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domingo, 29 de maio de 2022

GUERRA NA UCRÂNIA

Rússia intensifica ofensiva no leste da Ucrânia e reivindica controle de Lyman

 
Foto: Satellite image ©2022 Maxar Technologies / AFP

A Rússia intensificou a ofensiva na região de Donbass, no leste da Ucrânia, reivindicou neste sábado (28) controle da cidade estratégica de Lyman e disse que testou com sucesso um míssil hipersônico no Ártico. 

O Ministério da Defesa russo assegurou que controla a cidade de Lyman, um ponto-chave em seu avanço no leste da Ucrânia, que abre caminho para suas tropas para Sloviansk, que Kiev tomou dos separatistas pró-Rússia em 2014, Severodonetsk e Kramatorsk, capital da região de Donetsk, que permanece sob controle ucraniano. 

"Após ações conjuntas de unidades da milícia da República Popular de Donetsk e das forças armadas russas, a cidade de Lyman foi totalmente libertada dos nacionalistas ucranianos", disse o Ministério da Defesa russo em comunicado. 

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky admitiu em um vídeo que "a situação em Donbass é muito, muito difícil". 

Zelensky assegurou que "se os ocupantes pensam que Lyman e Severodonetsk serão deles, estão errados". "Donbass será ucraniano", reiterou. 

Um chefe de polícia dos separatistas pró-Rússia em Luhansk, citado pela agência de notícias russa Ria Novosti, disse que "Severodonetsk está atualmente cercado" e as forças ucranianas estão presas. 

Mas o governador de Luhansk, Sergei Gaidai, assegurou pelo Telegram que é um erro dizer que a região ficará sob "controle total do inimigo russo" em "um, dois ou três dias".

"Provavelmente não" aceitarão, mas "talvez para evitar serem cercados, poderia haver uma ordem para que nossas tropas se retirassem", admitiu.

Após a ofensiva malsucedida em Kiev e Kharkiv (nordeste) no início da guerra lançada pela Rússia em 24 de fevereiro, as forças russas se concentraram no leste da Ucrânia para controlar a área de mineração de Donbass, que desde 2014 está parcialmente em mãos dos separatistas pró-russos apoiados por Moscou. 

Enquanto isso, em uma demonstração de poder, o exército russo anunciou que realizou mais um teste bem-sucedido do míssil de cruzeiro hipersônico Zircon, da fragata "Almirante Gorshkov" no Mar de Barents, para um alvo localizado a 1.000 quilômetros de distância, em águas do mar Branco, no Ártico.

- França e Alemanha pedem negociação -
No nível diplomático, o presidente francês Emmanuel Macron e o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Olaf Scholz, instaram o presidente russo Vladimir Putin a iniciar "negociações diretas e sérias" com seu homólogo ucraniano. 

Em uma conversa telefônica, eles também pediram que ele libertasse os 2.500 combatentes ucranianos que se entrincheiraram na siderúrgica Azovstal, em Mariupol (sul), e foram feitos prisioneiros pelos russos. 

A guerra na Ucrânia, que é uma potência agrícola, levantou o espectro de uma crise alimentar, já que o país não pode exportar seus cereais devido ao bloqueio de seus portos.

Putin propôs nesta semana ajudar a "superar a crise alimentar" com a condição de que as sanções contra Moscou sejam levantadas primeiro, levando a alegações de chantagem. Neste sábado, entretanto, o presidente russo garantiu que vai permitir a exportação de cereais da Ucrânia, principalmente por via marítima.

- Putin alerta para "desestabilização" -
Kiev novamente pediu mais armas ocidentais. 

"Alguns aliados estão evitando dar as armas necessárias por medo da escalada. Escalada? A Rússia já está usando as armas não nucleares mais pesadas, queimando pessoas vivas. Talvez seja hora... de nos fornecer" vários lançadores de foguetes, disse no Twitter o conselheiro presidencial ucraniano Mikhailo Podolak. 

A mídia americana citou essa possibilidade, mas o porta-voz do Pentágono, John Kirby, não a confirmou. 

"Continuamos comprometidos em ajudá-los a vencer no campo de batalha", disse ele. 

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson prometeu o apoio contínuo de seu país, "incluindo ajuda para entregar as armas de que precisam", em uma ligação com Zelensky, informou seu gabinete. 

Por sua vez, Putin alertou na conversa com os líderes da Alemanha e da França contra os "perigos" de "mais desestabilização".

Na frente religiosa e em um movimento sem precedentes, a Igreja Ortodoxa Ucraniana, até então ligada a Moscou, rompeu os laços com as autoridades espirituais russas, que apoiam o presidente russo Vladimir Putin. 

A igreja pronunciou "a total independência e autonomia da Igreja Ortodoxa Ucraniana", segundo um comunicado no qual observou que suas relações com a liderança de Moscou eram "complicadas ou inexistentes" desde o início do conflito.

AFP

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