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sábado, 17 de outubro de 2020

EFEITO CORONAVÍRUS

Pandemia do novo coronavírus silencia o Centro do Recife

Nas vias históricas da Cidade, é possível perceber o esvaziamento como um dos efeitos do novo coronavírus



 Não faz muito tempo, quem andasse pelo Bairro do Recife precisava prestar atenção para não esbarrar em alguém. Nas alamedas da avenida Rio Branco e da rua da Moeda, trabalhadores e turistas escolhiam entre caminhar em linha reta ou ziguezagueando de uma a outra calçada para almoçar, tomar café ou admirar a arquitetura dos séculos passados.

Hoje, seis meses após a chegada de uma pandemia que infectou mais de 35 mil recifenses, a zona histórica e turística da Capital pernambucana é dominada, na maior parte das horas, pelo silêncio. Para garantir uma volta sustentável da vizinhança que traz o DNA e o coração da Cidade, atores da sociedade civil e do setor produtivo defendem um planejamento por meio do diálogo amplo com o poder público. 

A Prefeitura do Recife  destaca o incentivo a projetos imobiliários no entorno do Porto do Recife e de valorização de imóveis de valor artístico e cultural. Ao também apoiar as empresas que pretendem se instalar ou investir em empreeendimentos na região, a gestão tem atuado como porta de entrada e articulação com as entidades,  fornecendo informações estratégicas para encontrar as melhores condições e local para o sucesso dos negócios.

Nesse panorama, um ponto crucial, na opinião de líderes e especialistas ouvidos pela Folha Mais, é atrair novos moradores ao Centro. Quarta vizinhança com menos moradores e a terceira menor em densidade demográfica entre os 93 bairros do Recife, o “Antigo” é rodeado por outras duas localidades pouco habitadas: São José e Santo Antônio, que, perto de Santo Amaro e Boa Vista, têm potencial para crescer e impulsionar economicamente a área.


Presidente do Movimento Pró-Pernambuco e da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), Avelar Loureiro Filho é taxativo.

“A solução para você revitalizar o Centro do Recife é trazer pessoas para morar”, avalia. “Há prédios históricos, mas há muitos que são antigos, ou seja, já passaram do período de vida útil, são das décadas de 50, 60 e 70 e hoje já não servem mais para as habitações como a gente concebe atualmente, seja para as classes altas, médias ou baixas. Teria que se fazer um grande pacto com os setores construtivo e comercial, movimentos sociais, governos municipal e federal, já que há áreas da Marinha, do Exército e de outras autarquias”.

Na avaliação de Loureiro Filho, o Bairro do Recife, por abranger um território pequeno, não absorve apenas a demanda de quem mora lá e precisa ser alimentado pela movimentação das localidades vizinhas.

“Tem que ter uma densidade populacional residente e permanente em Santo Antônio, São José, até no Cabanga. O turista preenche um pedaço, o Porto Digital, um outro pedaço, mas você tem que ter vida de dia e de noite. Uma cidade que é boa para o turista é aquela que é boa para o morador. Então você não pode segregar as pessoas que moram do lugar do turismo. Se não pensarmos de forma integrada, dificilmente vamos resolver”, afirma.

FolhaPE

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