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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

FERNANDO DE NORONHA

Trade turístico de Noronha pede intervenção federal


Fechada para atividades turísticas desde o dia 21 de março, a Ilha de Fernando de Noronha deixou de ser um dos roteiros mais procurados do Brasil. Quem mais sofre com isso é a população, que fica sem a sua principal fonte de renda. O donos das pousadas e outros equipamentos turísticos da Ilha já não sabem mais o que fazer e cobram uma resposta do Governo de Pernambuco, que ainda não definiu um data para a retomada das atividades em um dos lugares mais bonitos do mundo. Segundo os proprietários, Fernando de Noronha é o único local do Brasil onde o governo não prevê reabertura, a partir de algum formato de protocolo.

De acordo com os donos de pousadas, mais de dois mil empregos foram perdidos em Fernando de Noronha desde o encerramento das atividades e muitas das pousadas não vão mais conseguir reabrir as portas. Para eles, o problema é que o Governo do Estado ainda não deu sinal positivo para o protocolo, que prevê a reabertura da Ilha para setembro.

“A situação é preocupante, estamos há cinco meses fechados, aumentando o endividamento. E o pior é que não temos uma data definida para a reabertura, precisamos nos programar para isso e os turistas também precisam de tempo para fazer suas reservas”, diz uma fonte que não pediu para não ser identificada.

Ela reclama, ainda, do protocolo de segurança previsto para ser cumprido na Ilha. “O protocolo aumenta o custo do turismo na ilha para todo mundo. Se um turista na Ilha der resultado positivo para a Covid-19 pode ficar impedido de viajar por 14 dias. Assim, é difícil para o turista continuar vindo”, completa. 

“O cenário é deprimente. Em virtude de 99% da economia da Ilha girar em torno do turismo, já existem empresários, condutores e pescadores em dificuldades profundas. Fala-se de reabertura agora em setembro, mas o que deixa todos apreensivos é exatamente isso. Falta de uma data certa para as vendas e adaptações necessárias à nova realidade”, pontua um dos conselheiros da Ilha, que também não quis se identificar. Ele pede que o governo do Estado tenha sensibilidade e crie critérios para a volta das atividades turísticas, com uma reabertura segura. “Mas precisa abrir. Já são mais de cinco meses sem renda”, conclui.

“Nenhum apoio foi dado para ajudar o turismo da Ilha a superar esta crise. O governo do Estado não fez um planejamento para Fernando de Noronha. Se tivéssemos uma data definida para a reabertura das atividades, poderíamos vender pacotes para os próximos meses. Sem essa definição, ficamos sem alternativa. A população de Noronha está se unindo para que o governo defina esta data”, pontua outra fonte segura.

Ela também reclama do protocolo de segurança da Secretaria de Saúde do Estado para Ilha, que considera absurdo, exigindo que qualquer cidadão vindo de fora, inclusive ilhéus, fique dois dias de quarentena, para só assim fazer os testes, que são enviados para o continente. Ou seja, os resultados só chegam com no mínimo mais dois dias, pois não há testes na ilha.

Diante da situação, diversas entidades de Fernando de Noronha estão se mobilizando para realizar um protesto, cobrando do governo de Pernambuco a definição de uma data para a retomada das atividades turísticas na Ilha.

Denúncia

Mesmo sem sinal do governo do Estado em relação à abertura da Ilha, a gestão segue aparecendo de forma negativa. Em julho deste ano, o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) iniciou uma auditoria para investigar um valor alto em pesquisa científica sobre a covid-19. No Portal da Transparência, o valor se destina à pessoa física de Mozart Júlio Tabosa Sales. 

Mozart Sales é ex- ministro interino da Saúde do governo Dilma. Durante a gestão, ele foi associado a escândalos na Hemobras. Hoje, Mozart é assessor do secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo. 

Segundo fontes seguras, a pesquisa com orçamento altíssimo é uma das alegações que impossibilitam o retorno das atividades turísticas do Arquipélago de Fernando de Noronha, que segue como um dos poucos lugares sem perspectiva ou plano de governo para um possível retorno.


por Magno Martins

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