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domingo, 11 de outubro de 2020

CRISE NO SETOR DE EVENTOS

 Líder da ABEOC PE relata drama do setor de eventos
















A crise causada pela pandemia do novo coronavírus atingiu diversos segmentos. Um dos primeiros a sofrer grande impacto econômico foi o setor de eventos, que enfrenta lenta recuperação. A presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos – Estadual Pernambuco (ABEOC PE), Tatiana Marques, relata o drama vivido por empresários e profissionais da área, com alto índice de desemprego e fechamento de empresas. “A situação é desesperadora. Estamos gritando por socorro”, desabafa.

De acordo com ela, o poder público não atendeu a algumas reivindicações que ajudariam a categoria a ter fôlego nesse momento difícil: “Não tivemos atenção da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado. Não houve compreensão com as dificuldades enfrentadas pelos profissionais do setor e apoio para sobrevivência. Pedimos algumas demandas simples que não foram atendidas, como adiamento e parcelamento de impostos. A explicação dada é difícil de ser entendida: foi dito que não se pode renunciar a impostos, mas como se a Prefeitura propôs a antecipação de IPTU de 2021?”

“Também não houve auxílio para pequenos fornecedores: técnico de luz, profissional de som, barman e demais prestadores de serviço não tiveram cesta básica nem direito ao auxílio emergencial do Governo Federal porque o benefício se baseava na renda anterior dos trabalhadores do setor, que superava o teto estabelecido. Todo mundo foi esquecido”, prossegue Tatiana Marques. Ainda segundo a presidente da ABEOC PE, a situação não foi mais grave porque houve apoio do Movimento Pró-Pernambuco (MPP).

Ela conta que a ABEOC PE participou da construção de protocolos sanitários para a retomada das atividades. Mesmo assim, há entraves que impedem a retomada. “Não existe uma projeção de recuperação porque não existe uma segurança dada pelos governos de quando as coisas vão entrar nos trilhos. A gente começou com a liberação de até 100 pessoas em eventos, aumentou para 300 e isso traz uma melhora. Mas o fato de dança não estar liberada, por exemplo, inviabiliza qualquer evento social. Como você vai fazer uma festa de casamento sem as pessoas poderem dançar? São critérios estranhos”, reclama.

“Quando houve a liberação de 1,5 mil pessoas por evento, o Ministério Público questionou o Governo do Estado. O setor se sente muito inseguro também porque não existe exemplo a ser seguido. Enquanto nós estávamos parados, vimos as convenções e atos políticos serem divulgados nas próprias redes sociais dos candidatos, desrespeitando todos os protocolos de segurança. A grande alegação é que os eventos levam as pessoas a estarem juntas, o que é verdade, mas coloca uma regra muito severa para a gente e durante todo o mês de convenções, nada disso foi respeitado pelos políticos. Não estamos sentindo coerência”, continua Tatiana.

A presidente da ABEOC PE ressalta que o setor entende a necessidade de haver medidas restritivas e diz que a cadeia de eventos “não quer trabalhar a qualquer custo”, mas que “os efeitos têm sido severos”. Para Tatiana, Pernambuco também sai atrás na retomada em relação a outros estados nordestinos pelos problemas estruturais do Centro de Convenções (Cecon-PE), localizado em Olinda.

“Antes da pandemia, o setor já vinha abalado porque o nosso Centro de Convenções enfrenta uma situação muito difícil. A cadeia se questiona quando o Cecon vai estar preparado para que os nossos clientes e patrocinadores possam voltar a fazer eventos. Isso prejudica todo o setor de eventos e o turismo também. Temos excelentes centros de convenções em Salvador, Fortaleza e João Pessoa. Estamos cercados de bons concorrentes. O Governo precisa ver uma forma para que voltemos a oferecer um padrão de execução de eventos com a qualidade que o mercado exige”, enfatiza.  


Houldine Nascimento

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