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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

A CONVERSA É SEMPRE A MESMA

 Samba de uma nota só

Faltando quatro dias para a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que acontece na próxima segunda-feira, a temática se resume ao impeachment do presidente Bolsonaro como nota de um samba só. Falando no Frente a Frente da última terça-feira, quando esteve no Recife, o candidato do MDB e do bloco da oposição, Baleia Rossi (SP) disse que não se comprometeu pela abertura da investigação, mas apenas em analisar.

Ontem, falando com jornalistas em Brasília, o deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato a presidente da Câmara com o apoio do Planalto, disse que é necessário ter “cuidado” ao discutir a possibilidade de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre a gestão da pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro. “Qualquer CPI tem seus pré-requisitos e eu não posso, como presidente, ou candidato a presidente e presidente se os nossos amigos escolherem, dizer ‘eu vou instalar essa comissão ou não vou instalar essa comissão’”, declarou.

E acrescentou: “Precisa das 171 assinaturas, precisa de um fato específico, precisa de um fato gerador claro, precisa que essa situação não seja politizada. Acho que nesse assunto pandemia nós temos que ter muito cuidado. Não é momento para que a gente tensione politicamente. Se tiver fato determinado, qualquer assunto, e tiver o pré-requisito de assinaturas, não tem problema, essa Casa vai discutir. Só não pode precificar e falar sobre hipótese”.

O principal adversário de Lira na eleição, Baleia Rossi (MDB-SP), disse em entrevista ao Frente a Frente: “Papel do parlamentar é legislar, fiscalizar e representar as suas bases. E quando se diz fiscalizar, um dos instrumentos cabíveis é uma CPI. Vamos aguardar para ver se os requisitos estão contemplados para poder tocar essa agenda”.

Antes, Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara e principal articulador da campanha de Baleia, havia se declarado favorável a uma comissão para investigar a conduta do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, durante a pandemia. Lira é aliado de Bolsonaro. Aproximou-se do presidente da República ao longo de 2020. Concorre à principal cadeira da Câmara com apoio do governo federal. Também é líder do grupo conhecido como Centrão.

Sem receita 

Arthur Lira tem dito que não há uma receita para lidar com o coronavírus. Por isso, não haveria um parâmetro para avaliar a gestão. “Não temos uma receita de bolo”, diz ele, que pondera também que mesmo países desenvolvidos estão com problemas. O Brasil tem até o momento 218.878 mortes confirmadas pelo coronavírus. Teve destaque no noticiário o caso de Manaus (AM), que ficou sem oxigênio para tratar os pacientes da doença. Pazuello foi à cidade no sábado passado

Lira favorito 

 Se a eleição na Câmara fosse hoje, provavelmente Arthur Lira seria eleito presidente. A votação será em 1º de fevereiro, e o cenário pode mudar até lá. Para ser eleito é necessário ter ao menos 257 votos, caso todos os 513 deputados votem. Quem vencer terá mandato de dois anos à frente da Casa. Além de Lira e Baleia, outros sete deputados se colocam na disputa. Têm, porém, poucas chances de obter votação expressiva.

Influência 

O presidente Bolsonaro afirmou, ontem, que vai, “se Deus quiser, participar e influir na presidência da Câmara”. A declaração foi feita depois de um café da manhã com 30 deputados do PSL e transmitida na página oficial da deputada Carla Zambelli (SP). “Viemos fazer uma reunião com 30 parlamentares do PSL. Vamos, se Deus quiser, participar e influir na presidência da Câmara com esses parlamentares, de modo que possamos ter um relacionamento pacífico e produtivo para o nosso Brasil”, disse.

PSL dividido 

O PSL, presidido pelo deputado pernambucano Luciano Bivar, integra o bloco de apoio de Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão e apoiado pelo Planalto na disputa pela presidência da Câmara. A cúpula do PSL, no entanto, preferia Baleia Rossi (MDB-SP), principal adversário de Lira. Os blocos são formados em toda eleição da Câmara. Candidatos a presidente da Casa tentam aglutinar o maior número de aliados para ter maioria de votos também na Mesa Diretora.


por Magno Martins

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