Municípios pressionam Governo
O Governo de Pernambuco deve apresentar, na próxima segunda-feira (10), um novo protocolo com medidas de prevenção e enfrentamento à Covid-19 e ao surto de Influenza A. O governador Paulo Câmara (PSB) ouviu várias demandas, ontem, durante assembleia da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).
Prefeitos e representantes de 150 municípios pernambucanos levantaram questões sobre o avanço da variante ômicron e de casos de gripe. No encontro, alguns secretários de Saúde reportaram a falta de medicamentos essenciais, como dipirona e tamiflu. Essa carência foi reforçada pelo presidente da Amupe, José Patriota.
“As unidades hospitalares da rede municipal e estadual estão superlotadas. Isso traz alguns problemas, aumentando o consumo de insumos, medicações de urgência, ocupação intensiva dos leitos. Nesse contexto, já se anuncia a dificuldade de aquisição de medicamentos injetáveis, a exemplo de dipirona. Os fornecedores dizem que estão com dificuldade de entrega e isso é algo preocupante”, disse em coletiva.
Segundo Patriota, as festas privadas também estão entre as maiores preocupações dos gestores municipais e a tendência é de que novas restrições a estes eventos sejam anunciadas também na segunda. “Esse protocolo que a gente espera está muito direcionado e focado em eventos. Não se falou ainda em outras atividades econômicas”, adiantou. Depois de cancelarem o Carnaval de rua, os prefeitos querem que o Governo assuma a responsabilidade do que fazer com os camarotes no período carnavalesco.
Em contrapartida, alguns parlamentares saíram em defesa do setor de eventos. Foi o caso do deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), ligado ao segmento. “Quem produz e frequenta eventos sociais e artísticos, seguindo todos os protocolos de controle, merece respeito. Eventos culturais públicos, privados e esportivos com exigência de 100% de vacinados, é acreditar na ciência. Qualquer coisa longe disso é ser negacionista à ciência”, comentou.
O deputado estadual João Paulo Costa (Avante) também espera que os eventos privados sejam mantidos: “Você comprova que está vacinado para entrar no evento, faz uso de máscara e álcool em gel. Infelizmente, nos eventos públicos não há esse controle sanitário. O ideal é que tivessem para acontecer, mas não tem. Não estou nem entrando na discussão do Carnaval, mas logicamente esses eventos poderiam acontecer também no Carnaval.”
Por Houldine Nascimento
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