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sábado, 10 de setembro de 2022

SPORT - DEPRESSÃO

"Essa bosta dessa doença não é frescura", diz jogador do Sport alertando sobre depressão

Atleta sofre de depressão há mais de dois anos (Foto: Paulo Paiva/SCR)


No Dia Mundial de Prevenção ao suicídio, meia rubro-negro dá forte depoimento ao Esportes DP como meio de alertar as pessoas


“Tem hora que nada dá prazer. Eu já agi com irresponsabilidade, peguei meu carro e saí em alta velocidade. Fui inconsequente, mas na hora não quis pensar. Se acontecer, aconteceu”.  As palavras são do meia Everton Felipe, do Sport, que sofre de depressão e deu forte depoimento ao Esportes DP. O atleta falou abertamente sobre o assunto pela primeira vez para alertar as pessoas neste sábado (10), Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Desde 2015, o Brasil adotou o mês de setembro para a campanha de prevenção ao suicídio e conscientização sobre as doenças psiquiátricas, por iniciativa do Conselho Federal de Medicina (CFM), do Centro de Valorização à Vida (CVV) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). No Recife, existem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). 
 
Segundo a ABP, são registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos no Brasil. Já os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que nove em cada 10 mortes por suicídio poderiam ser evitadas.

“A montanha-russa”
 
O futebol é uma espécie de montanha-russa. Caminha na linha tênue entre o sucesso absoluto e ser dispensável, podendo desencadear vários fatores. A pressão, as responsabilidades e a exposição são enormes, e muitas vezes o jogador precisa abrir mão desde cedo de alguns aspectos pessoais. 
 
Sem ajuda médica, Everton Felipe, que já defendeu grandes clubes, como São Paulo e Cruzeiro, além do Sport, hoje não teria conseguido lidar com seus próprios medos. “Preciso tomar medicamento, né? Essa bosta dessa doença não é frescura. Eu pensei que fosse passar rápido, algo de poucos meses. Mas é complicado você ter que lidar com isso e eu voltei para o Sport por conta disso (depressão). Quis voltar para a minha terra, abri mão de salários mais altos. Só que às vezes a gente se sente ‘naquela’, não pensa que é capaz. Também eu sofri por conta de lesões, apendicite. Tem hora que tudo só piora”, disse. 
 
No final das contas, o sucesso e a riqueza repentinos são coisas nas quais o meia leonino tem dificuldades para lidar. “No futebol, as pessoas não querem saber de nada que tu sente. O torcedor quer que você faça gols e renda bem em campo. Nas redes sociais, também, o pessoal só fala merda. Eu prefiro nem ver o que eles falam. Às vezes, o melhor é se afastar mesmo. Já teve torcedor dizendo que eu estava de corpo mole”, acrescentou.

A ajuda psicológica
 
Falar sobre saúde mental é sempre muito delicado, mas se faz necessário ultrapassar esta barreira, principalmente no futebol pernambucano. Muito por isso, a figura do psicólogo acompanhando os atletas nos clubes já é bastante comum, a fim de prevenir que ocorrências mais sérias de saúde mental ocorram. 
 
“No planejamento da psicologia fazemos atendimentos tanto individuais como de grupo, e a partir dos objetivos terapêuticos traçados, os atletas evoluem psicologicamente, assim como acontece na parte técnica, tática e física. Caso haja atletas que apresentem transtornos mentais ou crises existenciais. Eu venho acompanhando ele (Everton Felipe) há um ano. A gente dá um tratamento especial”, relatou Rosângela Vieira, psicóloga do futebol profissional do Sport. 

Caminho sem volta
 
Se puxarmos por um viés mais grave, o futebol não fica aquém dos indícios de suicídio em atletas de alto rendimento. Um dos casos mais recentes é o do uruguaio Morro Rodríguez, que passou pelo Brasil. Em 2020, o atleta foi encontrado morto, na sua casa, com um tiro na cabeça. Ao lado, uma pistola. Antes, a exclusão pela Pandemia da Covid-19 ajudou na decisão do atacante, que fez história pelo Godoy Cruz-ARG. Apenas dois brasileiros têm casos confirmados. Nenhum pernambucano. 
 
Outra fatalidade foi a do goleiro Robert Enke. Sua história nos gramados terminou em 2009, quando o alemão tirou a própria vida, se jogando na frente de um trem. Mostrando a força da depressão, considerada a Doença do Século, o suicídio foi a saída de Enke justamente no seu auge, vivendo boa fase no Hannover 96, clube que fez história, e sendo candidato a ser o titular da Seleção Alemã na Copa do Mundo de 2010. O time era comandado por Joachim Löw, algoz do Brasil no fatídico 7 a 1.

Precisa de ajuda?


Ligue: 188

Hospital Ulisses Pernambucano
Endereço: Av. Conselheiro Rosa e Silva, 2130 - Tamarineira, Recife - PE, 52050-020
Telefone: (81) 3182-9906

CAPS Boa Vista
Endereço: R. Gen. José Semeão, 146 - Santo Amaro, Recife - PE, 50050-120
Telefone: (81) 3355-4778

CAPS Nise Da Silveira
Endereço: 36, R. Trinta e Oito, 2 - Rio Doce, Olinda - PE
Telefone: (81) 3492-4566

CAPS Solar dos Guararapes
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DP

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