CLÁSSICO DAS EMOÇÕES

Com VAR "remoto" no clássico, FPF vê pioneirismo em PE e isonomia garantida

"Uma possibilidade de realização de um modelo presencial, não anula a possibilidade de em outro jogo ele ser feito remotamente", disse (Foto: Tarcísio Augusto/DP)

Evandro Carvalho comentou implantação da tecnologia da arbitragem de vídeo no jogo deste domingo

O futebol pernambucano se prepara para o primeiro clássico com VAR na sua história. Neste domingo, Náutico e Santa Cruz jogam no estádio dos Aflitos com o recurso da tecnologia auxiliando a arbitragem. A novidade foi comentada na tarde desta quarta-feira pelo presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, que esteve à frente do acordo para realizar o teste na partida. Na visão do dirigente, o auxílio não vai interferir no princípio de isonomia, mesmo não sendo aplicado também nas outras partidas.

Descrevendo o VAR como um modelo consolidado no mundo, Evandro comentou sobre a principal novidade neste caso, quando o jogo terá um VAR remoto, sediado diretamente do Rio de Janeiro, em mais uma etapa de teste para esse modelo que já foi aplicado nas duas últimas Supercopas do Brasil, disputadas em Brasília.

“A equipe de VAR se desloca até o local do jogo, onde a instalação está pronta, os equipamentos, o sistema, todos os sinais, e ele assiste ao jogo no local do estádio, dentro da cabine específica. Esse é o modelo que vive hoje, que já está testado. O que nós vamos fazer no clássico será a segunda etapa, a evolução, a qualificação melhor desse VAR, que não precisa necessariamente existir no modelo que existe hoje, ele será virtual, remoto, à distância”, afirmou, garantindo, porém, que um modelo não precisa ser excludente ao outro.

“Uma possibilidade de realização de um modelo presencial, não anula a possibilidade de em outro jogo ele ser feito remotamente (...) A tendência é que no futuro todos eles sejam remotos, tanto que a CBF investiu muito numa estrutura própria de imóvel, equipamento, porque ela pretende fazer todos os jogos no modelo remoto, com sede no Rio de Janeiro”.

Esse espaço é o Centro de Excelência da Arbitragem Brasileira (CEAB), criado no fim de março. A instalação fica na Barra da Tijuca, próxima à sede da Confederação.

PIONEIRISMO PERNAMBUCANO

Outro ponto elogiado por Evandro foi a capacidade de pioneirismo de Pernambuco, que já teve o primeiro jogo com VAR no Brasil e, agora, participa de mais um teste da CBF. “Essa conduta de pioneirismo foi em Pernambuco, foi no jogo entre Salgueiro e Sport que teve essa primeira experiência de VAR online em uma partida oficial do mundo. Agora, nós temos também a oportunidade de fazer pioneiramente interestadualmente em competição oficial do calendário brasileiro via calendário da Federação, a experiência”.

Na visão do dirigente, isso mostra uma postura da FPF de abertura às inovações. “A tecnologia veio pra ficar. Evidente que nem sempre agrada a todos e existem alguns questionamentos de erros. Isso é porque, apesar da tecnologia, à exceção do impedimento, que é um software, e da bola ultrapassar a linha de gol, a linha de fundo, para além disso, a natureza da avaliação subjetiva do árbitro vai continuar sempre presente”.

ISONOMIA

Outro ponto questionado engloba o princípio da isonomia. Com apenas um jogo dos 45 da primeira fase tendo a previsão de uso do VAR, o dirigente não viu isso como uma interferência técnica no campeonato, uma vez que as duas equipes competem nas mesmas condições com o árbitro de vídeo.

“O nosso entendimento é de que o VAR é uma ferramenta prevista e que a Federação tem a faculdade de utilizar ou não, entenda-se a capacidade financeira de utilizar ou não. Os clubes não tiveram nenhum custo. Se eu tiver condições de realizar o VAR em dez partidas, eu realizarei. Se em cinco, eu realizarei em cinco. Se em uma só, realizarei. O fato de uma partida ter uma ferramenta tecnológica a seu serviço, na minha avaliação, e da CBF, não gera nem fere nenhum princípio de isonomia, porque a outra foi disputada em condições iguais para as duas equipes”, concluiu.

DP