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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

PROBLEMAS NA ESTRUTURA

A três dias do Carnaval, patrimônio histórico corre perigo


O Palácio do Comércio, sede da Associação Comercial de Pernambuco, no Marco Zero, corre risco de sofrer mais danos do que os que já possui no momento. Há estrutura sendo fixadas na sua fachada, colocando tanto as paredes do prédio – tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – quanto os transeuntes em risco, pois não há tela de proteção. E a situação deve se agravar: o espaço vai abrigar um camarote para cerca de 800 convidados, desta sexta-feira (17) até a terça de Carnaval (21).

Que o prédio da ACP está com problemas em sua estrutura não é novidade. Como divulgado junto à imprensa em 2022, a Associação Comercial está buscando recursos para restaurar o casarão – seriam R$ 4 milhões apenas para a fachada, e 7 dos 21 vitrais, no mínimo, precisam de restauro. Entretanto, o cuidado com a construção parece ser seletivo.

Em 2020, o lugar não teve autorização de uso para eventos pelo Iphan. Inclusive o órgão chegou a pedir à Defesa Civil que ajudasse neste bloqueio, e fez uma denúncia à Polícia Federal, pois teria havido supostos danos ao patrimônio. Todavia, no final do mesmo ano, o Palácio se tornou aberto para visitantes mediante cobrança de ingressos, recebendo até 500 pessoas no fim de semana. E 3 anos depois, o prédio, ainda sem a reforma, vai receber, como citado anteriormente, um camarote durante o Carnaval.

Em resposta ao blog, a superintendente substituta do Instituto em Pernambuco, Márcia Hazin, afirmou que o órgão está em tratativas com a ACP com vias à construção de um Termo de Compromisso em que os responsáveis se comprometem a fazer o restauro do prédio. Sobre a autorização dada para que funcione no espaço tombado um camarote para cerca de 800 convidados neste Carnaval, a superintendente esclareceu que a decisão ocorreu após o órgão se reunir com a Defesa Civil, neste mês. Na ocasião, segundo ela, foi acordado que para a realização desse evento haveria a imediata salvaguarda do bem para que a segurança do prédio e dos transeuntes fosse preservada.

“Para este Carnaval, o prédio está sofrendo intervenções de segurança e será concedida a utilização de um camarote interno, com o aval da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Após o Carnaval, por meio do Termo de Compromisso, se iniciará as obras de restauro das fachadas”, garantiu a superintendente. Procurado, o presidente da ACP, Tiago Carneiro, não quis se pronunciar sobre o assunto.

Uma situação, vários questionamentos: O que mudou de 2020 para cá? O prédio está apto para receber eventos mesmo sem ter passado pela reforma? Não há riscos de mais danos, o que não só prejudicaria o patrimônio, como também aumentaria o valor da obra de restauração? Qual o critério do Iphan para permitir a realização de eventos no Palácio do Comércio, já que uns eventos são proibidos e outros, no mesmo formato, liberados? Por enquanto, não sabemos.

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