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sábado, 18 de fevereiro de 2023

FUTEBOL E CARNAVAL

Futebol para cair no passo: Santa Cruz, Sport e Náutico têm raízes ligadas ao frevo e ao carnaval

Capiba, Claudionor Germano e Nelson Ferreira são três ícones do movimento (Foto: Arte de Diego Borges/DP)


Os três principais clubes da capital estão ligados diretamente às festividades carnavalescas, seja em seus hinos ou no blocos de rua


O futebol e o frevo, dois dos baluartes mais importantes da cultura pernambucana, caminham de mãos dadas com os três grandes da capital. Sport, Santa Cruz e Náutico têm raízes ligadas ao período carnavalesco, seja em seus hinos ou nos blocos que fazem as ruas e avenidas florescerem. 

O Santa Cruz já nasceu enraizado na cultura pernambucana, como um movimento popular. E quando se trata de carnaval, o laço histórico é tão forte quanto. Diversos elementos, personalidades e troças materializam essa ligação ao longo da existência do clube. A figura que melhor representa essa ligação é o compositor Capiba.

Natural de Surubim, Capiba chegou a jogar no Campinense-PB antes de trocar o futebol pela música, mas teve no Tricolor sua maior paixão. Maior compositor da história do frevo, Capiba compôs em 1957 a marcha de exaltação ‘O Mais Querido’. A canção cairia no gosto a tal ponto, que em seguida se tornaria hino oficial do Santa Cruz e do povão coral.
 
Hoje, esse papel de perpetuação se apresenta na ‘Troça Minha Cobra’, que arrasta milhares de tricolores e carnavalescos nas segundas-feiras em Olinda. Transformando as ladeiras em arquibancada, os corais pintam Olina de preto, branco e vermelho.
 
“É nossa missão perpetuar e fortalecer a ligação do torcedor com as expressões do clube, homenageando figuras, muitas vezes anônimas, como funcionários, torcedores ilustres, sempre celebrando pessoas importantes para a história e o universo do Santa Cruz”, destaca o diretor da Minha Cobra, Esequias Pierre.

“Sport, uma razão para viver”
 
A poucos quilômetros do Arruda, na Ilha do Retiro, surgiu outro frevo antológico. Mesmo tricolor, o maestro e compositor Nelson Ferreira não se furtou a fazer uma música em homenagem ao Sport. Dessa junção, nasceu a Moreninha, um dos cânticos mais entoados pela torcida leonina ao longo da história. 
 
O hino rubro-negro, contudo, é um Frevo-Canção da autoria de Eunitônio Pereira, inicialmente composto em 1975. As estrofes de Sport, uma razão para viver, rapidamente caíram nas graças do torcedor, mas demoraria décadas para se tornar oficial. 
 
“A composição foi finalizada na década de 1990, já que a inicial contava com apenas uma estrofe. Em 1998, foi decidido que seria o hino oficial, homologado pelo Conselho Deliberativo e tudo mais. Mas eu achava que era muito pouco, apenas seis versos. Depois, tive a felicidade de compor o restante, então o hino passou a ter quatro estrofes. Mas o ritmo sempre foi o mesmo, que é um ritmo característico do nosso estado”, conta Eunitônio.

“Timbu Coroado”
 
No lado alvirrubro da história, não se pode deixar de destacar o gigante cantor e compositor pernambucano Claudionor Germano, que aos 90 anos de idade, segue na ativa, sendo o único artista a participar de todas as 57 edições do Baile Municipal do Recife. Em 2023, um dos torcedores do Náutico mais ilustres da história, será homenageado pelo carnaval da cidade. 
 
Nascido no Recife, em 1932, Claudionor lembrou a influência de um de seus irmãos, o Dr. Bianor da Hora, que chegou a jogar pelo juvenil alvirrubro, como um dos motivos da sua paixão pelas cores alvirrubras. “Isso fixou a gente, toda família é Náutico”, disse. 
 
Por coincidência do destino, o primeiro frevo gravado em sua carreira, estava lado a lado de outra composição de Nelson Ferreira, que se tornaria um antigo hino alvirrubro, tocado até hoje nos Aflitos e no tradicional Timbu Coroado, considerado o maior bloco de clubes do planeta, que em sua edição de 2023, terá Nonô Germano, filho de Claudionor, no comando da festa. 
 
“Para minha sorte, Deus me ajudou. Naquele tempo que gravei ‘Boneca’ (seu primeiro frevo), se gravava 78 orações, que era uma música do lado e outra do outro. Do outro lado foi gravado ‘Come e Dorme’, o hino do Náutico”, disse com muito orgulho.

DP

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