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domingo, 23 de maio de 2021

MINISTRO INTRANSIGENTE

Se houver voto impresso, ‘nós vamos judicializar o resultado das eleições’, reclama Barroso


Em entrevista ao Jornal da CBN, o ministro do STF e presidente do TSE apontou supostos diversos problemas para a democracia brasileira se o voto impresso for implementado. Em sua avaliação, além do custo, do retrocesso, do risco de quebra de sigilo e da judicialização, ‘não vai servir para nada’, pois quem quiser manter o discurso de fraude, vai poder fazer isso. Para Barroso, retomar o voto impresso é como ter que voltar a frequentar uma agência bancária para fazer uma transferência. ‘É simplesmente dar um passo para trás’, avalia.

O ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luis Roberto Barroso afirmou, em entrevista ao Jornal da CBN nesta sexta-feira (21), que se o voto impresso foi implementado no Brasil, “nós vamos judicializar o resultado das eleições”. Ele destacou que, com esse modelo, muitos candidatos que perderem irão pedir recontagem e conferência. “Em um país que judicializa tudo, nós não precisamos disso. Nós queremos que o poder emane das urnas e não de um juiz”, disse.

Em sua avaliação, a retomada do voto impresso não vai acabar com os questionamentos de fraudes nas eleições. O ministro do STF destacou que, além do custo, do retrocesso, do risco de quebra de sigilo e da judicialização, uma eventual mudança “não vai servir para nada”. Barroso lembrou que, nos Estados Unidos, onde há o voto impresso, o ex-presidente Donald Trump “diz até hoje que ganhou as eleições”.

O presidente do TSE também avaliou que a retomada do voto impresso representaria um atraso. Ele afirmou que seria como ter que voltar a frequência uma agência bancária para fazer uma transferência ou então voltar a fabricar fichas para usar o orelhão. “É simplesmente dar um passo para trás”, disse.

Ao ser questionado sobre a denúncia do presidente Jair Bolsonaro de que o processo eleitoral foi fraudado, Luis Roberto Barroso afirmou que se alguém tiver provas, essa pessoa tem o dever jurídico e cívico de apresentá-las ao TSE. Ele destacou que não se impressiona com a retórica política. “Para ser sincero, para mim só terá alguma relevância o dia que vier uma prova. O resto faz parte de um debate em um universo que não é o meu”, diz.

Folha da República

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