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segunda-feira, 20 de junho de 2022

NÁUTICO - DIVIDINDO RESPONSABILIDADES

Técnico divide responsabilidade no Náutico e comenta pressão por demissão: 'É ridículo isso'

"É uma cultura que faz um desserviço dentro do futebol", critica Roberto Fernandes (Foto: Tiago Caldas/CNC)


Perguntado após o clássico sobre 'o que ainda é capaz de extrair do time', treinador ressaltou falta de reforços e criticou cobranças pela demissão


Com apenas uma vitória nos últimos nove jogos pela Série B, e inserido no contexto da luta contra o rebaixamento no Z4 da competição, o Náutico não atravessa um bom momento na temporada. E como é de costume no futebol, nessas horas o trabalho do treinador fica em cheque, elevando as cobranças por uma demissão. O que nos Aflitos, só este ano, já aconteceu duas vezes.

Após o empate com o Sport no último domingo, Roberto Fernandes foi questionado sobre o assunto, ao ser interpelado a respeito do que ele acredita que “ainda consegue extrair” da equipe alvirrubra. O treinador fez questão de dividir a responsabilidade pelas cobranças, lembrando uma série de fatores que o levaram a ainda não conseguir atingir uma escalação ideal de jogo.

“O que mais me deixa chateado dentro desse contexto é a ignorância do conhecimento do que é um processo no futebol. Quando me pergunta ‘o que pode se tirar desse time ainda?’ Aí eu digo ‘por acaso eu adotei o time que a gente idealiza como sendo o titular?’ Seja por lesão, seja por jogadores que foram contratados. Do presidente ao mais humilde funcionário, todo mundo sabe que pontualmente o Náutico precisa de reforços e que vai reforçar. Se tem essa consciência, porque a cobrança é só em cima do treinador?”, questiona Roberto Fernandes, antes de rebater as críticas mais excedidas.

“Então, eu vou nem dizer o que é. É cultura. O cara que não tem nada a ver com isso, não está dentro do processo, dá pitaco, reclama. Faz parte, agora veja que nos clubes que vêm dando certo o futebol no Brasil, nos últimos anos, se todos eles em algum momento não passaram por um momento de dificuldade e sabem o que está acontecendo, sabe o porquê disso e das soluções e tem momentos em que essa solução pode estar aqui”, declarou, antes de exemplificar pontos que vislumbra de melhora da equipe.

“Por exemplo, todo mundo viu que absolutamente ainda fora de forma, o Geuvânio é um cara que vai agregar. Agora, ele vai agregar hoje? Que entrou faltando 15 minutos e em 15 minutos ele abafou? Então, todo mundo tem a expectativa de que o Geuvânio, numa sequência, é um cara que vai agregar. O Kieza também. Está retornando e vai agregar mais na frente, com dois ou três jogos.” E voltou a se queixar. “Aí tira o treinador… Eu tive a oportunidade que esse treinador (substituto) vai ter em relação a reforços e recuperação de jogadores do departamento médico?”

Roberto Fernandes reiterou seu ponto de vista sobre as cobranças, sobretudo em relação a parte dos conselheiros do clube que teriam criticado a decisão da atual gestão do futebol em manter o treinador no cargo antes do clássico com o Sport.

“É uma cultura que faz um desserviço dentro do futebol. Futebol tem processos. Veja o Fortaleza na lanterna da Série A. O treinador passou no meio da torcida (em um protesto de uma torcida uniformizada que resultou em agressão contra um atleta) e não aconteceu nada com o treinador. Porque entende-se o processo.”

Ainda enfático sobre o tema, Roberto relembrou seu currículo extenso no esporte e o conhecimento que carrega e aplica na prática. “Faz tempo que estou no futebol. O futebol vive uma coisa muito séria, e as pessoas que mais estão capacitadas dentro do futebol são as que estão entre atletas e comissão técnica. O futebol tem disso, tem dessas coisas. Tive uma reunião na segunda-feira com a diretoria e todo mundo foi consciente de que em algumas posições, pelas perdas que tivemos, a equipe precisa se reforçar. E como a culpa é só do treinador? Resolva esse paradoxo. Você tem consciência de que em algumas coisas a gente precisa se fortalecer. Mas não, vamos encontrar um bode expiatório. É ridículo isso.”

DP

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