GIF Patrocinador

GIF Patrocinador

quinta-feira, 10 de março de 2022

GUERRA NA UCRÂNIA

Ajuda financeira é crucial para funcionamento de serviços na Ucrânia

Foto: Dimitar DILKOFF / STF / AFP

A ajuda humanitária e de segurança flui conforme piora a crise na Ucrânia, mas o apoio econômico também é vital para manter o governo daquele país funcionando.

"A economia está entrando em colapso", advertiu Adnan Mazarei, do Institute for International Economics, grupo de estudos com base em Washington. Enquanto Kiev não puder cobrar impostos, "é absolutamente crucial que a comunidade internacional forneça uma assistência rápida, não apenas com fins humanitários, mas também para manter algumas funções básicas do governo", ressaltou.

Com um fluxo de refugiados deixando o país diante da invasão russa, muitas vezes levando consigo suas economias, o setor bancário também precisa de ajuda, acrescentou Mazarei.

Dos US$ 13,6 bilhões em ajuda que Washington planeja desembolsar no fim de semana, US$ 1,8 bilhão destina-se a garantir a "continuidade do governo", impedir ataques cibernéticos e apoiar o setor de energia, segundo o projeto de lei apresentado ao Congresso.

A liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou nesta quarta-feira uma ajuda econômica emergencial de US$ 1,4 bilhão para Kiev. O Banco Mundial, por sua vez, já desembolsou cerca de US$ 500 milhões de um pacote de ajuda previsto de US$ 3 bilhões, conhecido como "Financiamento da Recuperação da Emergência Econômica na Ucrânia", ou "Libertem a Ucrânia".

O FMI já tem um programa de US$ 2,2 bilhões em andamento com o governo da Ucrânia, que deveria ser concluído em junho.

- Dinheiro sem condições -
A diretora do FMI, Kristalina Georgieva, disse nesta terça-feira que, desde o começo da invasão russa, o foco mudou de "reformas para gestão de crise". O aporte adicional do fundo, sob seu Instrumento de Financiamento Rápido, acelera a ajuda e impõe poucas condições. O mesmo se aplica ao Banco Mundial.

Axel van Trotsenburg, chefe de operações do Banco Mundial, enfatizou hoje em entrevista à Sky News que o governo ucraniano precisa desesperadamente de "recursos orçamentários para pagar pensões, pagar o salário dos funcionários e manter o sistema de saúde funcionando".

Especialistas alertam, no entanto, que a ajuda pode não ser suficiente para evitar uma crise econômica maior naquele país, que, mesmo antes da invasão russa, estava entre os mais pobres da Europa.

"O fluxo de dinheiro nunca pode realmente substituir as perdas de produção", apontou Homi Kharas, economista da Brookings Institution, em Washington, citando em particular a paralisação do comércio. "O dinheiro pode ajudar a reduzir o impacto, mas, certamente, não será capaz de compensá-lo."

Adnan Mazarei destacou que a comunidade internacional também precisa se preparar para o pós-conflito e o impacto da guerra nos países vizinhos. "Mesmo que a guerra termine, mesmo que os russos saiam, há um sério problema de reconstrução da Ucrânia", apontou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário