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terça-feira, 3 de maio de 2022

OPERAÇÃO ACOLHIDA

Forças Armadas levam dignidade às populações isoladas do Norte

Operação Acolhida integra iniciativas das Forças Armadas na recepção de estrangeiros. Foto: Ministério da Defesa


Programa Calha Norte, do Ministério da Defesa, desenvolve ações sociais em mais de 600 municípios


Prosperidade, colaboração, suporte e pertencimento sintetizam a ação das Forças Armadas nas regiões mais isoladas e necessitadas da Região Norte. O Programa Calha Norte, vinculado ao Ministério da Defesa, une forças para dividir conquistas junto à população de 619 municípios.

A atuação do Estado é consolidada em obras para o desenvolvimento econômico e, sobretudo, social da região contemplada. As pequenas comunidades saltam da invisibilidade para o centro de ações assistenciais.

O Calha Norte mantém, neste primeiro semestre de 2022, mais de 1.100 obras em execução distribuídas em 252 cidades, cujos investimentos alcançam R$ 1,6 bilhão. Existem abertos 370 processos de aquisição de bens a serem revertidos ao uso da população de 164 municípios, mais R$ 400 milhões de recursos voltados ao desenvolvimento regional.

O general de Divisão Ubiratan Poty, diretor do Programa Calha Norte, analisa que as atividades são focadas no desenvolvimento em infraestrutura e assistência das menores comunidades, normalmente localizadas em regiões de difícil acesso.

“Eu falo sempre que a lupa do Calha Norte é uma lupa grande para ver o pequeno. Nosso olhar principal, quando recebemos obras que nós sabemos que vai ter um impacto grande na vida daquela pessoa que vive em uma comunidade, nós nos esforçamos mais ainda. São obras de captação, distribuição e tratamento de água, obras de fornecimento de energia, rede elétrica rural, fazendo chegar à pequena população uma energia de qualidade e contínua, escolas, postos de saúde, quadras poliesportivas. Uma infinidade de obras que mudam a vida das pessoas”.

O general Poty elucida ainda que as faixas de fronteira são aquelas que recebem maior atenção, não apenas pelas estratégias de preservação da soberania, mas por abrigarem comunidades carentes, privadas do acesso aos serviços públicos.

“Temos alguns casos nos quais quem está lá representando o Estado Brasileiro é o Exército, ou é a Marinha ou a Força Aérea, devido às dificuldades da região. Então, estamos lá para cumprir a missão de defesa da pátria, contribuindo para a nossa soberania, a garantia da nossa soberania e para a manutenção da nossa integralidade territorial, mas ao mesmo tempo nós estamos olhando também para o desenvolvimento”.

“O programa tem uma capilaridade muito grande, nós estamos em uma cidade no interior do Amazonas [Benjamin Constant], na faixa de fronteira e aqui nós construímos um mercado, onde temos a imagem da população e dos vendedores presentes que contribuem para o fortalecimento da economia local. É a cadeia produtiva do pequeno produtor, então aqui são vendidos os produtos que eles pescam e tiram do rio, trazem aqui para um local adequado e higienizado para vender o seu pescado”, complementa o general.

Assistência Social

Um dos mais importantes braços do programa é a prestação de serviços assistenciais, como ocorre no município amazonense Rio Preto da Eva, cerca de 80 quilômetros da capital Manaus.

O Centro de Convivência do Idoso Antônio Batista Filho é um destes locais de acolhimento construído graças à ação do Calha Norte. Cerca de 400 pessoas são atendidas no espaço que alinha atividades para a promoção da saúde, alfabetização, artesanato e interação.

No momento, as obras da segunda etapa do Centro de Convivência estão em andamento. O engenheiro responsável pelo acompanhamento e fiscalização é o tenente da Marinha Diogo Coelho, que esclarece como são sentidos os impactos do programa federal.

“O que a gente percebe é que por onde o Calha Norte passa cria-se desenvolvimento nas regiões mais longínquas do país, bem como nós temos bastante obras em fronteiras. É interessante que, por mais simples e singelas que pareçam as obras, elas podem nestas comunidades serem a única fonte de lazer, a única fonte de interação, de qualidade de vida que eles têm”, diz.

De acordo com o tenente, para além da melhoria do bem-estar social, as obras também são um incentivo ao desenvolvimento econômico da região. “Os locais que o programa Calha Norte atua são aqueles onde as pessoas não têm acesso a muito, nem à informação, ao saneamento, à saúde pública que a prefeitura tende a oferecer. A partir dessa praça ou dessa quadra, a comunidade passa a se desenvolver nos arredores e impacta na economia. As obras fincam as populações nos locais e geram desenvolvimento”, elucida.

Para os assistidos, a sensação é de pertencimento. Maria Erlandia da Cunha, 65 anos, diz que o apoio é primordial para idosos que não contam com nenhuma outra ajuda. “É muito importante, porque muitos idosos são acamados e eles têm assistência. Quando vão lá visitar, eles levam um médico. Tem a nutricionista, tem a professora, que tem por volta de 26 alunos de alfabetização que estão aprendendo a escrever seu nome”.

Maria Erlandia compartilha sua experiência e integra a equipe de assistência, doando-se um pouco para aqueles que precisam. “Há vezes que eu até vou com elas fazer as visitas, porque eu trabalhei 32 anos na saúde e eu trabalhava com tuberculose e hanseníase. Fazia consultas nas escolas, nas creches, fazia exames de pele. Eu penso que eu senti falta do meu trabalho, mas aqui eu me recuperei, porque a atividade que eu tinha lá, eu consigo ter aqui. Aí não me fez tanta falta, como eu achei que teria”, conclui.

Erika Manhatys


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