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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

SALGUEIRO - VOLTOU ATRÁS

Em coletiva de imprensa, presidente do Salgueiro explica recuo e nega 'marketing'

Presidente do Carcará nega que decisão do clube sertanejo tenha sido marketing (Foto: Reprodução/TV Sol)



Zé Guilherme, presidente do Carcará, em entrevista à imprensa salgueirense, explicou a decisão 'desesperada' desta terça-feira


A poucas horas do sorteio da Copa do Nordeste 2021, o Salgueiro recuou sua decisão de não disputar a competição regional. Na manhã desta quinta-feira (4), a diretoria do clube sertanejo se reuniu com os jogadores e membros da comissão técnica do campeão pernambucano e convocou uma coletiva de imprensa para explicar a decisão após enviar, nesta quarta-feira (3), o ofício que oficializou o pedido de desistência da Copa do Brasil e do Nordeste. O presidente do Tricolor, Zé Guilherme, na coletiva de imprensa, falou sobre a decisão 'desesperada' de deixar as competições, o conseguinte recuou e a negociação com o Náutico junto a FPF-PE para garantir o valor da premiação da Copa do Brasil. 

 “Mandei a carta à FPF, mas a CBF não aceitou. Hoje, a imprensa do Recife liga para mim. Mais cedo me sentei com meus atletas, agora, converso com a imprensa de Salgueiro e, depois, falo com os jornalistas recifenses. Durante a reunião, a CBF me ligou dizendo que a vaga do Salgueiro estava retornando para a gente. É fácil dizer que eu ia acabar com o sonho da cidade, mas ele não é só do município, mas meu também. Precisava do dinheiro para pagar os jogadores. Teve um atleta que suplicou dinheiro para pagar a pensão alimentícia e não ser preso. Já imaginou um jogador do Salgueiro ser preso por não receber salário?”, disse o diretor salgueirense, que depois explicou a negociação com o Náutico.

Sobre o ofício enviado à Federação Pernambucana de Futebol, Zé Guilherme garante que, sem a verba e ‘se não tiver jeito’ para arrecadar recursos, o Salgueiro fechará as portas.

“O que eu sofri nesses últimos 20 dias foi muito complicado. Tive que tomar uma decisão desesperada. No ano passado, veio a pandemia e complicou a vida de todo mundo, com o Carcará não está sendo diferente. Depois do estadual, onde fomos campeões, teve a Série D. Eu não tinha condições de deixar a competição porque sofreria sanções. Hoje a Quarta Divisão não tem cota, mas a desistência implica em dois anos longe de competições nacionais. Adiantamos R$ 250 mil da premiação da Copa do Brasil 2021, metade do valor, para pagar os salários atrasados do ano passado. Tenho certeza que, agora, se não tiver jeito o clube se acaba”, afirmou.

A confusão gerada pela saída dos sertanejos fez com que o Náutico fosse, no entendimento da FPF, o substituto imediato do Carcará nas competições a nível regional e nacional. Após a oficialização da desistência, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no entanto, sinalizou que a vaga seria do Itabaiana-SE, que foi eliminado pelo Santa Cruz nesta terça-feira (2), pelo pré-Nordestão. 

PERSEGUIÇÃO POLÍTICA?

No ofício enviado à FPF, a diretoria do Carcará alegou problemas financeiros, entre eles a escassez do patrocínio da prefeitura e, no atual período de pandemia, de bilheteria. A crise do Salgueiro passa pelas questões políticas do clube e da cidade sertaneja, como dito pelo presidente tricolor, Zé Guilherme, a ‘politicagem’ salgueirense. 

No ano passado, o ex-prefeito Clebel de Souza Cordeiro (PL) disputou as eleições municipais e saiu derrotado para o atual gestor Marcones Libório de Sá (PSB). A divisão política da cidade foi levada ao futebol e o administrador eleito afirmou, após sua posse, que não investiria, devido à crise da pandemia da Covid-19, recursos públicos no primeiro campeão pernambucano do Sertão.

Sem a cota de patrocínio, o prefeito garante que ajudará na manutenção do estádio Cornélio de Barros. A desistência do Salgueiro Atlético Clube da Copa do Brasil pode ser entendida como uma manobra política para desgastar a situação que gere a prefeitura da cidade sertaneja. Na coletiva de imprensa, Zé Guilherme, manda-chuva do Carcará, deixou clara a decisão diante da postura do atual prefeito e negou que tenha sido jogada de ‘marketing’ do clube sertanejo.

“Se o Carcará não confirmasse [a saída da Copa do Brasil], Pernambuco não teria direito à vaga. Não foi marketing, foi a 'mão de Deus' que fez a CBF ligar para mim e fazer o Salgueiro recuar a decisão. O prefeito foi eleito e eu precisava fazer o planejamento de 2021. Como vou fazer isso sem o dinheiro garantido. O Salgueiro tem fama de pagador. Só não pagamos parte de dezembro aos atletas. Procurei o prefeito, mas ele disse, por conta da Covid-19, que não ajudaria o Carcará em 2021. Embora isso possa ser revertido, faz muita falta. Sofremos muitas perdas de recursos, mas estamos tentando uma saída”.

O presidente ainda garantiu que o Salgueiro pegou emprestado R$ 50 mil do jogador Ciel, emprestado no início de 2021 ao Caucaia, do Ceará. 

Sem os recursos da prefeitura nem do público que frequentava o Cornélio de Barros, o rombo fez com que o Salgueiro afundasse numa crise financeira, agoniante. O presidente do clube explicou o porquê da decisão de princípio em sair da Copa do Brasil e do Nordestão, que possuem premiações milionárias.

182 dias após a conquista do inédito Campeonato Pernambucano, o Salgueiro vive o momento mais delicado dos seus 48 anos de história.

DP

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