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terça-feira, 6 de abril de 2021

MILITÂNCIA E O CORONAVÍRUS

Em nome da ‘vida’ e do ‘bem comum’

Kássio Nunes foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro | Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado


A cada dia fica mais claro que os militantes da covid usam a epidemia para impor um regime político sem direitos individuais nem liberdades públicas

Poucas coisas são tão difíceis no Brasil de hoje quanto obter alguma decisão justa, ou pelo menos razoável, por parte do Supremo Tribunal Federal. É uma calamidade, assim, que, nesses raríssimos momentos em que o STF emite um modesto sinal de luz no meio de sua própria treva, apareça um monte de gente caindo de pau em cima — e a decisão correta, então, passa a ser imediatamente atacada como um crime de lesa-pátria pelo consórcio que age todos os dias para manter em estado de coma a sociedade brasileira.

O ministro Kassio Marques, dias atrás, liberou parcialmente os templos brasileiros para a celebração de cultos religiosos — naturalmente, uma liberação limitada e sujeita à observação de todas as exigências de “segurança sanitária” que foram sendo criadas nestes tempos de covid. Foi como se o ministro tivesse liberado o assassinato em massa dos recém-nascidos. Um partido-anão, desses que vivem à custa do “Fundo Partidário” e de outras trapaças legais, “autoridades locais” cada vez mais enraivecidas com seu fracasso na gestão de uma epidemia que já matou 320.000 pessoas, e pelo menos um ministro do próprio STF entraram em mais uma crise de nervos — e querem, agora, anular a decisão do ministro Kassio.

Tudo o que ele fez foi permitir que as pessoas possam, com todos os cuidados do “distanciamento social”, ir um pouco à missa, assistir a um batizado ou participar da oração nas igrejas evangélicas. Nem isso? Não, nem isso. O partido-anão, que tem dirigentes que já foram comunistas e hoje não são nada, as “autoridades locais” e o resto acham que botar o pé numa igreja, no país totalitário que querem criar com a desculpa de combater a covid, é uma ameaça social que tem de ser reprimida com todos os rigores da força do Estado.

A ofensiva contra a decisão é o pior ataque já feito desde o início da quarentena contra um dos mais sagrados direitos fundamentais do ser humano, vigente no Brasil desde o imperador dom Pedro II — a liberdade de religião, uma garantia universal, elementar e indiscutível em qualquer sociedade minimamente democrática.

Os militantes da covid falam, a respeito desse tema e de qualquer outro, que querem “salvar vidas”. Mentira. A cada dia fica cada vez mais claro que usam a epidemia para impor, através da promoção do pânico, um regime político sem direitos individuais nem liberdades públicas, no qual o livre-arbítrio do cidadão é abolido e o Estado ganha o poder de decidir como cada pessoa tem de viver — em nome da “vida” e do “bem comum.”

A covid transformou-se hoje numa ferramenta política. Muitos dos que exigem todos os dias as medidas mais extremas para paralisar o país estão pouco ligando, na verdade, para os efeitos reais da tragédia —  falam em “salvar vidas”, mas o que querem na prática é satisfazer os próprios desejos. Estão convencidos de que a epidemia é a melhor oportunidade que jamais tiveram para conseguir ganhos políticos pessoais — que se expressam na imposição de ideologias e no controle da máquina do Estado. Não vão parar com a vacina.

Querem um “novo normal”. Querem um país onde grupinhos de médicos e de burocratas decidem se o sujeito pode ajoelhar num banco de igreja. Querem o poder de fechar shopping centers. Querem proibir a venda de carvão, o trabalho dos barbeiros e a degustação de esfihas. Querem ter o monopólio dos alvarás, das licenças e do resto do papelório através do qual se fecha ou se abre um negócio. Querem “requisitar” bens “móveis e imóveis”. Querem autuar, multar, prender, algemar e espancar pessoas que não cometeram crime nenhum — aliás, fazem isso todos os dias, no país inteiro. Querem um Ministério Público calado e uma imprensa obediente aos protocolos que impõem — e por aí afora. O resto é pura conversa.

 J. R. Guzzo

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