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quarta-feira, 16 de março de 2022

CASO TAMARINEIRA

Colisão: "Queria pedir compaixão e misericórdia da sociedade", diz mãe do réu, em julgamento

A sessão de julgamento continua hoje, com a oitiva de duas testemunhas restantes, interrogatório do réu, além da fase de debates. (Rafael Vieira/DP)


 A gerente de empresas aposentada Ana Patrícia Ribeiro, mãe de João Victor Ribeiro, motorista que colidiu com o carro do advogado Miguel Arruda, matando três pessoas, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife, em 2017, pediu compaixão e misericórdia da sociedade e disse que o filho precisa de ajuda pois sofre de adicção, que são enfermidades emocionais que criam no indivíduo a condição de dependência. No caso do réu, ela disse que ele é dependente de álcool.

"Eu queria pedir compaixão e misericórdia da sociedade para entender que meu filho precisa de ajuda. E ajuda ele não vai ter no lugar que querem colocá-lo. A adicção é uma doença, infelizmente. A penalidade que querem não vai curar, nem ele e nem a ninguém. O álcool é uma droga licita. Porque existem industrias. Será que ele é a causa?", questionou emocionada.

"Meu filho não provocou o acidente. Ele não saiu de casa com a intenção de matar ninguém. Foi um acidente. Infelizmente, uma fatalidade. A adicção é uma doença que não tem cura, mas tem controle. Ele não cometeu infração de trânsito alguma. Estão querendo incultar e denegrir a imagem dele", falou a mãe.

Ana Patrícia disse que aconselhava o filho, mas ele não a ouvia. "Eu aconselhava muito meu filho. Mas infelizmente, quando a família precisa trabalhar, eu me separei do pai dele. Ele tinha cinco anos de idade. E, a filha de dois aninhos. Precisei morar em outro estado. Nós ficamos longe da nossa família. A única rede de apoio que eu tinha era uma funcionária. Se eu errei, foi tentando acertar. Ele voltou pra cá, porque lá ele entrou no mundo das drogas. E eu não conseguia sozinha. Eu tirei ele de lá, com o coração partido, para ficar ao lado do pai pra cá. Até então, nós não conhecíamos a doença.  As pessoas não entendem, porque não conhecem", contou.

A sessão de julgamento foi suspensa ontem (15), às 19h10 e tem continuidade nesta quarta-feira (16), com a oitiva de duas testemunhas restantes. Também está previsto o interrogatório do réu, além da fase de debates entre a defesa e o Ministério Público. A previsão é que o término do julgamento ocorra ainda nesta quarta. A sessão pode ser acompanhada ao vivo através do site https://youtu.be/xx1-0s5d0Is.

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