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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

NO PALÁCIO DO CAMPO DAS PRINCESAS

O banquete para o ex presidiário

O PSB de Pernambuco tem todo o direito de abraçar-se com Lula, ex-presidiário da Lava Jato, esquema que desviou dos cofres públicos da Nação a bagatela de R$ 40 bilhões. Tem direito também de renovar o namoro que redundará, certamente, em casamento para as eleições presidenciais do ano que vem, recebendo em troca o apoio do PT para se manter no Governo do Estado.

Só não tem o direito de gastar o meu, o seu, o dinheiro do contribuinte, num banquete para Lula no Palácio do Campo das Princesas em pleno domingo. Lula não é mais chefe de Estado nem autoridade pública. Não goza, portanto, dessa regalia, aberração do governador Paulo Câmara, o impostor. Num Estado nordestino, em que a fome mata e assola milhares de miseráveis, servir lagosta, caviar e camarão, com vinhos finos e uísque, a um presidiário, com o dinheiro dos nossos impostos, é um acinte.

Com a chibata do poder nas mãos no Estado e na Prefeitura do Recife desde que Eduardo Campos se elegeu em 2006, o PSB governa de costas para o povo. E quando isso acontece, a prosperidade ou a ruína de um estado depende da moralidade de seus governantes. Na gestão pública, não sabe o PSB, o que conta é o mínimo de respeito ao cidadão, não a permissividade passiva, fruto de uma administração provinciana e irresponsável.

A moralidade está além da legalidade. Torrar dinheiro público com ex-presidiário, para se discutir uma aliança politica na cozinha e no salão do prazer palaciano, é má administração. E a má administração do dinheiro público, associada à corrupção, gangrenam a sociedade brasileira. Para ser um grande governante não precisa ser um nacionalista ou estadista. Basta respeitar o que é alheio, não premiar corruptos em jantares com o nosso dinheiro.

A sociedade não tem medo nem nojo apenas de governos tiranos, mas de governantes que se lambuzam em banquetes pagos pelo povo. O exemplo da boa governabilidade do Estado não é em si o caráter e o bom empenho do governante, mas, sobretudo, a dignidade e o afinco dos que compõem o quadro de posições firmes em defesa dos mais frágeis, carentes e dependentes do poder.

Para governar um Estado há de se ter, no mínimo, decência. Sem isso, a tendência é o abismo. Não sabe o governador que a força mais poderosa da liderança de um chefe de Estado é o exemplo e o que ele fez ontem foi um péssimo exemplo. Não sabe que a maior força de uma liderança está na causa que ela serve, não em agradar homens maus, que fazem maldades. Lula fez um grande mal à Nação. É loucura imaginar diferente. Já ouvi que o mal dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios.

Ao ler essa coluna, hoje, o governador poderia fazer uma reflexão sobre os ensinamentos de Santo Agostinho, que dizia preferir os que o criticavam, porque o corrigiam, enquanto os que o elogiavam, tentavam corrompê-lo.


por Magno Martins

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