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quarta-feira, 16 de março de 2022

USINA NUCLEAR

Finlândia ganha nova usina nuclear



A unidade 3 da central nuclear de Olkiluto, na Finlândia, foi conectada à rede do país escandinavo e começou a fornecer eletricidade no último sábado, anunciou a operadora Teollisuuden Voima Oyj (TVO). Com um reator do tipo de água pressurizada (PWR), modelo EPR e potência instalada de 1.600 megawatts-elétricos (MWe), a usina deverá entrar em operação regular em julho deste ano.

A primeira criticalidade do reator ocorreu em 21 de dezembro do ano passado, ocasião na qual a potência foi sendo aumentada gradualmente até cerca de 27%. A unidade foi efetivamente conectada à rede nacional às 12h01 do último sábado, 12/03, com potência de 103 MWe.

De acordo com a operadora, a planta melhorará sobremaneira a autossuficiência de eletricidade da Finlândia e a ajudará a atingir metas de neutralidade de carbono. Desde 1980, vale destacar, uma usina nuclear não era conectada à rede do país: Olkiluoto 2 e Loviisa 2 iniciaram operação em fevereiro e novembro daquele ano.

Até julho próximo, serão feitos diversos testes para possibilitar o aumento da potência de Olkiluoto 3 até 100% de sua capacidade. A expectativa é que, nesse período antes da plena operação, a planta forneça aproximadamente 10% da eletricidade do país. Já com 100% de potência, ela será responsável pela fatia de 14% da matriz elétrica finlandesa.

Na visão do vice-presidente sênior de produção de eletricidade, Marjo Mustonen, a usina será “um ganho significativo para a geração de eletricidade limpa na Finlândia”, pois o país passará a ter uma “matriz 90% limpa”. E acrescentou: “ao mesmo tempo, a necessidade de importação de eletricidade cairá para menos da metade”.

Construído pelo consórcio Areva-Siemens em um contrato “turn key” (modalidade em que a usina é entregue em condições de uso imediato) a partir de 2005, o empreendimento sofreu alguns atrasos e contratempos ao longo dos últimos anos, mas felizmente foi finalizado. É a primeira usina com reator EPR a entrar em operação na Europa (a China já tem duas: Taishan 1 e 2), mas existem três em construção no continente, das quais uma na França (Flamanville 3) e duas no Reino Unido (Hinkley Point C 1 e Hinkley Point C 2).

Comentário da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN):

Assim como outros países, a Finlândia busca, na fonte nuclear, uma matriz elétrica mais limpa, segura, confiável, firme e estável, ao mesmo tempo em que busca reduzir a dependência externa, garantindo maior autonomia. Quanto ao longo tempo de construção de Olkiluoto 3, frisamos que ela abriga um novo modelo de reator, o EPR, e, como todo protótipo, situações inesperadas surgem. Contudo, na medida em que a produção do reator ganhar escala – a França, por exemplo, deseja ter pelo menos mais seis EPRs -, a expectativa é que o cronograma de construção diminua significativamente. Também destacamos que, sendo um reator da Geração III+, o EPR ainda apresenta mais requisitos de segurança, algo indissociável do setor nuclear.

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