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segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

ELEIÇÕES 2022

 Impasse pela vaga no Senado



Além de escolher quem disputará sua sucessão, o governador Paulo Câmara (PSB) tem outro impasse para resolver: o candidato da Frente Popular para o Senado. Se a situação era difícil com três nomes, tornou-se mais complicada com uma possível composição com o PT. Isso porque, a depender do acerto, a única vaga para a Casa Alta na eleição de 2022 pode ser ocupada por um petista.

Se o critério adotado fosse somente o capital político, a deputada federal Marília Arraes (PT-PE) preencheria esse requisito, mas seu litígio com os socialistas é conhecido do público há anos. A briga atingiu o ápice em 2020, quando ela disputou a Prefeitura do Recife com o primo João Campos (PSB) e sofreu todo tipo de ataque.

Com Marília inviabilizada, prevalece o nome de alguém que faça parte do grupo do senador Humberto Costa, a exemplo do deputado federal Carlos Veras, um meio-termo com a deputada estadual Teresa Leitão ou até mesmo o ex-prefeito do Recife e deputado estadual João Paulo (PCdoB), que está perto de voltar ao PT.

Antes disso, três presidentes de partidos da Frente Popular iniciaram movimentações mirando essa vaga ainda em 2021: os deputados federais André de Paula (PSD), Eduardo da Fonte (Progressistas) e Silvio Costa Filho (Republicanos). Em agosto, chegaram a conversar individualmente com o ex-presidente Lula, buscando apoio do líder petista na passagem pelo Recife.

Esta semana, o governador recebe o trio dentro do processo de escuta que instituiu com os aliados. De Paula e Silvio Filho vão ao Palácio do Campo das Princesas hoje. Da Fonte, por sua vez, deve encontrar Paulo Câmara amanhã. “Tenho colocado há algum tempo que o meu nome está à disposição da Frente Popular como uma alternativa para o Senado. Sempre reconhecendo que outros companheiros têm a mesma legitimidade de ter essa pretensão, e eu encaro com respeito”, afirma o dirigente do PSD.

Presidente estadual do PDT, o deputado federal Wolney Queiroz também entrou no páreo. “O PDT tem essa postulação colocada pelo presidente [da sigla, Carlos] Lupi. Não é só o partido querer por querer. Há outras coisas importantes, como a questão geográfica: ter alguém do interior na chapa”, sustenta o parlamentar nascido em Caruaru.

Sonho do patriarca

Pai de Wolney, o deputado estadual José Queiroz (PDT) esteve perto de chegar à Casa Alta duas vezes, mas bateu na trave: a primeira em 1990, quando foi derrotado por Marco Maciel (PFL) numa disputa acirrada; e a segunda em 2018, ano em que seria um dos nomes da chapa governista, mas foi rifado após mais um acordo entre PT e PSB. Humberto Costa ocupou a vaga e acabou reeleito.

Cálculos 

Para que Wolney Queiroz concretize o sonho do pai, é necessário que a nova negociação entre petistas e socialistas azede de vez. O líder pedetista na Câmara dos Deputados assegura que a relação com o PSB está “no melhor momento” e cita a aproximação entre os mandatários dos dois partidos no plano nacional, Carlos Siqueira (PSB) e Carlos Lupi (PDT). Diagnosticado com Covid-19, Wolney cumpre quarentena em casa e ainda não tem encontro marcado com o governador Paulo Câmara.

Presidenciável até o fim 

Wolney Queiroz também rebate a informação que passou a circular na imprensa de que deputados pedetistas estão pressionando para que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) desista da pré-candidatura à Presidência. “Procurei todas essas matérias e nunca tem um nome. É sempre uma fonte sob reserva. O histórico do PDT é de manter as candidaturas. Foi assim com Leonel Brizola, Cristovam Buarque e o próprio Ciro, que indiscutivelmente é um bom candidato”, avalia.

Vestindo a camisa

 O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, fez fortes críticas ao PT, ontem, em um artigo publicado no jornal O Globo. Segundo ele, caso a sigla de esquerda vença as eleições, o Brasil fará “uma guinada para a Venezuela, para a Argentina ou para a Bolívia”. “Não é voltando ao tempo da CLT, de quase um século atrás, que daremos uma resposta para o país”, defende.

Crítica e resposta 

Ex-aliado de Lula, Nogueira disse que o Partido dos Trabalhadores está “ferido, com as marcas do ódio da rejeição” e justificou o mau momento da economia brasileira ao citar a pandemia. O ministro também afirmou que o PT usa “contabilidade criativa” e esconde a ex-presidente da República Dilma Rousseff. A presidente nacional petista, Gleisi Hoffmann, respondeu ao chefe da Casa Civil, chamando o artigo de “mentiroso”, além de mandar Ciro “cair na real e olhar o Brasil”.


Por Houldine Nascimento 

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