Ranielle se posiciona e explica decisão pela saída de Hugo Cabral do Santa Cruz: 'Conduta'
"Quem não remar na mesma direção, não pode fazer parte do processo", crava Ranielle (Foto: Rafael Vieira/FPF)
Treinador tricolor destacou o esforço de outros atletas em se doar pelo clube, citando os exemplos de Alemão, e as chegadas de Pipico e Gedoz
Cinco dias após o ocorrido, o técnico Ranielle Ribeiro se posicionou pela primeira vez sobre a recusa de Hugo Cabral em ser substituído de campo no Santa Cruz. Em entrevista coletiva, o treinador relembrou o caso no jogo contra o Vitória, e destacou os motivos que o levaram a tomar a decisão pelo afastamento do meia-atacante do Arruda.
“Primeiro que toda e qualquer função que é exercida na nossa condição, ela tem o direito e o dever de buscar todas as atitudes, e todos aqueles que possam fazer o processo funcionar. É minha minha função aqui é gerenciar pessoas, direcionar taticamente e tecnicamente a equipe dentro do campo, e todo aquele que nós encontrarmos pelo caminho que possam fazer o serviço contrário àquilo que nós pensamos e almejamos, ele não pode fazer parte do processo. E, infelizmente, foi isso com o atleta”, iniciou Ranielle.
“Estou aqui para unir forças, para remarmos numa única direção. Quem não remar na mesma direção, não pode fazer parte do processo. Não pode estar aqui, e por isso a decisão tomada”, completou.
Ranielle Ribeiro destacou ainda que mesmo a queda de rendimento de Hugo Cabral nos últimos jogos não seria o suficiente pela escolha da sua saída. Única e exclusivamente, a sua má conduta de insubordinação foi o fator determinante pelo afastamento.
“Nós precisamos de atletas e de pessoas com esse mesmo pensamento. Vamos remar na mesma direção, e independentemente do que aconteça, não fugimos disso. Na situação, eu não tiro pelo lado do rendimento. Ele não estava bem? Tudo bem. Eu estava tentando recuperar ele, como dever de treinador, tinha essa obrigação. E acho que foi feito. Mas aí fugiu, infelizmente, do que a gente diz de uma conduta que se deve esperar de um profissional que exerce a função do atleta”, ponderou, antes de ressaltar que foi o seu primeiro caso de insubordinação de jogador em sua carreira.
“Nunca passei por uma situação como aquela. No momento em que o jogo se desenvolveu e desenrolou, eu não podia querer medir forças, ao ponto de que quando a bola parar, fazer a substituição. Eu ia perder uma mexida. Eu teria ainda mais uma parada e duas mexidas a fazer. Então eu chamei o meu auxiliar técnico, o Vitor, e falei ‘Foca! Nós não podemos perder a última mexida, porque eu não quero perder o jogo. Eu não vou perder o jogo’. Aí infelizmente aconteceu de tomarmos o gol, aí surgiu a oportunidade de fazer as duas modificações que eu queria, que eu queria aproveitar”, apontou.
“Mas nunca tinha passado por uma situação. Toda e qualquer situação que acontece nas nossas vidas, a gente tem que tirar lições e tirar proveito dessas lições. É assim que a gente segue a vida tanto fora daqui como profissional”, emendou.
Alemão, Pipico e Gedoz como exemplos de entrega
O técnico do Santa Cruz também fez questão de apontar exemplos do grupo que enxerga como entrega ao processo de recuperação do clube coral. Ranielle citou episódios de doação ao grupo pelo zagueiro Alemão, além dos recém contratados, Pipico e Gedoz. Segundo ele, os dois teriam recebido propostas mais atrativas, a nível de mercado, mas escolheram o Arruda como destino.
“A gente tira como exemplo internamente algumas ações de alguns atletas que fazem a coisa funcionar. Alemão, machucado, fora do processo, mas pega o carro dele e vai até Caruaru para assistir ao jogo contra o Porto, para fazer parte do vestiário, está ali ajudando, contribuindo. Até a própria contratação do Pipico, que abriu mão de outras propostas para vir fazer parte do processo do Santa, o próprio Gedoz também abriu parte de algumas propostas melhores, mas viu no Santa Cruz uma questão de encontrar o ambiente que eles acham favoráveis para eles”, finalizou.
DP
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