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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

CASO BEATRIZ DE PETROLINA

SDS suscita dúvidas

Foto: Paulo Paiva/Diario PE

A pretexto de detalhar a identificação do suspeito de assassinar a garota Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, em um crime ocorrido em dezembro de 2015, a Secretaria de Defesa Social convocou uma coletiva na manhã de ontem. Representantes do Ministério Público do Estado e das Polícias Civil e Científica estiveram presentes para prestar esclarecimentos, mas novas dúvidas foram suscitadas, especialmente a partir das declarações do titular da SDS, Humberto Freire.

Na entrevista, ele trouxe um fato novo sobre a quantidade de perfurações no corpo da vítima. Quarenta e duas facadas eram amplamente noticiadas até ontem sem a contestação da própria Defesa Social, mas o secretário surpreendeu ao afirmar que foram dez. Como justificativa, disse que o que há são 42 fotografias de ângulos diferentes e minimizou a nova informação, declarando que “é normal em laudos dessa natureza”.

Ao falar sobre a motivação do crime, Freire pontuou que o suspeito – identificado por meio de análises do banco de perfis genéticos do Estado – confessou que estava de passagem por Petrolina, no Sertão pernambucano, e buscava dinheiro para sair de lá. No interrogatório, teria revelado que matou a garota para silenciá-la. O secretário de Defesa Social também falou que não há indícios de outros participantes e que Beatriz foi escolhida “ao acaso”. “Não há indicativo de complô”, sentenciou.

Humberto Freire também exaltou o trabalho da Polícia Civil e refutou sabotagem da perícia no caso. A família de Beatriz não se convenceu. O pai da garota, Sandro Romilton, classificou a entrevista do secretário como “show de horrores”. “Ele (Humberto Freire) não sabe nos dizer quem foi o delegado que fez a oitiva do suspeito que está preso nem quando foi feita”, declarou em entrevista ao Blog.

Romilton também quer que o suspeito seja levado para a cena do crime – o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina – e que a Polícia aprofunde as investigações: “Desde o início, falamos que chaves desapareceram, acesso a portas somente pelo lado de dentro, luzes e imagens de câmeras que foram apagadas. Funcionários da escola que deram cinco depoimentos, divergentes um do outro. Queremos saber o envolvimento dos funcionários com essa pessoa.”

Novas diligências 

O Ministério Público de Pernambuco também parece não ter se convencido da elucidação do caso. Coordenadora do Grupo de Atuação Conjunta Especial, a promotora Ângela Cruz requisitou novas diligências à polícia. Ela pediu novos depoimentos de testemunhas, reinquirições e que a ordem dos acontecimentos seja restabelecida e contraposta à versão do suspeito.

Barrados

 Os pais da garota Beatriz, Sandro Romilton e Lúcia Mota, foram impedidos de entrar no prédio da SDS para acompanhar a entrevista coletiva. Após protestos de Lucinha, o casal foi recebido pelo secretário Humberto Freire. A situação foi classificada por Sandro como “humilhante”. “Tivemos de vir ao Recife e saímos de madrugada”, detalha. Os dois querem a federalização do caso.

O suspeito 

Apontado pela Polícia como o autor do assassinato, Marcelo da Silva, 40 anos, estava detido na cadeia pública de Salgueiro, no Sertão do Moxotó. Desde 2008, acumula diversas prisões e condenações por crimes como roubo e estupro. Em 2017, ele foi preso em flagrante por estupro em Trindade, no Sertão do Araripe.

Lucinha e a política 

 Filiada ao PSOL, Lucinha Mota foi candidata a vereadora de Petrolina, em 2020, e disputou uma cadeira na Alepe em 2018. Teve boas votações, mas não conseguiu ser eleita. Na cidade onde mora, esteve perto de assumir uma vaga na Câmara depois que o vereador Junior do Gás (Avante) foi cassado em primeira instância pela Justiça Eleitoral por fraude no registro de candidaturas para preencher a cota de gênero. Depois de afastado, ele conseguiu uma liminar.

O futuro de Lucinha 

 Pelo que o Blog apurou, alguns partidos procuraram Lucinha para que ela se filiasse visando às eleições proporcionais deste ano. A dúvida é se ela disputaria uma vaga na Câmara Federal ou na Alepe. O presidente estadual do PSOL, Tiago Paraíba, informou que a legenda segue aberta para a mãe de Beatriz. “A gente tem uma possibilidade de eleger um federal pela primeira vez e, na Alepe, nosso objetivo é ampliar a participação. A presença da companheira soma bastante às duas chapas”, avalia.


Por Houldine Nascimento 

Um comentário:

  1. Essa senhora está moralmente obrigada a não usar eleitoralmente o bárbaro assassinato da filha dela como dividendo eleitoral. Embora comunolarápios do PSOL combatam éticas e morais ditas "burguesas" por tais sicários.

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