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sábado, 3 de dezembro de 2022

TOMA LÁ-DÁ-CÁ PRA GASTANÇA

Lula no jogo da barganha


Para aprovar a PEC da transição no Senado e na Câmara, que dá carta branca ao futuro governo petista para gastar R$ 200 bilhões acima do teto de gastos, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva entrou no jogo da barganha, do toma-lá-dá-cá, que passa pela negociação de cargos.

Líderes do Congresso de partidos que não apoiaram Lula condicionam a aprovação do texto à ocupação de ministérios e vagas regionais, além da manutenção do orçamento secreto e do apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao comando da Câmara e do Senado, respectivamente.

A bancada petista anunciou apoio a novo mandato para Lira à frente da Câmara e deve oficializar o acordo com Pacheco nos próximos dias. Lula conversou com os dois e foi aconselhado a preservar o orçamento secreto, que terá R$ 19,4 bilhões em 2023, chamado por ele de “excrescência” ao longo da campanha.

Tudo isso para não arriscar a formação da base aliada no Congresso. O presidente Jair Bolsonaro mandou suspender a liberação dessas emendas até o fim do ano, após Lira receber aval do PT. MDB, União Brasil e PSD querem pelo menos duas pastas cada, sob o argumento de que é preciso contemplar a bancada da Câmara e a do Senado. Esses partidos compõem a cúpula do Senado e representam mais de um terço dos parlamentares.

Segundo o Estadão, os ministérios de Infraestrutura, Minas e Energia, Agricultura, Transportes, Ciência e Tecnologia, Cidades e Integração Nacional – duas pastas que serão recriadas – se transformaram em alvo de cobiça. Na prática, os partidos estão de olho nos R$ 105 bilhões que, de acordo com a PEC, ficarão livres no Orçamento para irrigar novas despesas, sem contar os recursos que já estão garantidos para os ministérios e emendas parlamentares.

Toma lá-dá-cá

Nos bastidores, o presidente da CCJ do Senado, Davi Alcolumbre (AP), contabiliza que sete dos dez senadores do União Brasil estarão com o governo Lula em 2023, desde que sejam atendidos com cargos de seu interesse. O senador chegou a essa conclusão após consultar colegas de partido. Sérgio Moro (PR), Soraya Thronicke (MS) e Alan Rick (AC) não entraram no “pacote”, como foi chamada a articulação. Além do apoio do Planalto à reeleição de Pacheco, que agora enfrentará o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), o PSD cobra de Lula pelo menos dois ministérios.

No varejo 

Depois de negociar com União Brasil, MDB e PSD, o próximo desafio de Lula será com o PP de Lira, expoente do Centrão. Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil de Bolsonaro, barrou a tentativa de integrantes do partido de compor com Lula antes da posse. Parlamentares da legenda defendem agora uma negociação no varejo, assunto que deve ser discutido pela bancada com Lira na próxima terça-feira.

No abismo 

 O filósofo e ex-ministro Roberto Mangabeira Unger classificou o governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um “teatro”. Em entrevista ao Estadão, defendeu uma inflexão no terceiro mandato do petista em relação aos dois primeiros governos – de 2003 a 2010 – na direção de uma agenda “produtivista”. “Não dá para inferir nada nesse teatro da transição. O presidente eleito ainda não é efetivo. As preocupações fundamentais são as mesmas. O Brasil está no abismo”, afirmou.

Latifúndio das negociatas

A cúpula petista estima que haverá de 15 a 20 ministérios disponíveis para acomodar os apoiadores do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O número já incluiria os indicados pelo próprio partido. Lula tem dado prioridade para temas mais sensíveis, como o Ministério da Defesa (José Múcio Monteiro está próximo de ser anunciado) e o da Fazenda (Fernando Haddad é o favorito), segundo o site Poder360.

Após diplomação

 Pressionado pelo mercado financeiro, por opositores e até por políticos aliados a começar logo a anunciar seus ministros, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resiste. De acordo com o site Metrópoles, de Brasília, o petista está decidido a nomear a equipe de governo somente depois de ser diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que está marcado para acontecer em 12 de dezembro, daqui a quase duas semanas.

Por Magno Martins

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