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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

ELEIÇÃO NO SENADO

No Senado, Marinho desafia Governo


Na eleição, hoje, das novas mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado a grande expectativa está voltada para a Casa Alta, o Senado, porque na Câmara Arthur Lira (PP-AL) deve receber a maior votação da história da Casa. Presidente e candidato à reeleição, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que estava em voo com céu de brigadeiro, viu de última hora alguns votos escaparem do seu controle por causa da candidatura de Rogério Marinho, ex-ministro de Bolsonaro, senador eleito pelo PL do Rio Grande do Norte.

Para não perder mais votos ainda, o Governo caiu em tempo. Pacheco foi atrás dos votos um a um. Participou, ontem, de almoço suprapartidário com colegas que apoiam sua reeleição à presidência do Senado. O evento foi organizado pelo senador Weverton Rocha (PDT-MA) e contou com a presença de quase 30 senadores.

Na lista, o senador Dr. Samuel Araújo (PSD-RO), que declarou apoio à candidatura adversária de Pacheco, a de Rogério Marinho (PL-RN). Araújo é 1º suplente em exercício de Marcos Rogério (PL-RO), que está licenciado do mandato. Ao ser perguntado sobre a presença no evento pró-Pacheco, Araújo disse que tinha ido apenas almoçar com colegas.

Além dele, estiveram na casa de Weverton, em Brasília, senadores do MDB, do PT, do União Brasil. A Esplanada dos Ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se fez presente. Camilo Santana (Educação) e Renan Filho (Transportes), que tomarão posse hoje pelo PT e pelo MDB, respectivamente, e Alexandre Silveira (Minas e Energia) participaram da reunião.

Compareceram, ainda, Kátia Abreu (PP-TO) e Paulo Rocha (PT-PA), cujos mandatos terminam hoje, além do ex-senador Jean Paul Prates (PT), que assumiu a presidência da Petrobras. Na outra ponta, Rogério Marinho (PL-RN) procurou Eduardo Girão (Podemos-CE) para uma conversa. Ele e seu grupo tentam tirar o senador cearense do páreo. Avaliam que teriam mais chances de vencer o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), numa disputa com a oposição unida. O movimento se dá depois de o governo federal, que apoia tacitamente Pacheco, entrar nas negociações. O grupo de senadores que apoiam Marinho disse que o movimento fez efeito e a vitória, que era dada como muito provável, está em aberto.

Oposição unida 

Na movimentação em torno da eleição para o Senado, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, procurou, ontem, os senadores do seu partido. Ao menos dois estavam próximos a Marinho: Nelsinho Trad (MS) e Lucas Barreto (AP). A conta é que Girão teria quatro votos. E que a sua candidatura era em oposição a Pacheco. Por isso, a tentativa de uni-lo a Marinho. Pacheco continua favorito na disputa contra Rogério Marinho. Sua dianteira, no entanto, vem sendo reduzida. No sábado passado, três partidos declararam apoio formal ao ex-ministro de Jair Bolsonaro: PP, PL e Republicanos.

Para trair é só coçar 

Marinho diz não haver jogo ganho e afirma a aliados que os indecisos definirão a eleição. Com voto secreto, haverá traições de ambos os lados. É eleito no Senado quem recebe a maioria absoluta dos votos (41 senadores). Se nenhum candidato alcançar esse número, os dois mais votados vão para um 2º turno de votação. É o que pretende Marinho. Ele conta com os votos do 3º e menos competitivo candidato, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), para esticar a disputa. O feito seria inédito, já que todos os ex-presidentes levaram no 1º turno.

CPI da depredação

No sábado, ao lançar sua candidatura, Marinho acenou aos partidos de centro. Disse que, se for eleito em 1º de fevereiro, assinará a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os ataques do 8 de janeiro. Ele criticou o atual governo que, segundo ele, antes era favorável às investigações e agora passou a ser contra. Marinho tem 3 siglas alinhadas à sua candidatura: PL, Progressistas e Republicanos. Podemos e PSDB são vistos como bancadas indefinidas.

Espaço do MDB 

Se Pacheco vencer, o acordo é para que Veneziano Vital do Rêgo, do MDB da Paraíba, continue na primeira vice-presidência. A primeira-secretaria deve ficar com Rogério Carvalho (SE), do PT, sigla que também pleiteia alguma comissão permanente. O líder do partido, Eduardo Braga (AM), pontuou que a bancada está “unida”. Para ele, o atual presidente do Senado tem “compromisso com a democracia” e com “programas de geração de emprego e renda”.

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