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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

SPORT - BALANÇO DIVULGADO

Sport mirando o futuro: Leão divulga balanço semestral, com superávit após nove anos

Pela primeira vez desde 2012, o Sport voltou a ser superavitário, em cerca de R$ 4,4 milhões (Foto: Paulo Paiva/SCR)


A fórmula para a recuperação financeira do clube para por um forte enxugamento de custos operacionais e venda de atletas para suprir redução


“O futebol, daqui a dois anos, não será mais o mesmo que nós vemos hoje.” Essa frase, reiterada quase como um mantra pelo presidente executivo do Sport, Yuri Romão, pode até parecer uma profecia ou premonição. Evidentemente que as 17 regras que regem o esporte mais popular do mundo vão mudar radicalmente a tão curto prazo. Muito além das quatro linhas, a projeção do mandatário leonino está, sim, voltada para o mercado financeiro. Uma espécie de 18ª regra. Na qual os clubes economicamente preparados, poderão alcançar um novo patamar histórico. Mas para reconstruir a casa, é necessário fundar o alicerce. E o terreno está sendo aplainado na Ilha, como é possível observar nos números publicados no balanço semestral do clube, divulgados nesta sexta-feira.

Pela primeira vez desde 2012, o Sport voltou a ser superavitário, em cerca de R$ 4,4 milhões. Uma informação que, por si só, já é o suficiente para mudar a imagem do clube no mercado, para credores, funcionários, atletas, agentes, parceiros, demais clubes e, sobretudo, investidores. Mas para deixar no passado os mais de R$ 70 milhões negativos computados no balanço de dezembro de 2021, foi necessária uma receita minucioso, planejada e executada com base em metas, enxugamentos, e muita, mas muita mesmo, paciência para não deixar que os resultados em campo interviessem no foco principal: viabilizar a saúde financeira do Sport.

Antes de tudo, a transparência como um princípio. Por mais que possa soar como ‘risco’ por exposição para os concorrentes, o objetivo é fazer a informação fidedigna das contas do clube chegar aos possíveis investidores. Demonstrar em detalhes os resultados do exercício em questão, ‘sem maquiagens e malabarismos contábeis’, segundo o próprio Yuri Romão, já foi o suficiente para devolver credibilidade à camisa rubro-negra.

Mas claro, não há mágica que faça surgir um superávit milionário. Esse crescimento financeiro tem como base uma redução drástica nas despesas. Para se ter uma ideia, o custo das despesas financeiras, que refere-se a quanto o clube gasta com encargos e juros para pagamento de empréstimos foi de R$ 3,8 milhões no primeiro semestre. Em todo ano de 2021 esse valor foi de R$ 42 milhões. Essas e outros enxugamentos impulsionaram o superávit de R$ 4.396.976 nos primeiros seis meses deste ano.

Em 2022, 60% das receitas do Sport vieram dos direitos de transmissão (Foto: Arte/DP)


Neste primeiro semestre, a venda de atletas predomina em cerca de 50% dos valores arrecadados (Foto: Arte/DP)




Some-se a isso à venda de atletas, que saltaram de pouco mais de R$ 3 milhões em 2021 para R$ 24,8 mi no primeiro semestre (o valor da negociação de Mailson será computado no segundo semestre). Esse conjunto de fatores conseguiu cobrir a queda das cotas de televisão, consequência do rebaixamento para a Série B.

Se em 2021 os R$ 56 milhões em direitos de Transmissão da Série A representaram acima de 60% do total arrecadado no ano. Em 2022 os R$ 6,6 milhões somaram uma fatia de apenas 13,7% do total no semestre até aqui. Logo, para manter o clube sanado e a folha salarial de atletas e funcionários em dia pelo 13º mês consecutivo, foi necessário ‘cortar na carne’. As vendas de Gustavo e Mikael, por mais que interferiram no rendimento técnico da equipe, suportaram sozinhas 50% de tudo o que o Sport faturou entre janeiro e junho.

Mas não foi só isso. O clube também passou a olhar com mais atenção para novas receitas. Embora com um impacto modesto em relação ao universo de altas cifras, cada real arrecadado fez a diferença. Não só com uma maior atenção à cobrança dos royalties de produtos comercializados com a marca do clube, como também no investimento em equipamentos e potencialização de mídias sociais, que renderam ao clube 175% de retorno no dinheiro aplicado em um único semestre.

Aliado a tudo isso, o trabalho de reduzir custos operacionais, tanto de folha administrativa quanto de procedimentos internos, afunilaram o escoamento de verbas não essenciais. Outro ponto importante foi a repactuação das dívidas trabalhistas com credores históricos, sobretudo na CNRD que foi reduzida em cerca de R$ 4,2 milhões. Além da diminuição nos juros cobrados, da ordem R$ 36 mi para R$ 3,1 mi.

DADOS MAIS MARCANTES

Resultado do Exercício

DEZ 2021
DéficitR$ 70.284.816

JUL 2022
SuperávitR$ 4.396.976

Ativo Imobilizado (Patrimônio físico)
DEZ 2021: R$ 125,8 milhões
JUL 2022: R$ 249 milhões

Débitos trabalhistas e cíveis
DEZ 2021: R$ 29,8 milhões
JUL 2022: R$ 25,4 milhões

Despesas operacionais
DEZ 2021: R$ 47 milhões
JUL 2022: R$ 8,4 milhões

Redução na receita operacional
DEZ 2021: R$ 94,1 milhões
JUL 2022: R$ 48,6 milhões

Arrecadação com a venda de atletas
DEZ 2021: R$ 3,3 milhões
JUL 2022: R$ 24,9 milhões

Queda nos Juros
DEZ 2021 - R$ 36,8 milhões
JUL 2022 - R$ 3,1 milhões

DP

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