológico com todos. Se algum atleta der 'ok' para a doença, ele será afastado e vai passar 14 dias. Leva-se de dois a três dias, cerca de 48 horas para sair o resultado do exame, e depois de colhidos os resultados começará a atividade física propriamente dita. Quem estiver com IGG positivo, estiver imune, o atleta estará liberado sem problema nenhum, e vamos clinicamente avaliar todos dia a dia, através desse questionário e da temperatura", completa.

Ainda segundo o vice-médico coral, os clubes aguardam um aceno da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) pelo custeio dos testes, que podem ser realizados mais de uma vez. "Estamos aguardando a definição pela federação, se ela vai poder nos ajudar com os testes, mas também estamos providenciando dentro das nossas necessidades. É possível que durante o treinamento, depois de uma semana e de sete a dez dias, a gente faça novos testes no grupo devido ao intervalo imunológico."

Treinamentos
A partir da triagem e dos resultados dos exames, terão início as etapas de treinamentos. Primeiramente físicos, evoluindo para atividades com bola ao longo do tempo, mas provavelmente no primeiro dia, os atletas não terão contato com seu principal instrumento de trabalho.

"Provavelmente, não trabalharão com bola. Primeiro vamos receber os atletas e avaliar clinicamente. E vamos fazer os exames. No campo, serão divididos em grupos pequenos de quatro a seis atletas, não mais do que isso. Eles treinarão em horários diferenciados, cada um usando o seu próprio material trazido de casa. O atleta treina e sai, evitando o uso de vestiários. Ao chegar no clube, será realizada a aferição de pressão arterial, ser vista a comissão do departamento médico para que eles possam treinar diariamente", declarou Antônio Mário.

À medida em que o grupo for trabalhando fisicamente e que o monitoramento apresentar estabilidade na saúde dos jogadores, os treinamentos em campo serão escalonados. "Os atletas serão sempre mantidos nesses grupos, até uma segunda fase de treinamentos. Na parte tática, é uma condição que compete à comissão técnica. Mas para chegar a esse momento, teremos que evoluir por etapas. Primeiro o condicionamento físico e então vamos evoluir passo a passo. Vamos monitorando os grupos, e à medida em que não apresentem sintomas, eles vão se juntando com o passar dos dias. Uma semana ou duas, por exemplo, poderá fazer trabalhos com grupos maiores, ataque, defesa, trabalhos específicos. A comissão técnica que vai ver no momento necessário."

Jogos e viagens
Já para a realização de partidas e viagens de longa distância, sobretudo para o Campeonato Brasileiro da Série C, Antônio Mário afirma que o clube necessita da formalização das datas para evoluir a etapa do planejamento.

"O protocolo da CBF é genérico e de orientação, e cada clube tem o seu próprio protocolo, que se baseia nisso, mas também em sua própria realidade. Não temos ainda um calendário e ele é fundamental para isso. Ainda não sabemos quando vão começar o Pernambucano, a Copa do Nordeste e o Campeonato Brasileiro. Então, dessa informação para pensar na estrutura, principalmente de logística de viagem, que estão diminuindo no país inteiro. E dependendo do tempo de jogos, vamos adaptando os nossos protocolos, tanto no ponto de vista epidemiológico quanto desse ponto de vista específico. Depende do calendário."

Entretanto, o vice-presidente médico ressalta que todo o planejamento leva em consideração o cronograma estabelecido pelo governo do estado assim como o Ministério da Saúde, projetando um intervalo necessário para a realização de partidas, que pode sofrer alterações de acordo como calendário de jogos que será divulgado.

"Isso tudo depende muito do calendário de competição, que é fundamental. Na minha opinião, necessitamos de em torno de três semanas para voltar as competições. Segundo o departamento físico e técnico, é preciso de três semanas para que a gente recoloque o elenco em ritmo de competição, numa preparação ideal para que não seja queimada nenhuma etapa", concluiu.

DP

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