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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

INOVAÇÃO

Porto do Recife recebe projetos para melhorias; iniciativa tem apoio da Unicap

Rômulo Chico/Esp. DP

Através do seu curso de Engenharia da Complexidade, a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), apresentou, ontem, no auditório do Porto do Recife, quatro projetos através de um protótipo de embarcação não tripulada de energia sustentável com o intuito de solucionar alguns problemas atuais do setor portuário. A iniciativa acontece através do Acordo de Cooperação Técnica assinado pelas instituições e com validade de cinco anos.

A ideia surgiu no ano de 2020, quando aconteceram visitas recíprocas entre o Porto do Recife e a Unicap para que os temas a serem trabalhados fossem definidos. No ano seguinte, quatro estudantes fizeram estágio no ancoradouro durante pouco mais de três meses e deram início a processos como pesquisas e comparações com outros portos. Ainda em 2021, aconteceram reuniões com possíveis parceiros para captação de recursos financeiros. Já em 2022, em julho, aconteceu a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica e também a apresentação dos primeiros resultados dos projetos.

As quatro ações são divididas entre tornar mais frequente o processo de batimetria, melhorar o sistema que monitora as condições ambientais do espaço (ar e água), criar uma moega sustentável e desenvolver um filtro para drenagem. Cada uma delas foi detalhada pelo professor e coordenador do curso de Engenharia da Complexidade na Unicap, Fernando Nogueira, de 59 anos, que também exaltou a importância da ação e revelou que, futuramente, ela poderá servir de inspiração para outros espaços como o Porto do Recife. No Brasil e no mundo. O projeto, aliás, chegou a ser apresentado na França anteriormente, onde recebeu aprimoramento. Essa "exportação" aconteceu através da parceria da Unicap com instituições de ensino francesas.

"É um projeto pioneiro, criado para desenvolver soluções para problemas que interessam ao Porto do Recife, para aprimorar o espaço. Os problemas que estamos tratando são importantes para todos os portos, a nível nacional ou internacional", explicou.

Iniciando a apresentação dos projetos com a batimetria, o professor detalhou de que maneira pretende aumentar a ocorrência desse estudo no local. Atualmente, a sua realização custa entre R$ 200 e R$ 250 mil, e por conta desse custo elevado ocorre apenas duas vezes ao ano. "Serve para conhecer a profundidade dos canais onde os barcos atracam. Estamos pensando em o Porto do Recife dispor de um barco que seja remotamente controlado e que consiga fazer as operações de batimetria", disse.

O segundo projeto é voltado para a verificação das condições do ar e da água em tempo real. Ele acontecerá online e de forma simultânea à batimetria, através de sensores. A ideia é que haja um monitoramento dessas variantes e não uma "consulta pontual" em caso de suspeita de alterações, como acontece hoje. Come esse trabalho, será possível detectar o nível de contaminação do ar e o PH da água, por exemplo.

"É uma medição online da água e da qualidade do ar no ambiente do Porto do Recife. Tem risco de poluição ambiental e é preciso ter informações constantemente sobre a qualidade da água e do ar. Serão instalados sensores para isso, que coletarão informações em tempo real durante a batimetria, e depois darão aos órgãos ambientais que controlam isso", falou.

A moega sustentável é um outro produto que faz parte desse pacote de modernidade. Ela atuará durante os processos de carga e descarga dos navios, na tentativa de minimizar os danos de poluição existentes e também da perda natural de matéria. " um equipamento que atua quando você carrega e descarrega o navio. Esse processo costuma gerar muita poluição através das partículas do material que é carregado ou descarregado. São problemas de saúde para os operários que lidam com isso, mas também é um problema para perder material", afirmou Fernando.

O quarto e último projeto é um filtro para drenagem, que também atuará durante os momentos de abastecimento e retirada de cargas nos navios no Recife. A ideia da colocação do filtro é minimizar danos ambientais durante a lavagem do cais, realizada sempre após um natural derramamento de produto. "Quando há carga ou descarga e o material cai no cais, se lava o cais e esse contato da água com alguns materiais, por exemplo, pode poluir o curso da água. Queremos criar um filtro químico para filtrar esse produto da lavagem, para então filtrar a água em contato com o material e dar uma qualidade", detalhou o professor.

O presidente do Porto do Recife, Tito Moraes, por sua vez, assegurou que os projetos educacionais acabam ganhando prioridade na fila de demandas do espaço, já que é necessária uma reparação constante, a fim de que a capital pernambucana siga sendo uma referência no setor. "Para o Porto do Recife, todo projeto tem um tratamento diferente. Damos prioridade, porque o setor portuário precisa de aprimoramento constante. A realidade exige que apresentemos soluções diariamente", iniciou Tito. "O Porto do Recife está situado em Pernambuco, mas estamos em uma rota internacional, então precisamos estar nos adequando aos parâmetros portuários internacionais."

Por: Ana Beatriz Venceslau

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