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sexta-feira, 3 de março de 2023

ATOS DO 8 DE JANEIRO

Coronel da PMDF ordenou sobreaviso e não prontidão em 8 de janeiro

Outro fato questionável foi o emprego de policiais inexperientes, ainda no curso de formação de praças (CFP) Foto: Joedson Alves/Agência Brasil


Sobreaviso os policiais ficam em casa sabendo que podem ser acionados a qualquer momento


A determinação no dia 7 de janeiro, para que as tropas “permanecessem de  sobreaviso” pode ter prejudicado a atuação da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na proteção da Esplanada dos Ministérios, no fatídico 8 de janeiro.

Sobreaviso os policiais ficam em casa sabendo que podem ser acionados a qualquer momento para se deslocar a unidade para uma missão específica. Prontidão os policiais ficam na unidade aguardando para serem empregados em uma missão específica.

Na época, a determinação do subcomandante-geral da PMDF, Coronel Klepter Rosa, atual comandante-geral da corporação, ocorreu através de uma mensagem, encaminhada pelo tenente-coronel Paulo José, que chefiava o Departamento de Operações da Polícia (DOP), em um grupo de whatsapp da alta patente da PMDF.


O site Pandora News divulgou o teor da ordem:

O site Pandora News divulgou o teor da ordem:“Considerando a possibilidade de emprego massivo de nossa tropa na manifestação prevista para amanhã (domingo, 8Jan23|), DETERMINEM aos respectivos efetivos de toda estrutura dos senhores, que permaneçam de SOBREAVISO, APD 07h. Em caso de acionamento, o ponto de apresentação será a APMB, devidamente armados e equipados. DOP e DLF coordenem conjuntamente com os CPR e BPM os ônibus para transporte de tropa, caso tenha o acionamento. O DEC, o restante do CFP que não está escalado amanhã, deverá permanecer em sobreaviso. Deem o ciente por gentileza. Senhores, boa noite. Por determinação do Subcomandante geral”.

Normalmente, o modus operandi em casos de grandes manifestações e eventos é a ordem para que os policiais fiquem de prontidão nos batalhões, e não sobreaviso. Outro fato questionável foi o emprego de policiais inexperientes, ainda no curso de formação de praças (CFP), ao invés dos policiais mais experientes.

CPI dos atos antidemocráticos

Ontem (02), durante depoimento na CPI dos atos antidemocráticos, o ex-secretário interino de Segurança do DF, Fernando de Souza Oliveira afirmou que houve um erro de execução da PMDF e que o plano de ação não foi realizado. 

“Havia o Plano de Ação Integrada (PAI) 02/23 que determinava as atribuições de cada órgão e foi acordado na sexta-feira à tarde. A PM deveria manter reforço de efetivo nas adjacências, nos prédios públicos, na rodoviária e em todo perímetro. Era para manter todo o reforço de efetivo. As ações acordadas na sexta-feira não foram cumpridas. Houve um erro de execução da PM, o Departamento de Operações (DOP) da PM era o responsável e não foi realizado. Posteriormente, no relatório do interventor, ficou demonstrado que sequer havia um plano”. 

Ainda durante a oitiva, Oliveira sem citar nomes, afirmou que houve passividade por parte de alguns.

“Não posso fazer juízo de valor, mas houve certa passividade de alguns. Eu li os planejamentos anteriores, que eram praticamente idênticos. O planejamento foi cumprido em 7 de setembro, no dia da diplomação do presidente eleito e também na posse do presidente Lula. O que precisamos saber é por que não foi executado no dia 8, inclusive me repassaram a informação de que o efetivo estava maior do que costumamos empregar”.

Oliveira ressaltou que a ordem era não deixar ninguém entrar na Esplanada dos Ministérios e afirmou que atuação das tropas da PMDF foi morosa.

“A função da PM era não deixar entrar na Praça dos Três Poderes”, disse. “Mesmo após a invasão do Congresso Nacional, a ideia foi ter todo o efetivo para isolar o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Demorou muito para essa tropa chegar. Tem áudio meu questionando onde estão essas tropas que estavam de prontidão”.

Os trabalhos da CPI tiveram início ontem e a expectativa é de que ocorram até o dia 30 de março.

Francine Marquez

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