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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

SAÚDE

Em cirurgia inédita na América Latina para tratar câncer, pernambucano recebe parte do fígado de filho

Pai e filho passaram cerca de sete horas na sala de cirurgia (Divulgação/Hospital São Lucas Copacabana)


Pela primeira vez na América Latina, parte de um fígado humano foi transplantado em consequência do tratamento de um câncer colorretal que afeta, por consequência, o órgão. Essa estreia se tornou ainda mais especial por ter acontecido de filho para pai. O procedimento cirúrgico aconteceu no Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, em parceria com a Universidade de Oslo. 

Diagnosticado com a doença e já tendo sido operado no Recife, o pernambucano e empresário Fabiano José de Oliveira Rufino Ribeiro, de 47 anos, estava com 80% do seu fígado lesionado quando recebeu um ato de amor e solidariedade vindo da própria casa, através do seu filho mais velho, Fábio Vítor de Oliveira Rufino Ribeiro, de 22 anos. A dupla deu entrada no bloco cirúrgico da unidade de saúde no dia 18 de junho, e permaneceu por lá durante sete horas. A cirurgia inédita foi conduzida pelo médico Eduardo Fernandes. Ambos já receberam alta e passam bem, porém Fabiano segue no Rio de Janeiro para realizar consultas e exames.
 
Em entrevista ao Blog do Ancelmo Gois, do jornal O Globo, Fabiano José mencionou a lembrança que guarda do momento em que ouviu do médico que o procedimento tinha transcorrido bem, ainda na sala onde foi realizada a cirurgia. 
 
“Eu lembro da voz de Eduardo em meio aos equipamentos, e ele me disse com alegria: ‘Fabiano, a sua cirurgia foi um sucesso!’. O meu filho nunca teve dúvidas de que ele seria o meu doador, e eu só posso dizer que tudo no mundo se resume a um ato de amor. Eu sabia que não seria fácil, mas sempre acreditei na cura”, contou o pai, bastante emocionado. 
 
Com um olhar técnico voltado para o processo, o profissional que comandou o transplante de filho para pai exaltou a necessidade de uma base múltipla para sustentar os passos da cirurgia, que tem como principal finalidade garantir melhorias durante o dia a dia do paciente.

“A estrutura que utilizamos requer um ecossistema de saúde apto a receber casos de alta complexidade, tendo equipes de hepatologia, oncologia clínica, cirurgia, medicina nuclear e genética e radiologia preparadas para oferecer o que há de mais atual na medicina, que é o Transplant Oncology,  um conceito de tratamento que envolve oncologia, transplante e cirurgia para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, disse o médico Eduardo Fernandes, também ao Blog do Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

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