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sexta-feira, 7 de maio de 2021

CORONAVÍRUS EM PERNAMBUCO

Quase 80% das amostras de fevereiro sequenciadas eram da variante do Amazonas

Denominada P.1, a variante é comprovadamente mais transmissível



O laboratório de análise Aggeu Magalhães, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco, liberou para a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), nesta quinta-feira (6), dados sobre a vigilância genômica realizada em amostras referentes ao mês de fevereiro no Estado.  

O trabalho de sequenciamento genético reforçou o que já era esperado pela pasta, a predominância da variante P.1, oriunda do estado do Amazonas, no Norte brasileiro, e com potencial mais transmissível do que as cepas do coronavírus Sars-CoV-2 que circulavam no País até então. 

“Chegou, através da direção da Ficoruz, um relatório de análise de fevereiro da vigilância genômica. Chama atenção nesse relatório a prevalência da variante P.1. Na análise de 17 amostras válidas, 13 eram de P.1 e quatro eram de P.2 (oriunda no Rio de Janeiro)”, disse o titular da SES-PE, André Longo, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta.  

Os materiais analisados foram de pacientes residentes nos municípios de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, e Serrita, Carpina e Vicência, no Interior.
Segundo André Longo, devem ser realizadas em breve análises de amostras coletadas em março e abril. 

"A gente não acredita que haja uma nova variante, que o que vivemos hoje é efeito dessa variante, a P1. Tínhamos detectado em amostras de janeiro. Em fevereiro, ela se mostra presente em quase 80% das amostras. Esse comportamento, essa resistência na transmissão pode estar relacionada à P1. Mas estamos aguardando os novos resultados”, destacou o gestor.

No momento, apenas o Aggeu Magalhães, em Pernambuco, realiza esse trabalho junto à SES-PE. André Longo, inclusive, sinalizou a intenção de ampliar a vigilância genômica, abrindo edital para que outras instituições possam participar e aumentar a força de trabalho nesse campo, considerado essencial para o acompanhamento da pandemia por possibilitar respostas mais rápidas. 

Nesta quinta, por exemplo, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro anunciou a descoberta de uma variante já oriunda de mutação na P.1. Ela foi denominada P.1.2, e os impactos epidemiológicos ainda serão analisados. 

Restrição na entrada de viajantes 
André Longo revelou ainda que o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) enviou um ofício, nesta semana, solicitando ao Ministério da Saúde à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) maior rigor nos portos e aeroportos com a chegada de viajantes de fora do País. 

"Estamos preocupados com a possibilidade de circulação de novas variantes. Foi detectada uma variante de interesse na Índia, que parece estar tendo forte impacto. Precisamos de reciprocidade. Hoje um brasileiro para sair do País, por conta das nossas variantes, tem que fazer exames, quarentena. Da mesma forma que qualquer pessoa de fora, principalmente que tenha passado por áreas de risco dessas variantes, deveria passar por isso para entrar no Brasil", defendeu ele. 

"Assim como o mundo está preocupado com o Brasil, o País deve estar em alerta no mundo. Uma nova variante pode desencadear uma terceira onda e isso pode ser bastante prejudicial enquanto não houver efetiva imunização”, completou o titular da SES-PE. 

Por Irce Falcão

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