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sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

TRANSIÇÃO EM PERNAMBUCO

Financeiramente, Estado está um brinco


A equipe de transição da governadora eleita Raquel Lyra (PSDB) revela que já entregou 35 ofícios ao secretário da Casa Civil do Governo de Pernambuco, José Neto, pedindo informações, mas não revela o conteúdo, especialmente o que deseja saber. O número é grande, mas a principal demanda do futuro governo deve ser no campo da situação financeira do Estado.

Neste aspecto, Raquel vai encontrar um quadro muito melhor do que recebeu Paulo Câmara (PSB) do seu antecessor e padrinho político Eduardo Campos. Segundo levantei junto à Secretaria da Fazenda Estadual, o governador vai deixar para a tucana R$ 3 bilhões em conta e mais R$ 3,4 bilhões em empréstimos pré-autorizados.

Quanto ao endividamento estadual, o nó de todos os Estados, é de apenas 21% da Receita Corrente Líquida (RCL), o menor patamar da história de Pernambuco. Já as despesas com pessoal, diferente de tantos Estados estrangulados, já penalizados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, equivale a apenas 39% da RCL quando o limite pela mesma LRF é de 49%.

Trocando em miúdos, Raquel vai nadar de braçada quando sentar na cadeira em que Paulo Câmara despacha hoje. Dos Estados nordestinos, Pernambuco, segundo essa mesma fonte da Secretaria da Fazenda, é o mais equilibrado, porque foi gerido, nos últimos oito anos, por um técnico, descoberto e eleito por Eduardo Campos, especialista em controle fiscal.

IPVA 2023

Quem escutou a entrevista da vice-governadora eleita Priscila Krause, à Rádio Jornal, na manhã de quarta-feira passada, deve ter ficado de queixo caído com a guinada de atitude da ex-combativa deputada. Após anos criticando Paulo Câmara pela carga tributária do Estado, a atual parlamentar e vice eleita engatou uma monumental ré quando perguntada sobre o IPVA 2023 e a alíquota do ICMS dos combustíveis.

Conta não fecha

“Vamos debater ao longo dos próximos quatro anos. Infelizmente essa redução de IPVA não será agora em janeiro”, disse Priscila. Encasteladas desde que venceram as eleições, Raquel e Priscila estão vendo a realidade se impor. Paulo Câmara nunca quis ser popular. Trabalhou na ponta do lápis e vai entregar o Estado com mais de R$ 3 bilhões em caixa e outros R$ 3,4 bilhões em empréstimos pré-aprovados. Só que esse balanço saneado não combina com as promessas populistas da campanha de Raquel. Para manter a saúde fiscal do governo, ela e sua vice já viram que a conta não fecha.

Gastos desnecessários 

 Em seu Instagram, a governadora eleita Raquel Lyra disse que a sua equipe de transição está atenta aos gastos públicos no apagar das luzes do Governo Paulo Câmara. “São gastos que não têm foco nos pernambucanos mais necessitados”, afirmou, acrescentando: “Pernambuco vai mudar. Vamos priorizar quem mais precisa. O nosso Governo vai chegar primeiro em quem mais sofre com fome, desemprego, violência e saúde pública ruim”.

Combate à corrupção 

Já na última quarta-feira, ao tomar conhecimento do escândalo na Secretaria de Agricultura envolvendo desvios da ordem de R$ 8 milhões no Programa do Leite, a governadora eleita escreveu: “A Polícia Federal desencadeou mais uma operação para apurar desvios de recursos na atual gestão, ato de corrupção. Isso tem que mudar. Meu compromisso é criar o Programa de Combate à Corrupção no primeiro ano de governo e reabrir a Delegacia de Combate à Corrupção”.

Por Magno Martins

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