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sábado, 22 de abril de 2023

ATAQUE DE TUBARÃO

Adolescente mordido por tubarão teve alta do HR, após 47 dias

Claudemir, de 14 anos, foi atacado na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, em 5 de março (FOTO: FRANCISO SILVA/DP)


Teve alta, nesta sexta-feira (21), do Hospital da restauração, após 47 dias, o adolescente Claudemir Gleybson Ferreira Herculano, de 14 anos, uma das três vitimas de ataques de tubarão que chocaram Pernambuco nos meses de fevereiro e março. Ele estava internado desde o dia 5 daquele mês, quando foi mordido em uma área proibida para banho, próximo à Igrejinha da Praia de Piedade. Socorrido às pressas, mesmo após cirurgia de mais de cinco horas, teve a perna direita amputada.

Esteve no HR até agora tomando antibióticos, enquanto se recuperava. No dia seguinte de seu ataque, a também adolescente Kaylane Timóteo Freitas, de 15 anos, teve o braço arrancado por um animal marinho, em uma área distante apenas 500 metros do acidente anterior. Ela também foi para a o HR, mas já teve alta há mais de um mês. Embora perdera o membro ainda no mar, seus ferimentos foram menos graves. Kaylane se recupera em casa e chegou a organizar uma vaquinha para comprar uma prótese.

Antes dos dois jovens, um surfista fora atacado em Olinda, na Praia del Chifre, outro ponto onde é proibido esportes aquáticos. André Luiz Gomes da Silva, de 32 anos, chegou a ficar internado por duas semanas no HR, mas por sorte, após cirurgia na perna esquerda, não sofreu amputação. Teve alta e se recupera bem em casa.

A repercussão dos casos, que chegou a ser noticiado na imprensa nacional como %u201Cataques em série%u201D, obrigou o governo do estado a dar uma resposta. O primeiro passo foi retirar o praticamente abandonado Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), do guarda-chuva da Secretaria de Defesas Social, onde se encontrava há anos, para a secretaria do Meio Ambiente. De lá para cá, já houve mais de cinco grandes reuniões. Inclusive, o governo refez parecerias de pesquisa e estudo de comportamento dos tubarões com as universidades públicas locais, algo que estava sem acontecer desde 1015. Refirmaram o acordo, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade de Pernambuco (UPE) e a Universidade Rural Federal Rural de Pernambuco (URFPE).

Embora os pesquisadores locais tenham forte resistência qualquer solução que, segundo eles, posa agredir os predadores marinhos, o Cemit, sob o comando do coronel Robson Roberto de Araújo , do Corpo de Bombeiros, garantiu, no auge da crise, estar aberto ao que for mais científico e tecnológico. Atualmente, ganha força os radares, espécies de antenas que estarão na terra recebendo sinais de tubarões que serão microchipados, um a um, através de barcos ligados a universidade, com apoio do Porto de Suape. Para isso, claro, os animais serão capturados e devolvidos ao mar, em seguida. Sempre que um deles se aproximar da costa de Pernambuco, em busca de alimento, o radar sinalizará e rodos poderão ficar atentos.

Redes de proteção, como as usadas em outros países com histórico de de ataques de tubarões, como Austrália , Estados Unidos e África do Sul, ainda sofrem resistência por parte das universidades, mas não está descartado, segundo o Cemit.

O governo do estado também deve publicar, em breve, de acordo com promessa da governadora Raquel Lyra, um edital para convocação de concurso público para aumentar o efetivo do Corpo de Bombeiros, que também deverá ser melhor equipado para lidar com situações no mar (com aparelhos que eletronicamente repelem os animais, enquanto estiverem realizando salvamentos ou trabalhando em equipamentos, como boias, por exemplo). Eles também têm sido acionados para ajudar no trabalho de retirada de banhistas, que insistem em entrar no mar, em áreas proibidas. Em casos de resistência, já houve até mesmo autuações com prisões em delegacias por desacato.

As cidades que compõem o Grande Recife e que são alvos da faixa proibida pelo Cemit e por decreto estadual, que vai do cabo de Santo Agostinho a Paulista (em todos os trechos para esportes aquáticos, mas em alguns pontos também para o banho, como é o caso de Piedade) também intensificaram as ações na praia, tanto de conscientização quanto de fiscalização.

Novas placas têm sido instaladas, pois muitas estavam danificadas. Havia áreas proibidas sem sinalização, alguma. Ao todo, inicialmente, o governo do estado anunciou um investimento de R$ 2 bilhões no combate aos incidentes com tubarões em Pernambuco. Houve 77 ataques de tubarões em Pernambuco, desde 1992, com 26 mortes.

DP



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