GIF Patrocinador

GIF Patrocinador

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

FILIAÇÃO DE BOLSONARO

PP já comemora filiação do presidente Bolsonaro

Presidente Bolsonaro ainda não decidiu qual partido receberá sua filiação

Ao se filiar, Bolsonaro deve mobilizar cerca de 40 deputados; sigla deve se transformar na maior da Câmara, ultrapassando até a fusão DEM/PSL, que perderá nomes para o novo destino dos bolsonaristas


“Bolsonaro entrou no grupo”, foi a mensagem registrada no grupo dos deputados federais do PP. Houve comemoração. O deputado Guilherme Derrite, aliado, se sentiu em casa recebendo o grupo político que vai acompanhar a filiação do presidente Jair Bolsonaro. O projeto é formar um grande partido que sairá ainda mais forte das eleições do ano que vem. A transferência dos aliados do presidente para o PP, vai criar o novo comando, a maior bancada na Câmara dos Deputados. A disputa política do momento está exatamente em formar bancada no Congresso e esta é a estratégia.

A ordem é reforçar a base governista, avaliando cuidadosamente cada Estado da federação. Quem domina o Congresso acaba comandando as iniciativas políticas. Ainda não está decidido oficialmente, mas tudo se encaminha para a filiação do presidente Jair Bolsonaro, familiares e aliados ao PP. O deputado Guilherme Derrite tem motivos para comemorar a decisão. Primeiro porque é o partido em que ele está filiado. Depois, o PP sai forte em São Paulo, com o deputado mais votado do país, Eduardo Bolsonaro, a promessa de arrastar mais votos, a deputada Carla Zambelli e o Coronel Telhada, estadual forte que já é do partido. A promessa de crescimento é evidente. O presidente Jair Bolsonaro já foi do PP. 

O PTB também abriu as portas para o grupo do presidente Jair Bolsonaro. As tensões foram resolvidas, mas a volta do presidente para o PP está sacramentada. Mesmo preso em domicílio, o presidente do PTB, Roberto Jefferson deu força para a filiação, contrariou aliados e até a filha, a ex-deputada Cristiane Brasil. Foi dele a decisão de fazer uma reunião de presidentes regionais para aparar arestas. Cedeu onde não admitia, como o comando total da sigla e a definição de candidatos para as capitais. O PTB, mesmo sem a filiação do presidente,  já decidiu apoiar o projeto de reeleição. O capítulo decisivo para a ida do presidente para o PP foi coordenado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Os dirigentes do Norte resistiam. A popularidade do ex-presidente Lula na região é avaliada como dificuldade para reeleição dos parlamentares e o sinal vermelho estava aceso. O deputado André Fufuca, do Maranhão, e o líder na Câmara, Cacá Leão da Bahia, foram os últimos a serem convencidos. Além do trabalho forte do senador licenciado e presidente do PP, Ciro Nogueira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, articulou fortemente o passo político que se equivale a uma fusão partidária. Foi o presidente da Câmara que deu a notícia para os deputados do PP de que já havia a decisão de filiação e agora é a acomodação entre os representantes regionais.

Ao se filiar ao PP, o presidente Jair Bolsonaro vai mobilizar perto de 40 deputados. Cerca de 30 saem do PSL, inclusive o líder do partido, deputado Vitor Hugo, para acompanhar o presidente. A sigla vai crescer e se transformar na maior da Câmara, ultrapassando até a fusão DEM/PSL, que perderá deputados para o novo destino do grupo de aliados bolsonaristas. O PP deve chegar perto de 80 deputados. O partido União Brasil, formado da junção do DEM com o PSL, terá 82 deputados, mas vai perder pelo menos 35 parlamentares. A nova sigla segue caminho contrário ao presidente Jair Bolsonaro e pode apoiar o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, ou o ex-ministro Henrique Mandetta. Em conversa com o presidente Jair Bolsonaro, ouvi dele, que já estava atrasado na definição do partido. Ele se demonstrou preocupado principalmente com o destino dos deputados aliados. Até liberou para que candidatos e deputados decidissem por conta própria os destinos políticos. O presidente teve dificuldades para filiação, pelas exigências apresentadas. A estratégia é chegar e comandar. O domínio inclui definir candidaturas, controles regionais e principalmente a chave do cofre. Este último ponto, vira palavrão em se tratando de partido político, que por aqui funciona como uma lojinha, pronta para faturar.

  • Por José Maria Trindade

Nenhum comentário:

Postar um comentário