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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

NÁUTICO

 DESILUSÃO ALVIRRUBRA



- Quais as chances do Náutico?

A pergunta me foi feita de bate pronto, fato que provocou uma resposta na mesma intensidade, mas em sentido contrário:

Nenhuma! Já está rebaixado.

- Mas ainda faltam onze jogos para o final do campeonato? Insistiu o inocente torcedor como se estivesse buscando a ilusão perdida.

Recorri a ironia para lhe dar um choque de realidade:

Se nos próximos jogos o Dado escalar Cumade Fulozinha, Saci Pererê e Papai Noel é possível que aconteça alguma coisa.

- Você tem razão!

Como se estivesse acordado de um sonho, ou pesadelo, o torcedor alvirrubro esboça um sorriso, e se despede dando sua receita para um futuro melhor:

- Renúncia já!

Nunca aprovei caça as bruxas. Sabemos que os erros existem e eles foram cometidos por alguém. Mas quem não erra quando tem o poder nas mãos? A luta contra o próprio ego é uma das mais difíceis para qualquer ser humano. A pitada de vaidade que o homem carrega com ele se transforma em toneladas quando ele está com o cetro em suas mãos. No futebol tudo se agiganta por conta do componente emoção.

E o presidente chama o clube de MEU.

Mas o futebol é um esporte coletivo. E o coletivo tem que funcionar em todos os quadrantes do clube. Afinal, ele é quem determina as vitórias. E sem vitórias o poder se torna volátil. Eis o castigo para quem exerce a tirania no futebol.

Certa vez, o mestre Gustavo Krause, um dos maiores alvirrubros que conheço num bate papo informal, me disse que: “futebol não aguenta desaforos”. 

Não existe desaforo maior do que se eleger a incompetência para um cargo que exige inteligência. Este é o típico exemplo do erro coletivo,  

E toda a corte, do rei aos vassalos, sofre com os efeitos do erro coletivo. Como em toda corte tem um bobo, ele é apontado como o grande culpado. Afinal, é inadmissível fazer graça com tal cenário.

A ordem é jogar bosta no técnico, o bobo da corte sempre que o andor se torna inviável de ser carregado num clube de futebol. E lá se vai um, dois, três, quatro, cinco... até que um dia descobrem que não existe mais bobo na corte. E o rei está nu.

Hora de deitar as armas. O exército não tem forças para conquistar nada, sequer tem capacidade de assegurar o espaço que havia transformado em seu com honrosas e inesquecíveis vitórias.

Desculpem a metáfora. Mas depois de assistir as últimas apresentações do time do Náutico é impossível falar em esquema de jogo, intensidade, transição de jogadas, dribles, bola parada...


CLAUDEMIR GOMES

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