Debate previsível
Assim como era esperado por analistas políticos, o primeiro debate entre os presidenciáveis que disputam, no próximo dia 30, o segundo turno das eleições, foi dominado pela troca de acusações e provocações intermináveis.
Entre os principais temas abordados, a gestão na pandemia do atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, ficou entre as principais acusações do seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o petista, Bolsonaro negligenciou a gravidade da doença, permitindo, dessa forma, que mais de 400 mil brasileiros perdessem a vida por conta da demora em comprar a vacina assim que ficou disponível.
O senhor não cuidou, debochou, riu. (…) O senhor imitou pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus. Ninguém (no mundo) brincou com a morte como o senhor brincou. Você virou vendedor de um remédio que a ciência negou o tempo inteiro” disse Lula.
O presidente argumentou que o País distribuiu 500 milhões de doses da vacina, e que “todos que quiseram tomar a vacina, tomaram”. “O Brasil foi um dos países que mais vacinaram no mundo em tempo mais rápido. O senhor se informe”, afirmou. Bolsonaro também acusou Lula de ter agradecido a Deus que a natureza criou a covid-19.
Outro tema em pauta foi a manutenção do Auxílio Brasil de R$600, benefício que Bolsonaro disse que pretende tornar vitalício, o que foi questionado por Lula, que ressaltou o fato do auxílio não ter sido definida na LDO.
“A questão do Auxílio Brasil: a origem desse dinheiro virá de uma proposta que já passou na Câmara, visando à reforma tributária, que já está no Senado Federal. Vamos manter essa despesa extra de forma permanente, vitalícia. Quando criamos o Auxílio Brasil no final do ano passado, negociamos o parcelamento dos precatórios e criamos o Auxílio Emergencial de 400 reais”, defendeu Bolsonaro.
Outros temas, a exemplo da transposição do São Francisco, segurança Pública, educação universitária, aprendizado na pandemia, assim como o polêmico orçamento secreto e a relação dos candidatos diante das reformas políticas necessárias mediante à nova composição do Congresso em 2023, foram abordados no embate.
E, como era de se esperar, a disputa pela posto de qual dos candidatos é “o rei das fake news” rendeu uma verdadeira troca de farpas entre os presidenciáveis.
O percentual de desmatamento da Amazonas no governo de ambos, além da posição da economia brasileira no ranking internacional e, claro, de forma até contida, temas polêmicos, como os que envolvem a Venezuela, descriminalização de drogas, fechamento de igrejas, ideologia de gênero, entre outras temáticas que desde o início da corrida presidencial dominam o noticiário brasileiro, ou seja, nenhuma novidade, pautaram o momento.
Pelo que se viu, talvez esse primeiro debate termine não cumprindo o seu principal objetivo –modificar a intensão de votos de um eleitorado já bastante decidido, assim como convencer os ainda indecisos sobre a votação do dia 30 de outubro. A conferir.
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