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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

NÁUTICO - O ÍDOLO KUKI

20 anos de Kuki pelo Náutico, um ídolo do futebol pernambucano

Foto de 09/07/04, quando pela Série B, o Timbu derrotou o Marília (Foto: Ricardo Fernandes/DP Foto)


Ídolo de gerações, o 'Baixinho' conversou com a reportagem do Esportes DP e falou sobre futebol, sua trajetória dentro e fora de campo, respeito entre as torcidas rivais e a retomada do bom futebol do Timbu pela B


Pelos Aflitos, a trajetória de Sílvio Luiz Borba, também conhecido por Kuki, teve início em 4 de janeiro de 2001, exatos 20 anos atrás. Tricampeão pernambucano, o ex-atacante, entre idas e vindas, entrou em campo 387 vezes e anotou 184 gols vestindo as cores do Náutico: além de ser o jogador com maior número de presenças, é o terceiro artilheiro da história do Alvirrubro, o jogador que extrapolou os limites da Avenida Conselheiro Rosa e Silva e se tornou referência ao torcedor pernambucano pela postura profissional dentro e fora das quatro linhas.  

Os 20 anos dedicados ao futebol do estado foram retratados por Kuki, ex-goleador e atual auxiliar técnico, com agradecimento à Instituição - pela oportunidade de portar o uniforme alvirrubro e escrever lindas páginas na história centenária do clube. “Antes de tudo, gratidão. Vou ser sempre grato ao clube por tudo que tenho vivido aqui dentro desde então. Sendo férias ou não, todo dia estou no CT Wilson Campos, procurando me inteirar sobre o que se passa. Na fase boa ou ruim, sempre estamos aqui. Sou muito grato pela história construída nesses 20 anos. Sempre tive o apoio do torcedor, que reconhece o meu trabalho, que nunca jamais objetivou passar por cima de alguém”, disse o Baixinho.

Completando a tríade dos principais artilheiros da história do Náutico, ao lado dos lendários Bita, 223 gols, e Fernando Carvalheira, 185, Kuki é, definitivamente, o maior ídolo dos torcedores alvirrubros que não viram a conquista do hexacampeonato estadual, na década de 1960. Embora vivo na memória dos que assistiram o Timbu conquistar três Campeonatos Pernambucanos entre 2001 e 2004, Kuki mantém a conexão com as novas gerações de torcedores alvirrubros pelos registros das jogadas, gols e taças levantadas - e, é claro, por meio das histórias contadas com saudosismo pelos torcedores e torcedoras que viram o Baixinho desfilar Aflitos afora.

Sobre resgate de memória e o legado dos ídolos do futebol pernambucano às gerações futuras, Kuki traçou o cenário ideal para que se mantenha acesa a lembrança dos jogadores que, outrora, fizeram história nos gramados pernambucanos. “Nós, brasileiros, deveríamos valorizar mais os ídolos. Na Europa, há eventos onde os jogadores que marcaram a história do clube são lembrados pelos torcedores e Instituição. Temos que enaltecer a história do Trio de Ferro, Náutico, Sport e Santa Cruz, que são clubes grandes, com muita história”.

A trajetória que teve início há exatos 20 anos, foi interrompida duas vezes. Na primeira, em 2002, foi parar na Coreia do Sul, emprestado por cerca de £ 300 mil ao Jeonbuk FC. À época, o país asiático sediava a Copa do Mundo da FIFA e, por lá, o ídolo alvirrubro atuou durante cinco meses. De volta ao futebol pernambucano, Kuki passou mais cinco anos nos Aflitos, até, em 2007, ser emprestado ao arquirrival Santa Cruz. Pelo Arruda, pouco jogou - a camisa tricolor não vestiu bem no eterno artilheiro alvirrubro. Logo, retornou à casa e, dois anos depois, pendurou as chuteiras oficialmente.

“Desde 2002, eu digo que ao aposentar, continuaria trabalhando pelo Náutico. Comecei pelas categorias de base, em 2010, e depois fui alçado ao profissional, com a chegada de Roberto Fernandes. Ele me puxou para o profissional e há 10 anos estou aqui”, conta Kuki, atual auxiliar técnico do Timbu.

Numa década repleta de ídolos atuando em alto nível pelos seus clubes, o Baixinho dos Aflitos conseguiu, pela sua postura dentro e fora de campo, conquistar a reverência do torcedor pernambucano. Deixando de lado a rivalidade, Kuki falou sobre o respeito mútuo entre ele e os eternos rivais do Timbu. “As três torcidas sabem que eu tenho um respeito muito grande por Náutico, Santa Cruz e Sport. Porque eu sei o sacrifício e dedicação que os fanáticos fazem para guardar um dinheirinho e estarem na arquibancada aplaudindo seus ídolos e vibrando pelo time do coração. Futebol lida com paixão e o pernambucano sabe que eu tenho um respeito muito grande, de coração. Sempre deixei claro, sem fazer média - até porque não preciso. Eu sou cidadão do Recife e de Pernambuco, são 20 anos dedicados ao futebol pernambucano e, agora, às causas sociais, onde estou me engajando muito”.

Aos 49 anos, Kuki é auxiliar técnico do Náutico e tentou seguir carreira no ramo da política, onde se candidatou ao cargo de vereador da cidade do Recife, pelo PSB, porém recebeu pouco mais de 1300 votos da população pernambucana. Sobre o atual momento do Timbu, que vem de cinco jogos sem perder e retomou o futebol virtuoso sob o comando de Hélio dos Anjos, o ídolo alvirrubro esboçou que o seu time do coração não cai.

“Hélio está conseguindo, em um curto espaço de tempo, implantar a filosofia de trabalho dele. Eu tive o prazer de trabalhar com ele, conheço bem e gosto muito da maneira que prepara o elenco. Temos tudo para sair do Z4. Dentro de campo, vamos buscando o nosso espaço e, daqui de fora, torcendo para a gente sair dessa situação desconfortável”.


DP

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