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terça-feira, 25 de janeiro de 2022

FUTEBOL PERNAMBUCANO

 A bronca da rodada

 (Foto: Sandy James/DP Foto)

O saudoso comentarista José Santana, um dos melhores dentre os que passaram pelo futebol pernambucano, por muito tempo foi titular absoluto do Escrete de Ouro, na época comandado pelo extraordinário Ivan Lima. Aproveitando a estupenda audiência do rádio, Santana criou o quadro – Os Destaques da Rodada – que ele apresentava, como nenhum outro conseguiu apresentar, na resenha do meio-dia.

O Recife parava para ouvir “Os Destaques da Rodada”: o craque; a seleção dos melhores; o artilheiro; o gol da rodada; o apito de ouro; o apito de barro; a bronca da rodada; a decepção da rodada; o dirigente... O restante do dia era para se comentar sobre os escolhidos como melhores, e zoar com aqueles que figuraram no outro lado da moeda, ou seja, esteve entre os piores.

Pois bem! A bola sequer havia rolado na primeira rodada do Pernambucano 2022 e já tínhamos conhecimento da bronca da rodada: o adiamento do jogo do Santa Cruz com o Afogados (time de Afogados da Ingazeira, cidade do Sertão Pernambucano). Motivo: o Tricolor do Arruda não entregou, em tempo, os laudos exigidos pelo Corpo de Bombeiros. O ilustre tricolor João Caixero de Vasconcelos Neto, que faleceu há pouco tempo, por pouco não ressurgiu das cinzas com tamanho barulho.

Enquanto alguns tricolores apontam culpados utilizando argumentos patéticos, num esforço de politizar, ou judicializar o fato, prefiro ressaltar o festival de lambanças que traz à tona falhas cometidas pela Federação, e pelo Santa Cruz, na preparação para a rodada de estreia do Pernambucano, única competição organizada pela FPF envolvendo a elite estadual. Por outro lado, os dirigentes do Santa Cruz negligenciaram uma documentação que é exigida todos os anos aos clubes que possuem estádios.

O amigo Amaury Veloso fez uma postagem no Facebook com o título: “Que falta faz o José Joaquim”. Na matéria relembra o zelo que o ex-diretor de competições e ex-vice-presidente da entidade da Rua Dom Bosco, tinha com o Pernambucano. Eram meses de um trabalho contínuo, ininterrupto, fazendo vistoria nos estádios. Visitava um por um, várias vezes. Se mostrava atento e implacável na cobrança aos clubes pela documentação exigida.

Pelo visto, hoje, a coisa corre frouxa. Ou não tem gente capacitada para executar tal trabalho na Federação. Em meio a este turbilhão de lambanças e com muitos dedos apontando para pretensos culpados, temos aí a primeira Bronca da Rodada, como diria nosso querido e saudoso José Santana.

A julgar pela amostra, muitas estão por vir.

“Coisas do futebol pernambucano!”, diria Tião (Edvaldo Morais), outro craque do Escrete de Ouro.


Por Claudemir Gomes

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