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terça-feira, 22 de novembro de 2022

COPA DO MUNDO

Vitória da Arábia Saudita sobre a Argentina é a primeira surpresa da Copa

Vitória surpreedente da Arábia Saudita contra a Argentina (Foto: AFP)


Em virada e resistência heroica, contrastada por apatia dos hermanos, os árabes batem os argentinos na estreia do último Mundial de Messi


Um fato incontestável é a inexistência de bobos no futebol, exceto aqueles que pensam sobre a existência de vitória garantida. A fé e a torcida vizinha do Qatar foram incentivos para lá de suficientes na vitória histórica da Arábia Saudita por 2 x 1 diante da Argentina, na manhã desta terça-feira (22/11), no Estádio de Lusail, pela estreia do Grupo C da Copa do Mundo.

A aparência do jogo, com o precoce gol argentino, deu a impressão de jogo tranquilo para os bicampeões mundiais, tidos como favoritos para esta edição. Entretanto, esta partida se transformou em um clássico exemplo do futebol “11 contra 11”, além da obviedade da regra. Uma virada com dois belos gols e a tíbia reação albiceleste resumiu um segundo tempo para se guardar na memória do esporte.

Os árabes impediram a igualdade de um recorde histórico de vitórias seguidas das seleções, com os 37 triunfos da Itália, entre 2018 e 2021, seguindo vigente como o maior do quesito. A formação saudita, agora, tem compromisso no próximo sábado (26/11), às 10h, contra a Polônia, no Estádio da Educação. Já os atuais campeões da Copa América voltam a jogar no mesmo estádio no mesmo dia, às 16h, contra o México.

O jogo

Já na primeira oportunidade e sem tanta pressa, os argentinos chegaram em jogada lançada pela direita, com as linhas sauditas altas. Di María foi acionado e Messi finalizou dentro da área após parede de Lautaro Martínez para a boa defesa de Al-Owais. a resistência dos árabes pouco durou, com pênalti de Saud Abdulhamid em Leandro Paredes. Lionel Messi conferiu e abriu os caminhos para a celeste e branca, tirando o goleiro da jogada aos nove minutos.

Com o marcador aberto, os platinos conservaram a calma e o ritmo de jogo, com os asiáticos tentando impor jogo no campo rival aos poucos. Entretanto, a posse da bola pertencia predominantemente aos latinos, envolvendo o adversário em uma marcação ainda ofensiva, mas eficaz contra os lançamentos: em 23 minutos, os hermanos tiveram cinco impedimentos, incluindo mais um gol de Messi, devidamente invalidado.

Com o meio de campo congestionado, a albiceleste rodou bem a bola, sofrendo com esporádicas faltas dos rivais. Em oportunidade com campo mais aberto, aos 28, Alejandro Gómez deu passe infiltrado para Lautaro Martínez: “El Torito” tirou dois marcadores e anotou um golaço ao dar cavadinha sobre o goleiro. Porém, pela sexta vez em meia hora, os argentinos se situavam em condição irregular.

A alta quantidade de impedimentos chegou a incomodar até ao técnico Lionel Scaloni, em mais um tento anotado irregularmente do atacante da Inter de Milão, aos 34, desta vez servido por Messi. Foram contabilizadas sete infrações deste gênero nesta altura do jogo, superando todos os registros na atuação do selecionado em toda a Copa na Rússia, em 2018.

Chegando raramente em bolas paradas, os sauditas não incomodavam a defensiva argentina, complicando-se pelo incômodo muscular de seu principal jogador, Salman Al-Faraj. Mesmo com suplente preparado, o camisa sete asiático voltou a campo após ser atendido. Entretanto, o capitão não resistiu e saiu ao fim da etapa inicial.

Sem se preocupar em errar passes esporádicos, a albiceleste desperdiçava chances de criar oportunidades de gol e claramente não apresentava 100% de ritmo. No primeiro ato da partida, o fator saldo de gols passou razoavelmente distante da preocupação dos sul-americanos.

Para o tempo final, Di María protagonizou, de entrada, um susto por sentir dores na coxa direita e o primeiro impedimento no segundo minuto. O pouco ímpeto argentino foi pago com o empate saudita logo em seguida: em jogada pelo meio da defesa, Yahya Al-Shehri ganhou de Cristian Romero e bateu cruzado, sem chances para Emiliano Martínez, enlouquecendo a torcida árabe em Lusail.

O gol energizou a equipe asiática, com a Argentina tendo de rodar mais rapidamente a bola em meio a uma boa e incessante marcação. A pressão resultou na virada repentina aos sete, com golaço de Salem Al-Dawsari, em disparo de fora da área, novamente inalcançável para o arqueiro celeste e branco.

A nova ideia dos latinos se transformou em passes curtos para se livrar da defensiva incômoda dos rivais. Entretanto, Messi pouco apareceu nesta parcela do duelo. Lionel Scaloni resolveu mexer no atacado: colocou Julián Álvarez, Lisandro Martínez e Enzo Fernández.

Em bola parada, os platinos voltaram a pressionar aos 17, com Nicolás Tagliafico perdendo um gol inacreditável cara a cara com Al-Owais, com um lado de meta aberta. As alternativas do treinador argentino, com a defesa saudita bem postada, não surtiram qualquer efeito frente à apatia no meio de campo de seu time.

Para que se tenha ideia, até Messi precisou subir na área para cabecear uma bola imprecisa aos 38, tendo jogado fora uma cobrança de falta anteriormente. Sem reação, a Argentina foi irreconhecível na etapa complementar. O tradicional “huevo”, sinônimo de raça em campo, tão vendido pelos hermanos, foi mais mostrado pelos adversários do que pela apagada Scaloneta.

Aos 49, com mais quatro por jogar, Yasser Al-Shahrani teve uma queda complicada em um lance de bola aérea, em choque com seu goleiro. O cotejo esteve sem bola rolando pelo restante da compensação. Os árabes seguiam sem perder uma jogada pelo alto, à exceção da fraca cabeçada de Álvarez aos 55, última oportunidade do duelo. A derrota é a primeira em estreias de Copa do Mundo para a Argentina desde a edição Itália-1990, ao cair para Camarões pela diferença mínima.

Ficha técnica:
Argentina 1

Emiliano Martínez; Molina, Otamendi, Romero (Lisandro Martínez) e Tagliafico (Acuña); Paredes (Fernández), de Paul e Gómez (Álvarez); Di María, Lautaro Martínez e Messi

Técnico: Lionel Scaloni

Arábia Saudita 2

Al-Owais; Abdulhamid, Al-Tambakti, Al-Bulayhi e Al-Shahrani (Al-Burayk); Kanno, Al-Malki, Al-Shehri (Al-Ghanam), Al-Faraj (Al-Abid, substituido posteriormente por Al-Amri) e Al-Dawsari; Al-Brikan (Asiri)

Técnico: Hervé Renard


Gols: Messi, aos nove minutos do 1º tempo (Argentina); Al-Shehri, aos dois, e Al-Dawsari, aos sete do 2º tempo (Arábia Saudita)

Cartões amarelos: Al-Malki, Al-Bulayhi, Al-Dawsari e Abdulhamid (Arábia Saudita)

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