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quinta-feira, 25 de março de 2021

A PERGUNTA DE PEDRO CORRÊA

 Só Lula não é pecador?

Se Lula, que comandou a quadrilha do mensalão, foi condenado, preso e já está livre, que futuro então está reservado aos mais de cem larápios, que, como ele, meteram a mão no dinheiro alheio, quebraram a Petrobras e foram responsáveis pelo maior escândalo da República do século? Com a palavra o Supremo Tribunal Federal, primeiro o ministro Edson Fachin, que atestou a santidade de Lula, depois o ministro Gilmar Mendes, que perseguiu e, finalmente, transformou Sérgio Moro de herói a bandido.

O Brasil não é um País sério, atribuíram esta frase a De Gaulle, ex-presidente francês que comandou as Forças Livres durante a Segunda Guerra Mundial. Nunca se provou, mas o Brasil é uma bagunça, um País sem lei, injusto socialmente e economicamente, uma republiqueta de quinta categoria. Sua justiça é injusta, só funciona para ladrão de galinha. Ladrão que mete a mão no meu, no seu, no dinheiro de todo cidadão que paga imposto, faz letra morta a mesma lei que aprisiona os pequenos sem dinheiro para recorrer a advogados movidos à dólar.

Ex-deputado federal preso pelo mesmo pecado cometido pelo ex-presidente Lula, Pedro Corrêa tem razão de sobra quando afirma, como fez ontem no Frente a Frente, que vai exigir a mesma regalia dada a Lula pela mais alta corte da justiça, o STF. O petista gatuno já está livre, com direitos políticos restaurados para disputar à Presidência da República, enquanto Corrêa, mesmo já tendo cumprido os rigores da lei de uma pena de 7 anos e três meses, continua preso em casa, usando tornozeleira.

Detido porque o ministro Luís Roberto Barroso, relator, engavetou o processo e se nega a soltar o ex-deputado. Corrêa já fez de tudo, seus advogados agiram, cumprindo todos os prazos legais, recorreram a todos os recursos previstos na lei, mas Barroso não está nem aí. Ignora o sofrimento do réu e nem respeita o princípio legal de que cumpriu integralmente sua pena. Comparado ao caso Lula, dois pesos, duas medidas. Justiça não pode discriminar nem privilegiar, menos no Brasil, o País da justiça torta.

O STF já atestou que Lula não é um pecador igual aos mais de 100 envolvidos na Lava Jato. Tudo bem, mas o que vai acontecer, por exemplo, com os que fizeram delação premiada e devolveram R$ 5 bilhões que roubaram para terem suas penas abrandadas? Pela lógica, já que o ex-juiz Sérgio Moro foi julgado suspeito de comandar a Lava Jato, tudo por ele julgado não vale nada. Se não vale para o ex-presidente, está, consequentemente, inválido para os demais condenados. Esses terão o direito de pedir de volta o que pagaram em suas delações.

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